Qua, 02 de março de 2011, 07:49

Agricultura irrigada e segurança alimentar
Agricultura irrigada e segurança alimentar
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Marlene Ribeiro Souza Felicio
É indiscutível a relevância da agricultura irrigada para o desenvolvimento do Brasil e particularmente da região semiárida. Esta região, por sua vez, encontra-se inserida no circuito comercial nacional e internacional em virtude do uso da tecnologia.

A irrigação pública foi introduzida no nordeste brasileiro nos anos setenta, no cerne da revolução verde via da modernização da agricultura com o intento de desenvolver o vale do São Francisco e atender ao abastecimento hídrico no semiárido. Contudo, desde então, a agricultura irrigada tanto pública como privada consagraram-se, territorializaram-se, vem se destacando como atividade profícua tanto em escala territorial como nacional para a economia do país, e cristalizando-se como uma das responsáveis pela produção de alimentos, de fibras e de energéticos não apenas na zona semiárida como ao logo do território brasileiro.

Todavia, é notória a necessidade do fortalecimento da agricultura irrigada e a integração entre setores, ou seja, uma politica de interface intersetorial para criar estratégias que venham banir o fosso existente entre diferentes setores, e aperfeiçoar os mecanismos de fulcro para desenvolver agricultura irrigada como: pesquisa, crédito rural, ATER, infraestrutura básica de produção e pós-colheita, e assim, assegurar os mecanismos eficazes de segurança alimentar, de produção de fibras e de garantia energética.

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação - FAO sinalizou com uma projeção que o mundo terá que aumentar a produção de alimentos em 70% até 2050, para atender a um grande crescimento demográfico com renda crescente e consequentemente uma demanda de biocombustíveis em ascensão. Contudo, diante desse prognóstico, por possui o Brasil características geoambientais propícias, apresenta-se com grande capacidade de produção agrícola e do seu enorme potencial de uso do solo, água e outros recursos naturais poderá ser um produtor em potencial para tender as demandas vindouras.

Assim, em conformidade com o exposto, o país deverá passar por um grande incremento na produtividade agrícola de forma significante. E a “vedete” desse volume de produção será a agricultura irrigada, uma vez fortalecida e alinhada com as políticas agrícolas do país, continuará assim contribuindo para o desenvolvimento brasileiro, destacando-se no contexto das atividades agropecuárias.

O Nordeste por possuir a faixa semiárida que é um domínio climático que incorre na grande parte desse território, restringe o desenvolvimento das atividades agropecuárias nas condições de sequeiro com grandes riscos econômicos para esta região. Contudo, diante das características dessa faixa territorial do Nordeste, a agricultura irrigada apresenta-se como alternativa de viabilidade econômica para o desenvolvimento territorial e para segurança alimentar.

Enfim, mesmo diante da disponibilidade tecnológica, condições de temperatura, luminosidade e aptidão edáfica, há ainda a necessidade de empreender ações e habilidades da parte do segmento produtivo para atender as novas demandas quantitativas e qualitativas de produtos dentro dos parâmetros de sustentabilidade e fornecer ao mercado produtos nos princípios do ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente eficiente.


Currículo
Professora da educação básica da rede pública e estudante de doutorado em Geografia da UFS.


Atualizado em: Qua, 02 de março de 2011, 08:21
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