Sex, 15 de julho de 2016, 15:50

Estudante da UFS é selecionado para participar do Fórum Global da Juventude do Impacto Acadêmico na ONU
Ele foi um dos vencedores de concurso de redação sobre papel da habilidade multilíngue na promoção da cidadania global
José Ildo, de Relações Internacionais, está entre os 60 universitários de todo o mundo escolhidos como delegados do Fórum Global da Juventude do Impacto Acadêmico da ONU.
José Ildo, de Relações Internacionais, está entre os 60 universitários de todo o mundo escolhidos como delegados do Fórum Global da Juventude do Impacto Acadêmico da ONU.

A Universidade Federal de Sergipe (UFS) estará representada no Fórum Global da Juventude do Impacto Acadêmico das Nações Unidas que acontecerá entre os dias 25 e 31 de julho. Isto porque o estudante do 4º período de Relações Internacionais José Ildo de Oliveira Júnior, 21 anos, está entre os 60 universitários de todo o mundo escolhidos como delegados do evento a ser realizado na sede da entidade, em Nova York.

Júnior – como é chamado pelos colegas – foi um dos vencedores da terceira edição do “Many languages, one world”, um concurso de redação que trata do papel que a habilidade multilíngue desempenha na promoção da cidadania global e entendimento cultural. A redação deveria ser escrita de acordo com um dos seis idiomas oficiais da ONU: inglês, francês, espanhol, russo, árabe e chinês.

O estudante descobriu o concurso pela internet depois que viu a publicação em uma rede social e percebeu que se encaixava nos critérios. Ele optou pelo francês, idioma que aprendeu por conta própria. Afirma ainda ter domínio do inglês e espanhol. “Escolhi o francês pela questão do desafio. Já tinha escrito em espanhol, inglês, mas nunca em francês e essa foi a primeira vez. E como a proposta era de fato praticar a habilidade multilíngue, eu disse: ‘por que não?’”.

Sua redação intitulada “Plusieurs Langues, Un Seul Monde” (Muitas línguas, um só mundo) tratou sobre o papel que a habilidade multilíngue exerce na promoção entre diferentes comunidades, no respeito à diversidade cultural e na construção de uma educação que reflita os problemas e benefícios acarretados pelas interdependências mundiais.

Todos os participantes assinaram um termo de direito de uso e por conta disso a redação só pode ser divulgada pela ONU.

Processo de escolha

Estavam inscritos para o concurso 3.600 estudantes de 165 países. Depois da fase inicial, as redações passaram por um processo seletivo no qual foram analisadas por dois grupos de jurados que avaliaram a qualidade de ideias e a fluência no idioma escolhido.

Logo após, Júnior foi informado de que seu texto estava entre os finalistas. Em seguida teve de fornecer alguns documentos exigidos, tais como, histórico escolar e uma carta de recomendação escrita em inglês por um dos professores da UFS.

Dário Pagel, professor do Departamento de Línguas Estrangeiras, foi o responsável por dar a carta de recomendação a José Ildo e pela revisão da redação. Ele fez questão de ressaltar que todo o trabalho criativo foi do próprio aluno. O professor ainda ressalta o porquê de o estudante ter merecido estar entre os 60 escolhidos. “Ele desenvolveu muito bem a questão da diversidade linguística e cultural que foi o proposto pelo concurso”.

“O sentimento é de gratificação, saber que o aluno vence uma etapa, um concurso, um desafio novo. Além da visibilidade e reconhecimento ao curso e à universidade”.

Resolvido o trâmite da documentação, Jose Ildo realizou uma entrevista online em francês com um dos membros do juri em que conversaram sobre sua trajetória acadêmica e projetos para o futuro.

Semanas depois, o aluno recebeu uma carta informando de que havia sido selecionado e estava formalmente convidado a participar como um dos delegados do fórum.

“Primeiramente fui pré-selecionado, mas depois, quando saiu o resultado, fiquei muito surpreso. Óbvio que quando você se inscreve imagina que vai dar certo, mas me parecia tão distante. Não caiu minha ficha ainda”, comenta.

O estudante diz que tem conhecimento da responsabilidade que é representar tanto a universidade quanto o país. “Se não me engano só quatro brasileiros foram selecionados. Os outros três são de Santa Catarina e eu sou o único do Nordeste, então somos nós quatro representando o Brasil. Além disso, o evento vai ser transmitido online, por isso é muita pressão”.

Os escolhidos

Além dos brasileiros, foram selecionados outros 56 universitários de 36 países, representando 54 universidades, dentre as quais estão instituições como a Universidade de Pensilvânia (EUA), a Universidade de Estudos Internacionais de Xi'an (China) e a Universidade de Bolonha (Itália).

Os delegados irão participar de uma série de eventos em Nova York onde farão um curso preparatório na Hofstra University. Também debaterão a Agenda 2030 da ONU para que sejam propostos planos de ação para o alcance dos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável.

Eles terão suas despesas pagas pela ELS Educational Services, inc. e The United Nations Academic Impact (Unai).

Para o futuro, Júnior pretende seguir carreira na área de desenvolvimento econômico em órgãos internacionais ou como diplomata.

