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pesquisa está sendo realizada pelo biólogo Juan Manuel Ruiz-Esparza Aguilar, que registrou dentro da Mata do Junco cerca de 93 espécies de aves

Com o objetivo de conhecer os efeitos da fragmentação florestal sobre as comunidades de aves na Unidade de Conservação Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco, localizada no município de Capela, o grupo de pesquisa BIOSE do laboratório de biologia de conservação da Universidade Federal de Sergipe (UFS) está diagnosticando as implicações da fragmentação florestal sobre as comunidades das aves para propor corredores ecológicos que possam melhorar o fluxo da fauna. A iniciativa tem o apoio da Secretaria do Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh).

A pesquisa está sendo realizada pelo biólogo Juan Manuel Ruiz-Esparza Aguilar, que registrou dentro da Mata do Junco cerca de 93 espécies de aves, sendo que duas delas estão classificadas em perigo de extinção como as das espécies Herpsilochmus pectoralis (Chorozinho de Papo Preto) e a Pyriglena atra (Olho de Fogo Baiano).

“Um dos objetivos desse refúgio é a conservação da biodiversidade e dentro dela encontramos algumas espécies prioritárias para a sua conservação, como por exemplo essas duas espécies que se encontram listadas em alguma categoria de risco. Por sua vez as mesmas são fundamentais para conservação do seu habitat, garantindo a sua preservação para que elas não sejam extinta na natureza”, afirma o biólogo.

Segundo ele, além dos levantamentos feito na unidade de conservação, seu trabalho será realizado ao longo de um ano, onde poderá observar os padrões sazonais como as migrações, as épocas de reprodução e os períodos de maior atividade das aves.

“Todas as aves capturadas são medidas, pesadas , fotografadas e marcadas com anilhas especiais para a sua identificação, possibilitando um controle e diminuindo a captura para o tráfico ilegal”, revela Juan identificando que no município de Capela muitas aves são capturadas dentro da mata para a criação em cativeiros dentro de gaiolas.

Importância das aves

Para Juan, as aves, além de terem sua beleza, desenvolvem um papel importante nos ecossistemas. “As aves servem para a dispersão das sementes podendo levar por sua vez a locais onde não existem matas, como também são controladoras biológicas para insetos, e servem como polinizadoras para a reprodução das plantas”, cita.

O biólogo ainda revela que se a população continuar a capturar as aves de forma ilegal dentro das matas poderá provocar efeitos negativos no ecossistema como a alteração na cadeia trófica em que muitos insetos poderão se tornar pragas, aumentando os custos nas produções das plantações locais.

“Durante as pesquisas foram encontrados os pássaros anu preto, anu branco e a garça vaqueira que são responsáveis por comer insetos e carrapatos. E se os produtores continuarem a apreender esses pássaros dentro de seu habitat, ele causará impactos negativos a ele mesmo”, ressaltou o biólogo afirmando que esses pássaros são fundamentais no controle biológico dos parasitas.

Fonte: Semarh