Qua, 28 de setembro de 2016, 10:48

Estudantes do curso de Biologia recebem Prêmio Jovem Neurocientista
Premiação ocorreu durante a XXXI Reunião Anual da Federação das Sociedades de Biologia Experimental

Os estudantes de Ciências Biológicas licenciatura Rodolfo dos Santos da Silva, do 7º período, e Leila Barros de Jesus, do 6º, foram premiados com o primeiro e segundo colocados, respectivamente, na XXXI Reunião Anual da Federação das Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), que ocorreu na cidade de Foz do Iguaçu-PR de 29 de agosto a 1º de setembro. Rodolfo estuda no campus de São Cristóvão e Leila no de Itabaiana.

A reunião congrega diversas sociedades científicas brasileiras e é o maior evento na área, contando com a participação de pesquisadores brasileiros e estrangeiros. Durante o encontro, pesquisadores da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento (SBNeC) selecionam os melhores trabalhos apresentados e concede o Prêmio Jovem Neurocientista. Para o resultado, são considerados o resumo submetido ao evento, o painel apresentado e a desenvoltura do estudante durante a sua apresentação.

Rodolfo e Leila desenvolvem iniciação científica no mesmo grupo de pesquisa. Os resultados obtidos pelos estudantes são frutos da colaboração entre o Laboratório de Neurobiologia Comportamental e Evolutiva (LaNCE), coordenado pelo professor José Ronaldo dos Santos, do Departamento de Biociências de Itabaiana, e do Laboratório de Neurofisiologia (LNFS), coordenado pelo professor Murilo Marchioro, do Departamento de Fisiologia, campus de São Cristóvão.

Para o professor José Ronaldo, esse prêmio reconhece jovens talentos da Neurociência no Brasil. Além disso, explica, “o prêmio é um reconhecimento da dedicação e esforço dos nossos dois estudantes junto às equipes dos laboratórios envolvidos no desenvolvimento de seus projetos de pesquisa. Apesar das dificuldades encontradas ao longo da execução, os alunos se mostraram sempre motivados e procuraram alternativas viáveis”.

O 1º lugar


O trabalho do estudante Rodolfo Silva, intitulado “Avaliação comportamental da memória espacial do lagarto Tropidurushispitus”, objetiva avaliar a ocorrência de memória do tipo espacial e os mecanismos neurobiológicos envolvidos em seu processamento na espécie de lagarto tropical T. hispidus.

Estudos de Neurociência com essa espécie de lagarto foram iniciados na UFS há 15 anos pelo professor Murilo Marchioro quando caracterizou o sistema nervoso do lagarto e estudou a neurogênese pós natal (nascimento de novos neurônio após o nascimento) após lesões do cérebro e também o efeito da temperatura sobre esse processo. Já os estudos que envolvem os aspectos mnemônicos da memória em lagartos foram implementados em parceria estabelecida entre o LNFS e o LaNCE, laboratório recém criado em Itabaiana pelo professor José Ronaldo.

Segundo o professor Murilo Marchioro, estudos como esse possibilitam um melhor entendimento do funcionamento do sistema nervoso utilizando como modelo um cérebro com menos complexidade. Além disso, o presente estudo possibilita um melhor entendimento dos aspectos evolutivos envolvidos no processo de formação de memórias nos vertebrados.

O 2º lugar


O trabalho da estudante Leila Barros, intitulado “Redução de células TH-imunorreativas nos núcleos para e periventriculares em um modelo progressivo da doença de Parkinson”, objetivou analisar a via tuberoinfundibular de ratos tratados cronicamente com reserpina, droga capaz de induzir sintomas semelhantes aos apresentados na doença de Parkinson.

O projeto foi desenvolvido no campus de Itabaiana sob a orientação do professor José Ronaldo sendo um dos primeiros projetos executados pelo grupo no campus. José Ronaldo é natural de Itabaiana e está lotado no Departamento de Biociências há 1 ano e meio, quando decidiu realizar permuta do campus de São Cristóvão para o do Agreste e lá implantar suas linhas de pesquisas.

Segundo ele, o trabalho desenvolvido pela estudante faz parte de uma linha mais ampla de investigação que busca compreender melhor os sintomas iniciais da doença de Parkinson em um novo modelo progressivo proposto durante seu doutorado na UFRN. Os resultados obtidos poderão contribuir para uma melhor compreensão dos mecanismos fisiopatológicos da doença.

Além disso, sugere-se que o presente modelo pode ser utilizado para estudar sintomas não motores na DP, uma vez que os núcleos hipotalâmicos estão envolvidos em diversas atividades comportamentais, como o controle de pressão arterial, regulação térmica e motivação.

O desenvolvimento dos dois estudos conta com o apoio financeiro da Fapitec, Capes, CNPq e bolsas de iniciação científica concedidas pela Copes/UFS.

Departamento de Biociências de Itabaiana


Atualizado em: Qua, 28 de setembro de 2016, 11:03
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