Qui, 08 de novembro de 2018, 12:34

Veja as fotos da solenidade de concessão de título de doutor honoris causa a Paulo Freire
Ato também concedeu título de professor emérito a oito nomes da UFS
A viúva Ana Maria Araújo Freire ouve a leitura da resolução que concede o título de doutor honoris causa a Paulo Freire. (fotos: Adilson Andrade/Ascom UFS)
A viúva Ana Maria Araújo Freire ouve a leitura da resolução que concede o título de doutor honoris causa a Paulo Freire. (fotos: Adilson Andrade/Ascom UFS)

A Universidade Federal de Sergipe concedeu o título de doutor honoris causa a Paulo Freire (in memoriam) em sessão solene dos Conselhos Superiores por ocasião das comemorações dos 50 anos da instituição. Oito nomes receberam o título de professor emérito.

Veja todas as fotos do evento

Segundo o Estatuto da UFS, o título de doutor honoris causa é concedido a personalidades que se destacaram pelo saber seja pela atuação em prol da Filosofia, Ciências, Técnica, Artes e Letras seja pelo melhor entendimento entre os povos ou em defesa dos direitos humanos. Já o título de professor emérito é destinado aos que se aposentaram e alcançaram notabilidade na pesquisa ou no ensino.


Mesa de composição da sessão solene dos Conselhos Superiores.
Mesa de composição da sessão solene dos Conselhos Superiores.

Os seguintes docentes recebram esse título: Djalma Andrade, Josias Máximo de Jesus (in memoriam), Lindete Amorim Santos, Marlene dos Santos Alves, Napoleão dos Santos Queiroz, Ruy Belém de Araújo, Tânia Elias Magno da Silva e Tânia Maria Vieira Fortes.

A solenidade ocorreu na noite de ontem, 7, no auditório da Reitoria, campus de São Cristóvão. O evento integra a programação da V Semac.

Veja abaixo o texto lido na cerimônia e as fotos dos homenageados.


Membros dos Conselhos Superiores da UFS.
Membros dos Conselhos Superiores da UFS.

"A Universidade Federal de Sergipe comemora, ao longo de todo este ano, 50 anos de sua instalação. No decorrer desse tempo ela passou por algumas fases que comprovaram o seu crescimento sempre integrada à história de Sergipe, porém o seu avanço maior se deu ao longo dos últimos dez anos quando ela se transformou em universidade multi campi. O processo de interiorização da UFS começou com o campus de Itabaiana em 2006, seguindo-se o campus de Laranjeiras, Lagarto e Nossa Senhora da Glória além dos treze municípios alcançados pela Universidade Aberta do Brasil através do Centro de Educação Superior a Distância. Hoje, mais de 30.000 alunos transitam pelos diversos campi da Universidade nos cursos de Graduação, Mestrado e Doutorado, e cerca de 1500 professores permanentes desenvolvem atividades de ensino, pesquisa e extensão, contando com o apoio indispensável de 1469 servidores técnicos administrativos.

A Universidade como instituição caracterizada pelo cultivo de sua herança, mantendo formas e rituais tradicionais, relendo e dando novos significados a um passado, ao tempo que atende as exigências do presente.

Esta noite, ao tempo em que comemoramos os 50 anos da Universidade, estamos cultivando a sua herança sob a forma de um ritual tradicional, a concessão de títulos honoríficos.

De acordo com o artigo 90 do seu estatuto, a UFS atribui o título de Professor Emérito, a seus professores aposentados que tenham alcançado posição eminente no ensino ou na pesquisa. Quanto ao título de Doutor Honoris Causa, homenagem máxima concedida pelo Conselho, é concedido a personalidades que se distinguiram, seja pelo saber, seja pela atuação em prol da Filosofia, das Ciências, da Técnica, das Artes e das Letras, seja pelo melhor entendimento entre os povos ou em defesa dos direitos humanos.


O Conselho Universitário da Universidade Federal de Sergipe, no uso de suas atribuições legais, através da Resolução 31/2018, considerando a trajetória acadêmica do prof. Paulo Freire sobretudo com a criação do método de alfabetização de adultos que leva o seu nome; considerando a sua grande contribuição na produção de obras extremamente relevantes para a educação brasileira como "A Pedagogia do Oprimido" traduzido para mais de quarenta idiomas; considerando a sua inserção internacional influenciando o pensamento educacional em vários países nos quais atuou de forma decisiva; Confere o título de Doutor Honoris Causa ao Prof. Paulo Reglus Neves Freire (in memoriam)”.


