A situação das barragens no país é preocupante, mas com uso de técnicas modernas problemas podem ser evitados. Essa é avaliação do engenheiro civil Dinésio Franco, especialista em Geotecnia, que possui mais de 35 anos de experiência na área de projetos envolvendo planejamento, contratação e coordenação de implantação e monitoramento de comportamento de pilhas de estéreis, taludes de cavas de minas, drenagens de minas e barragens de rejeitos.
“A barragem, assim como qualquer outra estrutura, sempre vai significar risco. Mas as suas técnicas também evoluem. Temos, no Brasil, muitas estruturas de barragem que oferecem riscos e outras muito boas, executadas com técnicas modernas”, diz.
O professor de Engenharia Agrícola da UFS, Diego Campana Loureiro, que também contribuiu para o debate, falou sobre as potencialidades do uso de drones como veículos aéreos no monitoramento de barragens.
Em uma de suas falas, ele comenta que “os dois desastres, tanto o de Brumadinho quanto o de Fundão, que foi em Mariana, mostram que as empresas talvez estejam precisando de auxílio para monitorar e fiscalizar melhor essas barragens. O drone consegue fazer o mapeamento da barragem como um todo, as estruturas, as inspeções, melhorando a atuação do profissional com segurança".
Barragens em Sergipe
Uma barragem precisa ser construída de acordo com a geologia local, sua utilidade e principalmente em relação a sua segurança. Aqui em Sergipe, o superintendente de Recursos Hídricos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Ailton Rocha, explica que as barragens são de acúmulo de água, não de mineração — diferente das que existem em Minas Gerais e em outros estados. Em Sergipe, enquadradas na legislação, há 18 barragens de médio e grande portes.
“Mas estamos atentos, procurando cumprir toda a legislação. Nós precisamos assegurar que as nossas barragens estão sendo fiscalizadas e monitoradas e em bom estado de conservação. No momento, [não há] nenhum risco de rompimento”, ressalta o superintendente.
“O empreendedor que deseja fazer uma barragem precisa ter um plano de segurança, plano de ação emergencial, que deve ser de conhecimento da sociedade, principalmente dos municípios a serem atingidos. Precisa também fazer inspeção regular. O trabalho preventivo é muito mais econômico do que o remediamento”, reforça.
Papel da UFS
Para o reitor da UFS, Angelo Antoniolli, é papel social da universidade debater temas como esse, principalmente depois do último acontecimento envolvendo barragem. “Esse debate com alguém que conhece profundamente esse tema é muito importante para nós, para podermos conceituar, trazer esse assunto para a discussão dos nossos especialistas, dos nossos alunos, para que de alguma forma a gente possa acomodar esse conhecimento dentro da academia”, diz.
A aluna de Engenharia Civil, Tamires Simões, que está estudando a disciplina Barragem, também destaca a importância do evento.“É um tema muito importante, pois fala de uma das obras mais complexa da engenharia e tratando-se de barragens de rejeito, a gente tem que ter uma maior atenção. Então quanto mais a gente se informar, se inteirar mais sobre o assunto, nós podemos crescer e ganhar mais experiência na área”.
Ascom
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