Os projetos de extensão, de forma simplificada, significam a participação ativa do aluno na sociedade. Por isso, normalmente conseguem provocar um impacto social na vida de quem recebe os benefícios desses projetos e, especialmente, na rotina dos alunos que fazem parte deles.
Na Universidade Federal de Sergipe (UFS), uma publicação recente está conseguindo dar visibilidade a essas ações, com o intuito de levar ao conhecimento da comunidade, dentro e fora dos muros da UFS, aquilo que vem sendo produzido para ela. Trata-se da revista PropagAção, cuja ideia surgiu a partir de uma atividade desenvolvida no curso de Artes Visuais e Design da UFS.
De acordo com a pró-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários da universidade, Sueli Pereira, responsável pela coordenação e supervisão da revista, muitas vezes nem a comunidade interna da UFS conhece os seus próprios projetos de extensão.
“A revista pode gerar interesse da sociedade para novos projetos. Recebi essa sugestão de um aluno do curso de Design, que apresentou a ideia pensando em disseminar os projetos de extensão da UFS para servidores e comunidade, pois é importante saber o que a UFS desenvolve. A versão da publicação é toda virtual e hoje uma das maiores formas de divulgação tem sido pela rede social Instagram”, comenta a pró-reitora.
Parceria
A revista é uma parceria entre os cursos de Secretariado Executivo e Design Gráfico da UFS, tendo em sua equipe, além da a pró-reitora, os estudantes de Design Gráfico, Mara Kelmer e José Jaelson dos Santos, que contribuem com a seleção de textos, edição, diagramação e ilustração da revista.
Mara conta que participa da produção da revista e da sua divulgação, selecionando com a equipe os projetos que farão parte das edições. “Tanto eu quanto o meu colega editamos os textos, sem alterar o conteúdo cadastrado pelos professores, para que os mesmos sejam adaptados às configurações de layout da revista, assim como elaboramos toda a parte gráfica, definimos formato da revista, escolhemos a tipografia, cores, as imagens a serem usadas, principalmente quando não há imagens específicas de cada projeto. Ilustramos a revista, fazemos a divulgação no Instagram ‘revistapropagacao.ufs’, elaborando as postagens e, no momento, estamos trabalhando no Facebook da revista”, detalha a estudante.
Início
De acordo com ela, o projeto teve início com alunos do curso de Design, que propuseram uma revista para divulgar os projetos da UFS. “Era apenas um trabalho de sala de aula, pensado inicialmente para ser divulgado entre alunos da UFS. Mas, ao ter contato com a professora Sueli, a qual vem demonstrando cada vez mais a paixão que tem pelo ensino, um dos alunos que participou da fase inicial do projeto sugeriu transformá-lo em um projeto de extensão. Assim, o projeto sofreu adaptações, as matérias foram restritas a projetos de extensão, e o público deixou de ser apenas a comunidade acadêmica, abraçando a visão de que os projetos de extensão são feitos para as pessoas, dentro e fora dos muros da UFS”, relata Mara.
Ela explica que essa não deixa de ser uma tentativa de ajudar, de melhorar a qualidade de vida das pessoas. “É preciso saber que esses projetos existem, que estão sempre acontecendo, que quando um projeto acaba, já tem outro em andamento que possa interessar. Um exemplo é em relação às pesquisas da UFS sobre a Covid- 19. As pessoas precisam conhecer a universidade, descobrir que ela vai além de uma sala de aula. Assim, o projeto tem procurado envolver os professores, alunos e as pessoas da comunidade para gerar conhecimento e, quem sabe, uma maior colaboração entre ambos”, comenta Mara Kelmer.
Colaboração
Uma das participantes da Revista PropagAção é a turismóloga e professora adjunta da UFS Daniella Pereira, que está conseguindo divulgar uma ação com os seus alunos realizada no município sergipano de Estância, distante cerca de 70km da capital Aracaju. O município é conhecido em Sergipe por suas potencialidades turísticas a serem exploradas.
“Iniciamos com o município de Estância, conseguimos gerar um documento vasto, com mais de 500 páginas, que se difundiu entre os conselhos municipais de turismo e outros municípios passaram a nos procurar para que a gente pudesse colaborar com o desenvolvimento turístico dessas regiões. Foi um esforço grandioso. Com muita satisfação e alegria participo desse projeto. A universidade precisa mostrar a sua importância para a gestão pública, para a iniciativa privada e para o Terceiro Setor”, diz a professora.
Para ela, não resta dúvida sobre a importância da divulgação das iniciativas de ações extensionistas. “No caso do Turismo, para pensar o turismo, planejar o turismo, a gente precisa saber das potencialidades, dos atrativos turísticos, dos serviços ofertados e dos equipamentos turísticos, como hotelaria, setor de bares e restaurantes, artesanato, atrativos naturais”, menciona Daniella.
“A importância da divulgação reside justamente no fato de que o primeiro passo para ter material suficiente é entender o que existe no município e em que condições o que existe se encontra. Aí sim a gente começa a priorizar o turismo, considerando as necessidades de adequações, de benfeitorias, de marketing, das melhorias das rotas e estruturação de novos roteiros turísticos, por exemplo”, ressalta a professora.
Andreza Azevedo
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