 Ana Maria Araújo Freire exibe o título outorgado pela UFS a Paulo Freire.
Ana Maria Araújo Freire exibe o título outorgado pela UFS a Paulo Freire.

Paulo Reglus Neves Freire nasceu em 19 de setembro de 1921 em Recife. Iniciou o curso ginasial no Colégio 14 de Julho, no centro do Recife. Sem condições de continuar pagando a escola, sua mãe pediu ajuda ao diretor do Colégio Oswaldo Cruz, que lhe concedeu matrícula gratuita e o transformou em auxiliar de disciplina, e posteriormente em professor de língua portuguesa. Em 1943 entrou para a Faculdade de Direito da Universidade de Recife e também se dedicou aos estudos de filosofia da linguagem.

Depois de formado continuou como professor de português no Colégio Oswaldo Cruz e de Filosofia da Educação na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco. Em 1947 foi nomeado diretor do setor de Educação e Cultura do Serviço Social da Indústria. Em 1955, junto com outros educadores fundou, no Recife, o Instituto Capibaribe, uma escola inovadora que atraiu muitos intelectuais da época.

Paulo Freire elaborou um método inovador de alfabetização que foi aplicado pela primeira vez, em 1962, na cidade de Angicos no sertão do Rio Grande do Norte. Tendo sido favoráveis os resultados das primeiras experiências, entre 1963 e 1964 o método influenciou diretamente os movimentos de educação popular existentes no Brasil.

Em 1963 o Ministério da Educação e Cultura lança o Plano Nacional de Alfabetização (PNA), ao qual incorporou o método Paulo Freire, dirigido a adultos analfabetos, pertencente ao segmento menos favorecidos das classes populares, cuja meta era alfabetizar 5 milhões de adultos em dois anos. As atividades do PNA foram suspensas no dia 02 de abril e extinto o programa através do Decreto Nº 53.886 de 14 de abril de 1964, depois da tomada de poder pelos militares. Com o golpe militar de 1964, Paulo Freire foi acusado de agitador e levado para a prisão onde passou 70 dias, e em seguida se exilou no Chile. Durante cinco anos desenvolveu trabalhos em programas de educação de adultos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária.

Em 1967, durante o exílio chileno, publicou no Brasil seu primeiro livro, Educação como Prática da Liberdade, e em 1968 publicou, Pedagogia do Oprimido, traduzido para mais de 40 idiomas.

Foi convidado para ser professor visitante da Universidade Harvard em 1969. Depois de um ano em Cambridge, mudou-se para Genebra, na Suíça, trabalhando como consultor educacional do Conselho Mundial de Igrejas. Durante esse tempo, atuou como consultor em reforma educacional em colônias portuguesas na África, particularmente na Guiné-Bissau e em Moçambique.

Viajou por vários países do Terceiro Mundo dando consultoria educacional. Em 1980, com a anistia, retornou ao Brasil, estabelecendo-se em São Paulo. Foi professor da UNICAMP e da PUC. Foi Secretário de Educação da Prefeitura de São Paulo de1989 a 1991 na gestão de Luisa Erundina.

Paulo Freire morreu de um ataque cardíaco em 2 de maio de 1997, em São Paulo. O Estado Brasileiro, por meio do Ministério da Justiça, no Fórum Mundial de Educação Profissional de 2009, realizado em Brasília, fez o pedido de perdão post mortem à viúva e à família do educador, assumindo o pagamento de "reparação econômica".

É vasta a obra de Paulo Freire e temos como destaque as seguintes:

- Educação como prática da liberdade (1967)

- Pedagogia do oprimido (1968)

- Cartas à Guiné-Bissau (1975)

- Educação e mudança (1981)

- A importância do ato de ler em três artigos que se completam (1982)

- Pedagogia da esperança (1992)

- Política e educação (1993)

- À sombra desta mangueira (1995)

- Pedagogia da autonomia (1997)

Como reconhecimento à sua enorme contribuição, Paulo Freire recebeu o título de doutor Honoris Causa por vinte e sete universidades, mundialmente reconhecidas. Por seus trabalhos na área educacional, recebeu, entre outros, os seguintes prêmios: Prêmio Rei Balduíno para o Desenvolvimento (Bélgica, 1980); Prêmio UNESCO da Educação para a Paz (1986) e Prêmio Andres Belloda Organização dos Estados Americanos, como Educador do Continente (1992). No dia 13 de abril de 2012, a Lei nº 12.612, declara ser, o educador e filósofo pernambucano, reconhecido como Patrono da Educação Brasileira.


