Agenda
27 de novembro a 13 de dezembro

Mostra de Cinema Indígena

Entre os dias 27 de novembro e 13 de dezembro o projeto Cine Vitória Online irá exibir uma mostra de Cinema Indígena em seu canal do Youtube. A iniciativa tem por intuito principal reunir experiências de estímulo à cultura audiovisual através de mostras, debates e oficinas que potencializam os mais diversos diálogos que podemos construir dentro da sétima arte. Num primeiro momento, devido a pandemia de Covid-19, as ações propostas serão desenvolvidas online seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde, mas mantendo o objetivo de manter e continuar construindo o Cinema Vitória, a única sala de cinema de arte do estado desde 1934.

A mostra de Cinema Indígena contará com diversos títulos que trarão reflexões sobre a vivência e realidade indígena. A mostra é a segunda já realizada pelo projeto Cine Vitória Online, que entre os dias 16/11 e 22/11 promoveu uma mostra de Cinema Negro, em parceria com a EGBÉ. Os filmes estarão disponibilizados gratuitamente no canal do Youtube do projeto: https://youtube.com/channel/UC_-TYffOFWoK6b8GGKCqawg

Dentre as demais atividades que serão desenvolvidas pelo projeto estão Master Classes e Webinários com convidados(as) especialistas e um podcast exclusivo do Cinema Vitória. A programação das ações realizadas estará disponível no link: https://linktr.ee/ufscinevitoria

Iniciativa realizada pelo curso de Cinema e Audiovisual do Departamento de Comunicação Social (DCOS) da Universidade Federal de Sergipe, em parceria com a Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal de Sergipe (PROEX) e o Cinema Vitória, o Projeto UFS | Cine Vitória Online é coordenado pela professora Danielle de Noronha e conta com a participação de professores(as) do curso de Cinema e Audiovisual da UFS e de alunos(as) dos cursos de Cinema e Audiovisual, Jornalismo, Artes Visuais, Letras e Relações Internacionais. A proposta visa a propagação da cultura audiovisual no estado e o aumento do acesso a filmes nacionais e internacionais, clássicos e contemporâneos, produções universitárias, locais, etc.

Programação da Mostra:

Entre Parentes

  • Sinopse: Brasília recebe uma enorme mobilização indígena durante a 14ª edição do Acampamento Terra Livre, isso um ano após o impeachment presidencial. Concomitantemente, na mesma Esplanada dos Ministérios que abriga barracas de povos indígenas de todo o Brasil, parlamentares articulam uma agenda de retrocessos à causa indígena.

Majur

  • Sinopse: Majur é um indígena LGBTQ chefe de comunicação na aldeia Pobore, localizada no interior do estado de Mato Grosso. Suas principal principal atividade é realizar a interlocução do seu povo com a cidade, representando suas reivindicações e lutando por sua cultura e seus anseios. Derrubando estigmas e preconceitos, ele se esforça constantemente para trazer o melhor futuro possível aos habitantes de Pobore.

Nova Iorque, mais uma cidade

  • Sinopse: Jovem liderança e realizadora audiovisual, Patrícia Ferreira vem sendo reconhecida pelos documentários que realiza com o seu povo, os Guarani Mbya. Ao ser chamada para debater seus trabalhos em um dos maiores festivais de cinema etnográficos do mundo, o Margaret Mead Film Festival, realizado no Museu Americano de História Natural, em Nova Iorque, Patrícia se depara com uma série de exposições, debates e atitudes que a fazem refletir sobre o mundo dos “juruá”, contrastando-o com os modos de existência guarani.

Vishitiri, la visita

  • Sinopse: Tita, uma pequena garota de 9 anos de idade, de origem Aymara, que vive em uma vila abandonada nas montanhas dos Andes. A visita de estranhos no dia de seu aniversário irá acordar memórias perdidas em Tita, e a fará descobrir que esses estranhos talvez tenham muito a ver com seu passado, presente e futuro.

