Seg, 22 de maio de 2017, 16:04

Uma área definitiva para o campus do Sertão
Angelo Roberto Antoniolli*

O campus da UFS no sertão sergipano, com sede provisória em Nossa Senhora da Glória, ainda se ressente de uma área onde possa instalar definitivamente. Depois de algumas marchas e contramarchas, em 2015, eis que uma solução pareceu viável de concretizar-se. Trata-se de uma fazenda pertencente à Embrapa. E à Embrapa sediada em Petrolina (PE), apesar de a mencionada fazenda situar-se na confluência dos municípios de Nossa Senhora da Glória e Feira Nova, mais para este do que para aquele.

Ao tomarmos conhecimento da área, pouco explorada pela Embrapa, buscamos o apoio inicial da Embrapa sediada em Aracaju. Os seus técnicos, dentre eles Manoel Moacir Costa Macêdo, fizeram a ponte com a Embrapa de Petrolina. Somos reconhecidos e gratos. Os contatos pessoais foram mantidos. As conversações evoluíram a contento. Todavia, um empecilho surgiu. Fazia-se necessário um contato com a direção superior da Embrapa, em Brasília. Tentativas foram feitas. Há duas coisas que nos movem em tudo o que devemos fazer: a obstinação e a persistência. Disso não abrimos mãos. Aliás, quem administra não deve ficar alheio a estes dois predicados.

O tempo passou. Insistimos. Recorremos daqui e dali. Não descansamos. Batemos em portas. Nenhuma se fechou, mas o acesso não foi completo. Voltamos à carga. Fizemos tudo direitinho. Palmilhamos passo a passo. Não retrocedemos. Um objetivo claro e firme nos conduzia. No campus do Sertão, alunos, professores e técnicos ansiavam – e ainda anseiam – para ver concretizada essa empreitada, qual seja a obtenção da cessão da fazenda, ou de parte dela, a fim de que possamos construir o Campus definitivo.

Nas últimas alterações dos cargos da administração direta e indireta da União Federal, nós buscamos, mais uma vez, o apoio dos nossos congressistas. A bancada federal sergipana, nós já o afirmamos mais de uma vez, não nos tem desapontado. Ao contrário, tem envidado esforços, uns mais do que outros, para atender as necessidades da Universidade Federal de Sergipe, que, por conseguinte, são as próprias carências da sociedade sergipana, que tem na UFS a sua única Universidade pública.

O governador Jackson Barreto conseguiu junto ao então ministro da Educação, Aloísio Mercadante, que tem raízes em Sergipe, a implantação do campus do Sertão. Já o dissemos antes. A senadora Maria do Carmo decidiu, recentemente, amadrinhar o referido campus junto ao atual ministro da Educação, Mendonça Filho. Somos gratos a todos que apoiam a UFS.

Precisávamos de quem nos guiasse à presidência da Embrapa. O senador Eduardo Amorim se predispôs a levar-nos. Fomos com ele. A ele também somos muito gratos. O presidente Maurício Antônio Lopes nos recebeu com gentileza. Ouviu-nos. Mostramos os nossos projetos. Dissertamos sobre os nossos planos, sobre as nossas ideias. O presidente gostou do que viu e ouviu. Dispôs-se a abraçar a nossa causa. Comprometeu-se a levar o nosso pleito à reunião do Conselho de Administração da Embrapa, no próximo mês. Uma parte da fazenda acima citada deverá ser cedida à UFS em forma de comodato.

Estamos esperançosos. Confiantes. Enfim, a última porta se abriu para a UFS, nessa questão da área para sediar a campus definitivo do Sertão. Os projetos estão prontos. O ministro da Educação garantiu os recursos para o início das obras, no montante que nos será possível de concretizar neste ano.

A Embrapa será parceira da UFS, e vice-versa, em projetos que interessam às duas entidades. E que são, sobretudo, do interesse prático das populações sertanejas, em especial dos produtores rurais, na agricultura, na pecuária e na agroindústria.

A Universidade Federal de Sergipe tem muitos desafios a enfrentar. Enfrentaremos. Cruzar os braços é um defeito que não temos. A UFS não precisa de braços cruzados. Precisa, sim, de braços que se unam, de mãos que se deem. Mãos que sirvam para construir pontes, e não muros. Este é o caminho. Esta é a caminhada.

*Reitor da Universidade Federal de Sergipe