A concessão de títulos honoríficos faz parte da tradição universitária e simboliza a gratidão dos que permanecem na atividade do dia-a-dia para com aqueles que construíram a sua história deixando marcas profundas ao longo da sua caminhada na instituição.

Assim, os nomes apresentados pelos Centros para receberem o título de professor emérito da UFS, nas comemorações dos seus 50 anos, representam o reconhecimento do seu respectivo Centro ao trabalho desenvolvido com dedicação e afinco durante os anos que aqui permaneceram.

Em reconhecimento a esse trabalho o CONSU em sessão realizada no dia 05 de setembro de 2018 concedeu, através da Resolução nº 24/2018, o título de Professor Emérito aos docentes nomeados a seguir:


Professor emérito: Djalma Andrade.
Professor emérito: Djalma Andrade.

Convidamos a Profª Djalma Andrade para receber o seu Título.

Currículo

Licenciada em Química pela Universidade Federal de Sergipe e mestrado em Química pela Universidade Federal de Pernambuco. Foi professora do departamento de Qpuímica. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Métodos e Técnicas de Ensino, atuando principalmente nos seguintes temas: aprendizagem, meio ambiente, transformação química e metais.

Na UFS foi Chefe e Sub-chefe do Departamento de Química, presidente do Colegiado, coordenadora do polo do PQD em Itabaiana, foi também Diretora do Departamento de Apoio Didático-Pedagógico – DEAPE/PROGRAD.


Professor emérito: Josias Máximo de Jesus (in memoriam) representado pela viúva Magna Maria Barreto Alves Rocha.
Professor emérito: Josias Máximo de Jesus (in memoriam) representado pela viúva Magna Maria Barreto Alves Rocha.

Convidamos a senhora Magna Maria Barreto Alves Rocha, viúva do Prof. Josias Máximo de Jesus, para receber o Título a ele conferido.

Currículo

Possuía graduação em Engenharia Química pela Universidade Federal de Sergipe, mestrado em Engenharia Química pela Universidade Federal de São Carlos e doutorado em Engenharia Química pela UNICAMP. Foi professor do departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de Sergipe. Tinha experiência na área de Engenharia Química, com ênfase em Reatores Químicos e Controle de Processos. Foi chefe e sub-chefe de departamento em vários mandatos.


Professor emérito: Lindete Amorim Santos.
Professor emérito: Lindete Amorim Santos.

Convidamos a Profª Lindete Amorim Santos para receber o seu Título.

Currículo

Graduada em Enfermagem pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, com especialização em Metodologia do Ensino e da Assistência em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e em Administração Hospitalar pela Faculdade São Camilo de Administração Hospitalar, mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e doutorado em Enfermagem pela Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Administração Em Enfermagem.

Na UFS foi Chefe de Departamento de Enfermagem, Vice-Diretora do CCBS, Gerente de Recursos Humanos e Chefe de Gabinete do Reitor.


Professor emérito: Marlene dos Santos Alves.
Professor emérito: Marlene dos Santos Alves.

Convidamos a Profª Marlene dos Santos Alves para receber seu Título.

Currículo

Possui graduação em Serviço Social pela Universidade Federal de Sergipe e especialização em Serviço Social em Ação Comunitária pela UFS. Foi Professora Auxiliar da Universidade Federal de Sergipe de 1992 a 2008. Tem experiência em questão agrária, extensão universitária, educação inclusiva. Foi Coordenadora de Estágio e chefe do departamento de Serviço Social. Realizou diversos Serviços técnicos especializados na Secretaria de Estado da Educação em Sergipe. Desenvolveu vários projetos de extensão, dentre os quais podemos destacar: Coordenação do Projeto Cooperativa Popular: Um Processo em Construção; Coordenação do Projeto Educação de Deficientes Visuais; Projeto: Supervisão Estadual de Projetos de Alfabetização de adultos.


Professor emérito: Napoleão Santos Queiroz.
Professor emérito: Napoleão Santos Queiroz.

Convidamos o Prof. Napoleão Santos Queiroz para receber seu Título.

