Seg, 04 de fevereiro de 2019, 15:50

Dermatologistas desmistificam hanseníase durante campanha
No último sábado, 2, o HU-UFS finalizou as suas metas programadas para o Janeiro Roxo

No último sábado, 2, o Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS), filial da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), finalizou as suas metas programadas para o Janeiro Roxo, uma alusão ao 28 de janeiro, Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase.

Em uma ação denominada II Campanha de Combate à Hanseníase, que envolveu os municípios de Aracaju e Lagarto - sendo que a ação em Lagarto ocorreu em 26 de janeiro - foram realizados 50 atendimentos, resultando em 11 casos suspeitos da doença. Além disso, palestras esclareceram informações importantes acerca da doença.

Para a dermatologista do HU-UFS, Martha Débora Lira, atual presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional Sergipe (SBD-SE), o número de atendimentos durante a ação poderia ter sido maior, mas ainda existe muito preconceito em relação à hanseníase.

“Manchas dormentes na pele, com alteração da sensibilidade térmica devem chamar a atenção. As manchas brancas muitas vezes são confundidas com ‘pano branco’ ou ‘manchas de giárdia’, já as vermelhas nas bordas são confundidas com ‘impingens’ ou ‘rabichas’. Podem ocorrer também queda dos pelos nos locais das manchas e nas sobrancelhas, caroços na pele e inchações no rosto, principalmente nas orelhas. Tudo isso pode gerar preconceito e o paciente deixa de procurar ajuda médica por ter vergonha”, pontua Martha Débora, uma das médicas à frente da campanha.

Consciente de que a hanseníase tem tratamento e cura, a dona de casa Lucileide Souto, que mora no município sergipano de Canhoba, distante 116km de Aracaju, fez questão de trazer a neta para avaliação dermatológica no HU-UFS. “Percebi manchas no rosto e na orelhinha da minha neta e vi na televisão que o Hospital Universitário iria fazer esse atendimento. Fomos muito bem recebidas pela médica e, graças a Deus, a hanseníase foi descartada”, comemora.

Tratamento

A dermatologista do HU-UFS, Ana Luíza Furtado, também foi uma das responsáveis pela II Campanha de Combate à Hanseníase. Ela explica que a garantia da cura depende de alguns cuidados.

“É preciso que o paciente tome os remédios todos os dias, nas doses certas, além do comparecimento obrigatório uma vez por mês ao posto de saúde. As pessoas que conviveram com o paciente nos últimos cinco anos antes do tratamento, também podem ter sido contaminadas e devem ser examinadas”, alerta.

O tratamento para a hanseníase é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pode ter duração de seis a 12 meses, dependendo do quadro. São comprimidos que devem ser tomados mensalmente, na unidade básica de saúde, e diariamente em casa. A doença tem cura, mas exige tratamento adequado. Não há faixa etária específica para ser acometido, qualquer pessoa pode ser diagnosticada com a doença.

Doença

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa que evolui lentamente por anos, afetando principalmente a pele e os nervos periféricos. Pode causar dormências e perda da sensibilidade nas mãos, pés e olhos. Ela é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen.

Atualmente, o Brasil é o segundo país com mais casos no mundo. A doença é transmitida por respiração, fala, tosse e espirros, mas, para isso, é preciso ter uma convivência constante com o paciente, como morar na mesma casa. Ao iniciar o tratamento, o paciente deixa de transmitir a doença.

No HU-UFS, participaram ativamente da II Campanha de Combate à Hanseníase, além de dermatologistas do próprio hospital, médicos voluntários da SBD-SE, das redes estadual e municipal de saúde e estudantes de graduação em medicina, com as Ligas Acadêmicas de Dermatologia da Universidade Federal de Sergipe e da Universidade Tiradentes.

Sobre a Ebserh

Desde outubro de 2013, o HU-UFS é filiado à Ebserh, estatal vinculada ao Ministério da Educação que administra atualmente 39 hospitais universitários federais. O objetivo da Rede Ebserh é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.

O órgão, criado em dezembro de 2011, também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações nas 50 unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.

Andreza Azevedo
Unidade de Comunicação Social HU-UFS


Atualizado em: Seg, 04 de fevereiro de 2019, 16:57