Tecendo nossos caminhos

  • Sinopse: Apenas seis anciões da população Manoki na Amazônia brasileira ainda falam o idioma indígena, um risco iminente de perderem essa importante dimensão de seus modos de existência. Decididos a retomarem seu idioma com os mais velhos, os mais jovens decidem narrar em imagens e palavras seus desafios e desejos. A partir da analogia com a fragilidade do algodão que vira fio forte para suportar o peso na rede, Marta Tipuici fala da resistência de seu povo, sua relação com a avó e a esperança de voltarem a falar sua língua nas novas gerações

Território, nosso corpo, nosso espírito

  • Sinopse: Atualmente, as mulheres indígenas estão mobilizadas e organizadas, assumindo a linha de frente nas reivindicações e demandas dos povos originários. Elas resistem em um cenário pessimista em relação às políticas para a garantia dos direitos e de permanência em seus territórios, buscando espaços, como o Acampamento Terra Livre (ATL), para denunciar as constantes violações. A fim de testemunhar essas posições políticas, o documentário evidencia diferentes mulheres indígenas, apresentando pautas que atravessam as diferenças dos grupos étnicos e conformam as singularidades das mulheres A’uwe Xavante.

Os espíritos só entendem nosso idioma

  • Sinopse: Apenas seis anciões da população Manoki na Amazônia brasileira ainda falam o idioma indígena, um risco iminente de perderem o meio pelo qual se comunicam com seus espíritos. Apesar desse ser um assunto difícil, os mais jovens decidem narrar em imagens e palavras a sua versão dessa longa história de relações com os não indígenas, falando sobre as suas dores, desafios e desejos. Apesar de todas dificuldades do contexto atual, a luta e a esperança ecoam em várias dimensões do curta-metragem, indicando que “a língua manoki viverá!”

Teko Haxy, ser imperfeita

  • Sinopse: Um encontro íntimo entre duas mulheres que se filmam. O documentário experimental é a relação de duas artistas, uma cineasta indígena e uma artista visual e antropóloga não-indígena. Diante da consciência da imperfeição do ser, entram em conflitos e se criam material e espiritualmente. Nesse processo, se descobrem iguais e diferentes na justeza de suas imagens.

Tupinambá, o retorno da terra

  • Sinopse: Reunindo depoimentos e imagens de arquivo, o documentário focaliza a luta dos Tupinambá da Serra do Padeiro (sul da Bahia, Brasil) pela recuperação de sua terra. Há dez anos os indígenas esperam a conclusão do processo demarcatório. Nesse quadro, vêm realizando ações conhecidas como retomadas de terras, recuperando áreas que estavam em posse de não-indígenas. Por essa razão, têm sido alvos de criminalização e ataques violentos.

Sonho de fogo

  • Sinopse: O documentário curta metragem " Sonho de Fogo" narra a importância do sonho e da reza para o povo Guarani na sua própria vida. Segundo sábios, sonho que guia o povo Guarani na sua busca do bem viver do nhandereko.

Matanag, a encantada

  • Sinopse: Baseado em um dos mitos tradicionais do povo Maxakali, dirigido por Shawara Maxakali e Charles Bicalho, acompanhamos a trajetória de Mãtãnãg, que após ver o marido morto por uma picada de cobra, decide segui-lo, iniciando sua jornada rumo à aldeia dos espíritos. Nesta animação, a divisão entre mundo dos mortos e mundo dos vivos ganha outras possibilidades de compreensão.

Sobre o Cinema Vitória:

O Cinema Vitória é, antes de tudo, um símbolo de resistência. Fundado em 1934, concorria com outros doze cinemas de rua próximos, mas apenas esse conseguiu manter-se, mesmo diante do grande crescimento da capital. Entre idas e vindas, o cinema passou por diversas mudanças que o tornaram cada vez mais atrativo e moderno ao público. O Cinema Vitória hoje representa a tradição dos cinemas de rua em Sergipe e mais uma vez está se adequando e inovando, para garantir a melhor experiência possível ao público. Sendo a única sala de cinema de arte essencialmente sergipana, o Cinema Vitória carrega o legado da cultura audiovisual no estado.

Cinema Vitória