Currículo

Graduado em Administração Pública pela Universidade Federal da Bahia, Especialização em Metodologia do Ensino Superior pelo IESAE/FGV. Mestrado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas - RJ e Doutorado em Administração pela Universidade Federal da Bahia.

Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração Pública, Teoria das organizações, Sociologia das organizações e Epistemologia organizacional. Coordenador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares em Administração Pública do Departamento.

Exerceu o cargo de Coordenador do Mestrado Profissional em Administração Pública em rede - PROFIAP/UFS. Foi Chefe do Dep. de Administração, Coordenador de Modernização administrativa. Exerceu o cargo de Diretor do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas da UFS por dois mandatos.


Prof. Ruy Belém de Araújo (não compareceu nem enviou representante).

Currículo

Licenciado em História pela Universidade Federal de Sergipe, especialização em História Moderna e Contemporânea pela PUCMG e mestrado em Geografia Agrária pela Universidade Federal de Sergipe. Como professor da Universidade Federal de Sergipe, lecionou as disciplinas História Contemporânea, Econômica e A Questão Agrária: história e cultura. Pesquisou sobre as temáticas que abordam a questão agrária, história econômica e movimentos sociais. Além de escrever sobre a história da urbanização, universidades públicas e gestão democrática. Foi membro do Núcleo de Pesquisa História Popular do Nordeste, do Programa de Documentação e Pesquisa do DHI/UFS e da Comissão de História do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. Foi sub-chefe do Departamento de História, presidente do Colegiado e Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários. Foi também presidente da ADUFS por dois mandatos de 1997 a 1999 e de 1999 a 2001.


Professor emérito: Tânia Elias Magno da Silva.
Professor emérito: Tânia Elias Magno da Silva.

Convidamos a Profª Tânia Elias Magno da Silva para receber o seu Título.

Currículo

Bacharel e licenciada em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo/USP, Mestre e Doutora em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Agraciada em 2005 com uma bolsa de estudos no Centro de Estudos Sociais, da Universidade de Coimbra-Portugal. Exerceu as funções de Chefe de Departamento e Presidente do Colegiado do Curso de Ciências Sociais, Vice-coordenadora e Coordenadora do Núcleo de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais - Mestrado em Sociologia, Diretora do Centro de Educação e Ciências Humanas da UFS. Foi professora e uma das fundadoras na UFS do Programa PRODEMA - Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, e do NESA - Núcleo de Estudos do Semi-Árido. Parecerista da Revista Cronos do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFRN, da Revista Tomo do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFS, da Revista Estudios Sociales do Centro de Investigacion en Alimentacion y Desarrollo - México. Membro do Comitê Científico da Revista Cadernos de Ciências Sociais da Fundação Santo André- SP. Parecerista da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento do Maranhão e do Boletim Paraense Emílio Goeldi- PA. Professora colaboradora do Núcleo de Pós-Graduação em Ciências Sociais/NPPCS da UFS - Mestrado e Doutorado em Sociologia, do qual foi uma de suas fundadoras. Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas "Itinerários Intelectuais, Imagem e Sociedade"/NPPCS-UFS. Membro da Rede de Nanotecnologia e Meio Ambiente - RENANOSOMA, tendo integrado o Projeto Engajamento Público em Nanotecnologia/ CNPq. Foi Diretora da FNS – Federação Nacional dos Sociólogos. Secretaria Executiva da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais - ABECS - 2012, Vice-Presidente e Presidente da ABECS. Diretora de Cidadania e Cultura da Sociedade ECOAR, coordena e desenvolve projetos na área de Educação para a Cidadania, Reciclagem de Papel, e Arte e Cultura. Desenvolve trabalhos de consultorias e projetos relacionados a estudos de impactos ambientais. Tem artigos, capítulos de livros e livros publicados em sua área de pesquisa.


Professor emérito: Tânia Maria Vieira Fortes.
Professor emérito: Tânia Maria Vieira Fortes.

Convidamos a Profª Tânia Maria Vieira Fortes para receber o seu Título.

Currículo

Possui graduação em Odontologia pela Universidade Federal da Bahia, especialização em Periodontia pelo Instituto de Especialização Odontológia da Policlínica Geral do Rio de Janeiro e mestrado em Patologia Oral pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Foi professora adjunto da Universidade Federal de Sergipe. Tem experiência na área de Odontologia, com ênfase em Periodontia".

Com informações do Cerimonial da UFS

comunica@ufs.br


Atualizado em: Qui, 08 de novembro de 2018, 13:32
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