

Trabalho foi realizado por pesquisadores da UFS juntamente com a Coordenadoria da Mulher do TJSE. A Universidade Federal de Sergipe recebeu na manhã dessa quarta-feira, 13, representantes do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe (TJSE) para a apresentação dos resultados da cooperação técnica realizada através de um convênio entre a UFS e o Poder Judiciário de Sergipe, firmado no dia 10 de fevereiro deste ano. O projeto buscou traçar o perfil socioeconômico de vítimas e agressores dentro do contexto da violência doméstica, por meio de entrevistas realizadas nas dependências da 11ª Vara Criminal do Fórum Gumersindo Bessa entre 18 de fevereiro e 24 de abril deste ano. O trabalho foi realizado por pesquisadores e assistentes voluntários do Departamento de Estatística e Ciências Atuariais da UFS, juntamente com a Coordenadoria da Mulher do TJSE. De acordo com a professora Eucymara Nunes, também coordenadora da pesquisa, foram entrevistadas 72 vítimas e 52 acusados. Os resultados apontaram que as mulheres têm, em sua maioria, entre 18 e 42 anos (73,6%), possuem ensino médio completo ou superior incompleto (50%), e relatam que a violência está associada com ameaça, ofensa verbal e violência mora (39%). Já as agressões físicas foram expostas por 56% das entrevistadas. |
Dentre os agressores, a violência supostamente cometida é menos abrangente, onde as mais praticadas são a física, com 38,5% e os diferentes tipos de ameaças, com 19,2%.
Segundo Eucymara, a pesquisa rendeu aos envolvidos bons resultados no que diz respeito ao mapeamento de uma parcela da sociedade que merece atenção. ‘’A pesquisa contribui no sentido de que a partir de agora nos atentaremos melhor não só para as vítimas, mas também para os agressores’’, explica. Para ela, o perfil traçado irá facilitar nas ações de políticas públicas do Estado. ‘’Esperamos que os resultados colaborem no auxílio e na prevenção para que as agressões sejam atos menos frequentes’’, aponta a coordenadora, que contou ainda com o trabalho voluntário do professor Kleber Oliveira, e dos estudantes Luiz Silva, Luana Aquino e Ruane Silva.
De acordo com a juíza do TJSE, Adelaide Moura, após a confirmação científica dos dados apresentados, o Poder Judiciário poderá pensar em ações que ajudem essas pessoas em termos de políticas públicas. ‘’Pensaremos em determinadas soluções para o problema com um foco, sem perdas financeiras e sem desgaste de ações que não venham surtir efeitos’’, afirma.
A juíza também ratifica sua satisfação com os resultados, e diz ainda que adoraria ver esse projeto ser estendido e aprofundado. ‘’Esse é um trabalho de análise de grande importância para nós, e a Universidade está de parabéns’’, conclui Adelaide.
Já o reitor da universidade, Angelo Antoniolli, destaca a importância do trabalho dos docentes e pesquisadores da instituição. ‘’Que os nossos profissionais se apropriem cada vez mais dos problemas de Sergipe, dentro das diversas áreas do conhecimento que aqui oferecemos’’ aponta. ‘’E que venhamos debater as fragilidades sociais do estado por meio desses resultados, pois essa é a nossa obrigação social’’, enfatiza o reitor.
Ascom
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