Com o objetivo de avaliar e discutir estratégias de segurança física e patrimonial nas instituições federais de ensino superior, os Conselhos Superiores da Universidade Federal de Sergipe (Consu e Conepe) reuniram-se na manhã desta sexta-feira, 30, com o diretor de segurança da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Armando Luiz Nascimento.
Nos últimos seis anos, foram feitos investimentos que modificaram todo o cenário da instituição, hoje considerada centro de excelência na área. “Recife era a capital mais violenta do país e isso estava se refletindo dentro da nossa universidade. Diante de inúmeras tentativas, percebeu-se que a materialização da segurança só aconteceria com a produção do conhecimento e isso temos de sobra nas universidades. O primeiro passo então seria a integralização”, explicou Armando logo no início da palestra.
Segundo ele, para atingir um grau de estabilidade no que se refere à segurança dentro das universidades é preciso não apenas adotar planos, mas políticas de segurança. Não adianta criar medidas sem o real conhecimento de quem as aplicará e de quem estará sendo assegurado. “A segurança deve ser compreendida, admitida e aprovada por todos, não é uma imposição”, complementa o diretor de segurança da UFPE.
Na ocasião, foram explanadas as medidas de segurança adotadas pela instituição, a exemplo de um efetivo de 342 técnicos em segurança, constantemente atualizados através de cursos na área; comunicação direta com as polícias federal , rodoviária (uma vez que a UFPE é cortada pela BR 235), civil e militar; apoio do governo do estado e monitoramento constante das dependências da universidade.
Sobre este aspecto, em especial, houve vários questionamentos por parte dos conselheiros. “Até que ponto monitorar o comportamento das pessoas que passam pela universidade, deixa de ser vigilância e passa a ser segurança? e “Como olhar a universidade sem prestar atenção na comunidade carente que está ao seu redor?”, perguntou o professor do Codap e membro do Conselho Superior, Saulo Henrique.
Em resposta, Armando enfatizou a importância da percepção de que a segurança é uma necessidade de primeira linha e que a comunidade que vive ao redor das universidades deve ser incorporada na política de segurança da instituição.
“A intenção não é vigiar o comportamento dos alunos, não estamos num Big Brother. Queremos apenas que eles desfrutem de um ambiente seguro e estejam livres da criminalidade que é uma realidade do nosso país. Estamos prezando o direito à educação que é concedido de forma constitucional. Sobre as comunidades que estão ao redor das universidades, entendo e reconheço a a importância de estudá-la para que possamos compreender o real ambiente em que estamos inseridos e já adotamos essa política em Pernambuco”, disse Armando.
O vice-reitor da UFS, professor Angelo Roberto Antoniolli, ressaltou a importância da segurança nas dependências da UFS e assegurou que já estão sendo tomadas medidas preventivas. “Fomos informados de furtos e roubos dentro das dependências do campus, mas já estamos tomando providências no que se refere a essa questão. Houve um aumento de seguranças nos estacionamentos e nas entradas da universidade, o que tem evitado outros problemas”, salientou o vice-reitor da UFS.
Jéssica Vieira
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