Saber Ciência / José Uibson Pereira Moraes
08/06/2010
Provavelmente você já deve ter acessado a internet hoje. Ou simplesmente deve ter usado o computador. Talvez tenha ouvido uma bela música em seu mp5, 6 ou 7, ou assistido algum vídeo nele. Certamente mais tarde você vai relaxar diante de uma bela tevê tela-plana, talvez de plasma ou LCD e nem vá se preocupar que as horas estão passando em seu relógio digital.
As respostas a essas perguntas podem ser encontradas de forma simples, mas todo o processo educacional envolvido nessas respostas é bem mais complexo. Percebemos claramente que o ensino precisa ser mudado, precisa ser melhorado, pois já não vem atendendo a um bom tempo às mudanças que acontecem em nossa sociedade. Os alunos de hoje já não são os mesmos de dez ou vinte anos atrás. Os interesses também não são mais os mesmos. É fácil perceber que na realidade dos alunos estão presentes celulares super modernos, mp7, iphone, notobook, etc. Os alunos, seja em casa ou numa lan house, acessam a internet constantemente. Hoje cerca de 32,1 milhões de brasileiros (21,9% da população acima dos 10 anos de idade), utilizam a rede mundial de computadores, a internet, no país (Fonte: IBGE).
Tendo em vista que os alunos se interessam muito por essas tecnologias que estão presentes em sua realidade, é oportuno nesse momento analisar de que forma a tecnologia poderia auxiliar o professor em sala de aula, melhorar o processo de ensino-aprendizagem. E nesse contexto, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC’s) podem contribuir de forma significativa neste processo. Segundo Albertino Teixeira de Souza, “diante da necessidade de serem diversificadas as possibilidades e formas de agir e aprender, as tecnologias de informação e comunicação abrem oportunidades para a ação dos indivíduos e a diversificação e transformação nos ambientes de aprendizagem”.
O uso de tecnologias no ensino não pode está inserido apenas para que a aula fique diferente, mais divertida... É preciso que esse uso esteja envolvido num processo maior, numa estrutura maior em que todo o processo de aprendizagem deva estar ancorado. Outro fato também que deve ser observado é que as tecnologias não são auto-suficientes para o ensino, de forma que possam substituir o professor. Pelo contrário, as tecnologias existem justamente para ser uma opção a mais para o professor trabalhar em sala de aula, tendo em vista também que o papel do professor mudou muito nas últimas décadas. Hoje em dia o professor não pode ser somente o mero instrutor, ele tem que acima de tudo ser um formador, um orientador, um mediador em todo o processo de ensino-aprendizagem.
Para que a tecnologia, de modo geral, auxilie positiva e efetivamente o ensino, é preciso que existam diversas ações que a conduzam em todo o processo. É preciso também que muitos professores percebam a importância da inserção de tecnologias em sua pedagogia, que façam um uso com qualidade das tecnologias, que busquem capacitar-se cada vez mais. Além disso, é preciso que se conte com uma estrutura física adequada a essas tecnologias (salas de informática, laboratórios, etc.), sendo necessários então investimentos tanto por parte da gestão pública quanto particular de ensino.
Tendo em vista tudo o que foi exposto, é perceptível que diante da “crise” educacional que vivemos, as tecnologias possam ser o grande auxílio no processo educacional. Pois elas se fazem muito presentes na realidade dos estudantes e, de modo geral, na realidade de todos, tornando mais simples e interessante o aprendizado de conteúdos que até então são ministrados de forma tradicional. Para isso, percebemos que muitos professores precisam se atualizar, buscar cursos de capacitação, estar cada vez mais preparados na interação com seus alunos, propiciando a estes um maior entusiasmo por aprender. E, mostrando a eles que agora são também protagonistas no processo de ensino-aprendizagem, e não um meros coadjuvantes. O professor torna-se um grande mediador neste processo, um mediador que se apropria dos recursos tecnológicos que tem em mãos, e favorece o aprendizado de seu aluno, tornando-o capaz de viver num mundo cada vez mais competitivo e que cada vez mais exige deste aluno uma capacidade crítica-reflexiva sobre sua vida e suas ações na transformação de toda sociedade.
Professor do Colégio Elite e Professor Tutor do Centro de Educação Superior a Distância (CESAD-UFS).
Licenciado em Física pela Universidade Federal de Sergipe.