Ter, 03 de agosto de 2021, 14:16

UFS registra média anual de quase 19 pedidos de patentes desde 2011
Último ranking de depositantes nacionais coloca a UFS na 17ª posição
 As 11 solicitações realizadas até aqui em 2021 não constam nesse gráfico.
As 11 solicitações realizadas até aqui em 2021 não constam nesse gráfico.

A Universidade Federal de Sergipe registrou o primeiro pedido de patente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) em 3 de outubro de 1984. Desde então, a instituição já fez 221 depósitos e obteve 15 patentes. A maioria deles (111) ainda aguarda exame técnico.

Entre janeiro e julho deste ano, 11 solicitações foram feitas. Nesse período, a UFS conquistou quatro concessões relacionadas a pedidos de 2011, 2013, 2014 e 2015. Os dados são da Coordenação de Inovação e Transferência de Tecnologia (Cinttec) - setor interno responsável pelo assunto.

Segundo o Inpi, a patente é um título temporário que concede ao seu detentor “os direitos exclusivos sobre o bem, seja de um produto, de um processo de fabricação ou aperfeiçoamento de produtos e processos já existentes".

As patentes de invenção e de modelo de utilidade têm prazos de vigência de 20 e 15 anos, respectivamente, contados a partir da data de depósito do requerimento. A carta-patente é o documento que formaliza a concessão do título.

O tempo médio para a decisão do exame técnico do pedido leva mais de cinco anos, de acordo com dados do instituto de junho deste ano.

Média de depósitos


Para Antonio Martins, da Cinttec, avanço da UFS se deve à identificação da inovação como diretriz institucional e à ampliação do Pibiti e dos programas de pós. (foto: arquivo/Adilson Andrade/Ascom UFS)
Para Antonio Martins, da Cinttec, avanço da UFS se deve à identificação da inovação como diretriz institucional e à ampliação do Pibiti e dos programas de pós. (foto: arquivo/Adilson Andrade/Ascom UFS)

A média de depósito de patentes da UFS saltou de cerca de um (0,81) entre 1984 e 2010 para 19 (18,8) entre 2011 e 2020. Em número absolutos, constam 188 pedidos nesse último período. O avanço se deve à identificação da inovação como diretriz institucional e à ampliação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti) e dos programas de pós-graduação, apontou o coordenador da Cinttec, professor Antonio Martins.

“O crescimento e a consolidação da pós-graduação da UFS fizeram com que os mestrandos e doutorandos vissem as suas dissertações e teses não apenas como produtos acadêmicos, e sim como produtos que podem chegar ao mercado”, enfatizou Antonio.

Os cursos de mestrado e doutorado saltaram de 9 em 2004 para 77 em 2020, segundo os Relatórios de Gestão. A universidade foi a quinta melhor do Nordeste e a 37ª do país no Latin America University Rankings 2021. O levantamento considerou cinco critérios: citações, ensino, produção científica, perspectiva internacional e relações com o setor produtivo.

Com 152 ofertas, as bolsas do Pibiti cresceram 12,5% no ano passado em relação a 2019, de acordo com relatório de gestão de 2020. Por dois anos consecutivos, a instituição venceu uma das categorias do 15º e 16º Prêmio Destaque na Iniciação Científica e Tecnológica, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Inovação na UFS


“Inovação é quase uma marca da UFS por ter um dos programas de iniciação científica mais antigos do Brasil”, diz Lucindo Quintans, da Posgrap. (foto: arquivo/Paulo Marques/Ascom UFS)
“Inovação é quase uma marca da UFS por ter um dos programas de iniciação científica mais antigos do Brasil”, diz Lucindo Quintans, da Posgrap. (foto: arquivo/Paulo Marques/Ascom UFS)

O pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa, professor Lucindo Quintans, disse que a inovação e a transferência de tecnologia são áreas importantes para a UFS. Ele acrescentou que os pesquisadores buscam criar projetos que atendam às demandas da sociedade, a exemplo, os processos e produtos desenvolvidos pela instituição para enfrentamento à pandemia da covid-19.

“Então, a inovação é quase uma marca da nossa universidade por ter um dos programas de iniciação científica mais antigos do Brasil e de iniciação tecnológica também de maior destaque atualmente. Ganhamos prêmio nacional do CNPq nessa área pela qualidade das pesquisas que desenvolvemos”, ressaltou Lucindo.

“Isso demonstra que a universidade [não só] tem investido financeiramente, mas também na formação e qualificação dos nossos recursos humanos para que essa temática seja cada vez mais abraçada pela nossa comunidade e que traga frutos para a sociedade”, completou.

Ranking de depositantes


Paula Menezes é inventora de uma das quatro patentes concedidas à UFS neste ano. (foto: arquivo pessoal)
Paula Menezes é inventora de uma das quatro patentes concedidas à UFS neste ano. (foto: arquivo pessoal)

O último ranking de depositantes nacionais de pedidos de patentes de invenção do Inpi mostra que a UFS se posicionou em 17º lugar em 2019. Desde a primeira edição anual do ranking (2013), a única vez que a universidade não apareceu no levantamento foi em 2018. As colocações nos demais anos foram: 11ª (2013), 18ª (2014), 24ª(2015), 22ª (2016) e 17ª (2017).

Para Hélio Santa Rosa, chefe da seção do Inpi em Sergipe, o ranking é um indicador da participação das instituições na área da inovação. “É muito importante uma universidade ter um número de patentes depositadas considerável. A patente é um dos requisitos que indicam o grau de inovação de determinado parque tecnológico”, afirmou. Ele ainda destacou que a instituição “vem crescendo consideravelmente em comparação com todo o Brasil”.

Pós-doutoranda em Ciência da Propriedade Intelectual na UFS, Paula Menezes tem mais 21 pedidos de patentes no currículo. Neste ano, ela conseguiu com um grupo de pesquisadores da universidade a primeira carta-patente como inventora. Trata-se de um produto farmacêutico com fins analgésico e anti-inflamatório, fruto da pesquisa dela de mestrado.

O interesse pela inovação começou a partir da iniciação tecnológica na graduação. “Desde então, os produtos que eu desenvolvia no laboratório da área de tecnologia farmacêutica, a gente já escrevia os pedidos de patente e já solicitava junto à Cinttec”, contou.

Uma das finalidades da Cinttec é auxiliar os pesquisadores no processo de patenteamento de inventos, produtos e processos advindos de pesquisas.

Para Paula, o apoio da coordenação, por meio de capacitações e eventos, foi fundamental: “Eles deixam todos os pesquisadores munidos das informações necessárias, são bem presentes e ajudam em todo o processo. Então, isso facilita bastante”. Outro ponto essencial para obter a carta-patente, segundo ela, é confiar na potencialidade e saber escrever a proposta, além de acompanhar o processo.

Em 2013, foi criado o Programa de Pós-Graduação em Ciência da Propriedade Intelectual, que representou um avanço para a área. Mesmo assim, um desafio é ampliar a comunicação sobre o assunto para que a comunidade acadêmica identifique os potenciais inventivos nos projetos, segundo o professor Antonio Martins. “A gente tem que quebrar o paradigma de que a inovação está muito voltada para as ciências brutas, a parte de tecnologia, matemática e física”, destacou.

Na página da Cinttec, você pode conferir os procedimentos para comunicar a sua invenção à UFS. Em caso de dúvidas ou mais informações, entre em contato pelo telefone (79) 3194-7135 ou envie e-mail para patentes.ufs@gmail.com.

Abel Victor (Rádio UFS)
Luiz Amaro (edição)

comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Seg, 16 de agosto de 2021, 14:35
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