Maracatu de Chico Rei com Coro Sinfônico é destaque da programação da Orsse
Na próxima quinta-feira, 19, a Orquestra Sinfônica de Sergipe (Orsse) sobe ao palco do Teatro Tobias Barreto em concerto com temática especial. Com a participação de seu Coro Sinfônico e regência do maestro Guilherme Mannis, o grupo realizará de forma inédita no estado o “Maracatu de Chico Rei”, do compositor brasileiro Francisco Mignone (1897-1986), bailado simbólico de resistência negra à escravidão. Sergipe será destaque também, com a apresentação da peça “A Terra do Rei”, da compositora sergipana Thaís Rabelo. Completa o programa a Suíte nº 1 para Orquestra de Câmara de Heitor Villa-Lobos (1887-1959). A direção do Coro da Orsse é do maestro Daniel Freire. Os ingressos já estão disponíveis nas bilheterias do Teatro Tobias Barreto. O concerto é realizado em parceria com a Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Sergipe (Osufs).
Especificamente, o bailado “Maracatu de Chico Rei” inspira-se simultaneamente na famosa história da construção da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, situada em Villa-Rica (hoje Ouro Preto), e nas festas negras que se originaram no período da escravatura. Diz a história que a Igreja de Nossa Senhora do Rosário foi erguida por negros libertos, sob a liderança do antigo escravo Chico Rei, e por isto este episódio é um motivo particularmente importante na história da resistência negra contra os seus dominadores brancos do período colonial. A lenda conta que Chico Rei – antigo soberano de uma nação africana – fora capturado com outros guerreiros de sua tribo e trazido como escravo para trabalhar nas minas de ouro dos tempos coloniais e teria conseguido comprar a própria liberdade trabalhando com extraordinária perseverança e afinco.
Outro destaque do concerto será a apresentação da peça “A terra do rei”, da compositora sergipana Thaís Rabelo. Mestre em música pela Universidade Federal da Bahia, professora da UFS e harpista da Orsse, Thaís concebeu um poema coral-sinfônico que aborda a gênese do povo sergipano, desde os tempos da colonização até os dias de hoje.
Sobre o Coro Sinfônico da Orsse, trata-se de um dos mais destacados grupos vocais nacionais e foi criado em 2005, já sob a regência do maestro Daniel Freire. A partir de 2011, a preparação técnica e vocal do Coro Sinfônico vem sendo realizada pela soprano Verônica Santos, que desde então desenvolve um trabalho específico com aulas de canto para os membros do coro, proporcionando um significativo crescimento vocal do grupo. O Coro Sinfônico executou integralmente, com a Orquestra Sinfônica de Sergipe, obras como a "Nona Sinfonia" e a "Fantasia Coral" de Beethoven, a cantata "Carmina Burana" de Orff, "Nänie" de Brahms, o "Choros nº 10" de Villa-Lobos, o "Messias", de Händel, a "Missa de Santa Cecília" do Pe. José Maurício Nunes Garcia, o "Te Deum" de Bruckner, a "Missa Nelson" de Haydn, além das óperas “Orfeu e Euridice” de Gluck, "La Bohème" e "Tosca" de Puccini e "Aida" de Verdi. Em 2017, destacaram-se as estreias, no Brasil, da Missa em dó menor de Schumann e mundial, do poema sinfônico “A Terra do Rei”, de Thais Rabelo (harpista da Orsse). Esteve sob as batutas dos maestros Guilherme Mannis, Daniel Nery, Marcelo de Jesus e Isaac Karabtschevsky.
PROGRAMAÇÃO
Orquestra Sinfônica de Sergipe e Coro Sinfônico
Série Cajueiros IV – Teatro Tobias Barreto
GUILHERME MANNIS, regente
DANIEL FREIRE, regente do Coro da Orsse
VERÔNICA SANTOS, preparação vocal
Repertório
Thaís RABELO
A terra do Rei
Heitor VILLA-LOBOS
Suíte para Orquestra de Câmara nº1
Francisco MIGNONE
Maracatu de Chico Rei
Concerto em parceria com a Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Sergipe (OSUFS-Proex-UFS)
Material de Concerto: Academia Brasileira de Música
Ingressos: R$10 (meia-entrada) e R$20, nas bilheterias do TTB.