Qua, 23 de maio de 2018, 11:10

Professora do campus do Sertão participa de pesquisa internacional que trabalha com fornecedores de frutas para melhorar a sustentabilidade
Projeto terá participação de agricultores do Vale do São Francisco
Fabiana Oliveira, da UFS, conta que os trabalhos empíricos devem começar este ano; na foto, uma das fazendas na área de estudo, em Lagoa Grande – PE. (foto: Patricia Rebouças)
Fabiana Oliveira, da UFS, conta que os trabalhos empíricos devem começar este ano; na foto, uma das fazendas na área de estudo, em Lagoa Grande – PE. (foto: Patricia Rebouças)

Um consórcio internacional de pesquisadores liderado pela Universidade de East Anglia (UEA), da Inglaterra, vai atuar para melhorar a sustentabilidade da produção intensiva de frutas no Brasil. O projeto “Cultivo sustentável de fruteiras ​​na Caatinga: manejo dos serviços ecossistêmicos em agricultura intensiva (Sufica)” começa os trabalhos agora em maio de 2018 e segue até 2021.

Atuam no projeto pesquisadores de Agroecologia do Reino Unido (Lynn Dicks - UEA), Brasil (Fabiana Oliveira da Silva - UFS/ INCT-IN-TREE, Vinina S. Ferreira - Univasf, Lucia H. Piedade Kiill - Embrapa, Patricia L. O. Rebouças e Katia M. M. de Siqueira - Uneb) e Chile (Eduardo Arellano - PUC).

Fabiana Oliveira, professora de Ecologia do Núcleo de Graduação em Educação em Ciências Agrárias e da Terra (Necats) do campus do Sertão, participará do projeto em uma parte transdisciplinar, trabalhando diretamente com os agricultores.

“Nós queremos desenvolver a capacidade de gerar informações para serem inseridas e adotadas pelo setor produtivo, promovendo uma diferença prática; por isso, o trabalho direto com agricultores”, afirma.

A professora conta que o projeto encontra-se em fase de implantação e os trabalhos empíricos devem começar ainda este ano.

Projeto

O objetivo do Sufica é aumentar a competitividade, a sustentabilidade e a resiliência de longo prazo da fruticultura no Vale do São Francisco à medida que se intensifica por meio de pesquisas de ponta sobre serviços ecossistêmicos agrícolas e biodiversidade.

As inovações testadas no projeto serão desenvolvidas de maneira participante em fazendas de fruticultura intensiva, gerando simultaneamente múltiplos benefícios ambientais e lucratividade por meio do melhor rendimento, qualidade dos frutos e redução de insumos.

O projeto envolve toda a cadeia produtiva, desde agricultores no Brasil, passando por empresas internacionais de fornecimento de frutas até um supermercado do Reino Unido (Waitrose) e uma parceria global de empresas agroalimentares desenvolvendo uma métrica de biodiversidade para cadeias de suprimento (Cool Farm Alliance).

A colaboração é uma resposta aos fortes sinais do mercado do setor agroalimentar de que os agricultores devem tomar medidas para favorecer a biodiversidade e, consequentemente, os serviços ecossistêmicos essenciais à produção agrícola, tais como polinização e fixação de nitrogênio, de modo a avaliar a intensidade de manejo que beneficia tanto a biodiversidade quanto a produção.

A abordagem, chamada de "intensificação ecológica", mostrou-se promissora na Europa e na América do Norte, mas não foi testada experimentalmente em ambientes semiáridos tropicais.

Os financiadores da pesquisa são The Newton Fund (UK) e CONICYT (Chile).

Com informações da coordenação do projeto


Atualizado em: Qua, 23 de maio de 2018, 14:05