Estudante em Martinica

Outra experiência de intercâmbio de um estudante da UFS ligado à língua francesa é a de Bruno Guimarães da Silva, 24 anos, que foi selecionado em 2015 pelo Programa de Assistentes de Língua Portuguesa na França para atuar em Martinica, departamento ultramarino francês que fica no Caribe.

A experiência possibilitou diversos ganhos ao estudante. Além do aprendizado cultural, profissional, pessoal, linguístico e de inseri-lo no contexto educacional da região, o programa também colaborou para que o universitário tivesse contato com uma língua mais familiar para os caribenhos, o crioulo francês.

O estudante do curso de Letras Português/Francês tomou conhecimento do programa, que é dedicado a inserir estrangeiros em países de língua francesa, através da Associação dos Professores de Francês do Estado de Sergipe (APFESE).

Ao ter a oportunidade de conhecer outros ares, Bruno também pôde conhecer de forma mais profunda a própria cultura.

“Graças ao olhar do estrangeiro, pude conhecer minha cultura de forma mais profunda, uma vez que o alunado sempre pedia explicações detalhadas sobre cada palavra, expressão idiomática, tradição, comida típica, história. Para mim, tal vivência serviu de laboratório didático, pois havia a necessidade de apresentar, lúdica e didaticamente, parte das tradições brasileiras”, afirma Bruno.

Esse exemplo, segundo o aluno, mostra a importância do respeito mútuo entre diferentes culturas e coopera em favor da desconstrução de estereótipos. “Nota-se a relevância da internacionalização universitária”, finaliza.

Saiba mais sobre o Programa de Assistentes de Língua Portuguesa na França aqui.

Intercâmbio pela UFS


"A UFS tem mais de 20 convênios de intercâmbio com países da Europa, com os Estados Unidos e a América Latina", diz Israel Barnabé, da Coordenação de Relações Internacionais da UFS (Cori).  (fotos: Adilson Andrade/Ascom-UFS)
"A UFS tem mais de 20 convênios de intercâmbio com países da Europa, com os Estados Unidos e a América Latina", diz Israel Barnabé, da Coordenação de Relações Internacionais da UFS (Cori). (fotos: Adilson Andrade/Ascom-UFS)

A Universidade Federal de Sergipe oferece apoio através da Coordenação de Relações Internacionais (Cori) para alunos interessados em realizar intercâmbio.

Segundo o coordenador Israel Barnabé, a universidade cuida de todos os trâmites burocráticos visando promover o incentivo à pesquisa e ensino no exterior através de convênios com universidades estrangeiras. “A gente tem construído novos convênios desde que a Cori foi montada. Então hoje temos mais de 20 convênios com países da Europa, com os Estados Unidos e a América Latina e tem outros convênios – outros processos - em andamento”. Saiba mais sobre os convênios na página da Cori.

Israel ressalta a importância desses intercâmbios para os docentes, destacando a promoção de pesquisa e publicação conjunta de professores. Para os alunos, ele enfatiza a relevância da universalização da educação e das universidades envolvidas. “É fantástico porque além do aluno ter a oportunidade de estudar e vivenciar uma experiência de estudo em outras universidades do exterior, ele pode aprimorar o idioma, ter acesso a outras culturas e novas maneiras de viver. Então acho que é um ganho bastante grande”.

No caso de interesse em participar de algum projeto de intercâmbio, o aluno precisa procurar a Cori para obter mais informações.

Veja abaixo entrevista com Israel Barnabé.

- Caso um aluno queira participar de um intercâmbio, como deve proceder?

O primeiro passo é procurar a gente aqui na Cori porque existem algumas possibilidades, dentre essas, uma oportunidade é fazer um intercâmbio com uma das universidades conveniadas da UFS. O problema deste convênio é que não existe ajuda de custo. Na maioria dos casos, para convênios de universidades com a UFS o aluno teria que ir por conta própria. A UFS cuida da parte burocrática. Mas existe uma série de editais ao longo do ano que a gente informa no Portal UFS, através da Ascom, e que o aluno precisa ficar atento para participar desses editais. Então, é olhar o site da UFS e procurar a gente aqui na Cori. Outra questão é que os alunos também podem fazer aplicação para estudar no exterior particularmente. Eles podem entrar no site da Fulbright, por exemplo, e concorrer individualmente. Então ele também pode fazer essa pesquisa para saber quais editais estão abertos.

- Qual a importância desses intercâmbios tanto para o aluno quanto para a universidade?

Para universidade, penso que é importante porque aproxima as instituições, a gente acaba fazendo convênios e esses convênios não são só para intercâmbio de alunos. Na maioria das vezes envolve pesquisa conjunta dos professores, publicação conjunta. Então é um caminho para internacionalização da educação e das universidades envolvidas. Então é fantástico, né? Porque além de o aluno ter a oportunidade de estudar, ter uma experiência de estudo em outras universidades do exterior, ele pode aprimorar o idioma, ele tem acesso a outras culturas, outras maneiras de viver. Então acho que é um ganho bastante grande.

- E sobre novos convênios?

A gente tem construídos novos convênios desde sempre, desde que a Cori foi montada. Então a gente tem hoje um pouco mais de 20 convênios com países da Europa, com os Estados Unidos e América latina e tem outros convênios – outros processos - em andamento.

Ascom

comunica@ufs.br


Atualizado em: Seg, 18 de julho de 2016, 09:06
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