Sex, 15 de fevereiro de 2019, 11:24

Situação das barragens no país é preocupante, mas uso de técnicas modernas podem evitar problemas, diz especialista em palestra
Evento foi realizado ontem, 14, no campus de São Cristóvão
Foram discutidos os riscos em barragens e as tecnologias que ajudam no seu monitoramento. (fotos: Adilson Andrade/ Ascom UFS)
Foram discutidos os riscos em barragens e as tecnologias que ajudam no seu monitoramento. (fotos: Adilson Andrade/ Ascom UFS)

A situação das barragens no país é preocupante, mas com uso de técnicas modernas problemas podem ser evitados. Essa é avaliação do engenheiro civil Dinésio Franco, especialista em Geotecnia, que possui mais de 35 anos de experiência na área de projetos envolvendo planejamento, contratação e coordenação de implantação e monitoramento de comportamento de pilhas de estéreis, taludes de cavas de minas, drenagens de minas e barragens de rejeitos.

“A barragem, assim como qualquer outra estrutura, sempre vai significar risco. Mas as suas técnicas também evoluem. Temos, no Brasil, muitas estruturas de barragem que oferecem riscos e outras muito boas, executadas com técnicas modernas”, diz.


Segundo Dinésio Franco, barragens fora dos níveis de segurança precisam ser corrigidas ou eliminadas.
Segundo Dinésio Franco, barragens fora dos níveis de segurança precisam ser corrigidas ou eliminadas.

O professor de Engenharia Agrícola da UFS, Diego Campana Loureiro, que também contribuiu para o debate, falou sobre as potencialidades do uso de drones como veículos aéreos no monitoramento de barragens.


“Esses acontecimentos são oportunidades de empresas atuarem na área de fiscalização e monitoramento de barragens”, diz o professor da UFS Diego Campana.
“Esses acontecimentos são oportunidades de empresas atuarem na área de fiscalização e monitoramento de barragens”, diz o professor da UFS Diego Campana.

Em uma de suas falas, ele comenta que “os dois desastres, tanto o de Brumadinho quanto o de Fundão, que foi em Mariana, mostram que as empresas talvez estejam precisando de auxílio para monitorar e fiscalizar melhor essas barragens. O drone consegue fazer o mapeamento da barragem como um todo, as estruturas, as inspeções, melhorando a atuação do profissional com segurança".

Barragens em Sergipe


Em Sergipe, as barragens são de acúmulo de água, não de mineração, explica o superintendente da Semarh Ailton Rocha
Em Sergipe, as barragens são de acúmulo de água, não de mineração, explica o superintendente da Semarh Ailton Rocha

Uma barragem precisa ser construída de acordo com a geologia local, sua utilidade e principalmente em relação a sua segurança. Aqui em Sergipe, o superintendente de Recursos Hídricos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Ailton Rocha, explica que as barragens são de acúmulo de água, não de mineração — diferente das que existem em Minas Gerais e em outros estados. Em Sergipe, enquadradas na legislação, há 18 barragens de médio e grande portes.

“Mas estamos atentos, procurando cumprir toda a legislação. Nós precisamos assegurar que as nossas barragens estão sendo fiscalizadas e monitoradas e em bom estado de conservação. No momento, [não há] nenhum risco de rompimento”, ressalta o superintendente.

“O empreendedor que deseja fazer uma barragem precisa ter um plano de segurança, plano de ação emergencial, que deve ser de conhecimento da sociedade, principalmente dos municípios a serem atingidos. Precisa também fazer inspeção regular. O trabalho preventivo é muito mais econômico do que o remediamento”, reforça.

Papel da UFS


 “É papel da universidade pública debater os problemas e as políticas públicas do estado”, diz o reitor Angelo Antoniolli.
“É papel da universidade pública debater os problemas e as políticas públicas do estado”, diz o reitor Angelo Antoniolli.

Para o reitor da UFS, Angelo Antoniolli, é papel social da universidade debater temas como esse, principalmente depois do último acontecimento envolvendo barragem. “Esse debate com alguém que conhece profundamente esse tema é muito importante para nós, para podermos conceituar, trazer esse assunto para a discussão dos nossos especialistas, dos nossos alunos, para que de alguma forma a gente possa acomodar esse conhecimento dentro da academia”, diz.

A aluna de Engenharia Civil, Tamires Simões, que está estudando a disciplina Barragem, também destaca a importância do evento.“É um tema muito importante, pois fala de uma das obras mais complexa da engenharia e tratando-se de barragens de rejeito, a gente tem que ter uma maior atenção. Então quanto mais a gente se informar, se inteirar mais sobre o assunto, nós podemos crescer e ganhar mais experiência na área”.


Palestra “Riscos em barragens” foi ministrada na tarde de ontem, 14, no auditório da Didática VII, no campus de São Cristóvão.
Palestra “Riscos em barragens” foi ministrada na tarde de ontem, 14, no auditório da Didática VII, no campus de São Cristóvão.

Ascom

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Atualizado em: Sex, 15 de fevereiro de 2019, 11:59
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