
Em 1961, com apoio do secretário da Educação, Cultura e Saúde Antônio Garcia Filho e assinatura do presidente Juscelino Kubitschek, foi autorizado o funcionamento do curso de Medicina em Sergipe. Estava instituída, então, a Faculdade de Ciências Médicas. Em 2021, o Departamento de Medicina da Universidade Federal de Sergipe celebra os 60 anos de existência do curso.
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Para marcar a data, foi realizada uma solenidade na Sala dos Conselhos Superiores, campus de São Cristóvão, na última sexta-feira, 10. Para o chefe do Departamento de Medicina (DME) Mário Adriano, antes mesmo da efetiva formação da UFS, a Faculdade de Ciências Médicas abriu um caminho para a medicina sergipana. "Não só foi a principal formadora de médicos do nosso estado, como também ela pode ser considerada uma mãe das demais escolas. E o curso em si acompanhou as transformações que o nosso estado foi sofrendo e, com isso, formando médicos cada vez mais preparados para a realidade e as necessidades da nossa população".

A programação especial foi planejada pela comissão de comemoração dos 60 anos do curso, coordenada pela professora Rosa Amélia Dantas. "Nos 50 anos nós comemoramos e agora, mesmo com a pandemia, achamos que deveríamos fazer um trabalho mais pontual e sem grandes festas, mas transmitido no YouTube porque não teremos platéias. É importante essa dedicação e a luta por um curso de Medicina cada vez melhor porque um curso com mais qualidade tem uma chance maior de contribuir de forma positiva para a formação desses alunos".
Na cerimônia, diversos professores que marcaram o curso ao longo dos anos foram homenageados. Receberam um troféu simbólico os docentes Amélia Maria Ribeiro de Jesus, Ângela Maria da Silva, Antônio Carvalho da Paixão, Eduardo Antônio Conde Garcia, Pedro Menezes Portugal, Manuel Hermínio de Aguiar Oliveira, Max Rollemberg Góis, Roque Pacheco de Almeida e Zulmira Freire Rezende.

Em nome dos colegas, o professor Antônio Paixão discurssou em agradecimento pela homenagem. "O curso de Medicina da UFS tem uma história muito bonita e eu tenho a honra de ter participado dessa construção, inicialmente como estudante em torno de 1968 e como docente desde abril de 1976. O dia a dia em contato com nossos futuros médicos fez com que eu persistisse até hoje como professor e o incrível é que após 45 anos ainda sinto a emoção de cada primeira aula como se estivesse no primeiro dia como professor, até porque sempre tem alunos que perguntam coisas que nesses 45 anos nunca perguntaram, mesmo com assuntos que a gente tem repetido durante todo esse tempo. E outra coisa importante é a homenagem à vida, então fiquei emocionado e agradeço a todos os colegas que escolheram não só meu nome como os demais homenageados".

"São pessoas que formaram gerações de médicos que contribuíram para a medicina do estado de Sergipe, e a UFS agradece por esses profissionais. Todos os cursos da universidade estão integrados, em uma estrutura multicampi e o principal é reconhecer que cada um deva ter as condições necessárias suficientes para o desesenvolvimento da capacidade intelectual e da formação profissional de todos, sobretudo olhando para a responsabilidade, a ética e o compromisso social", afirma o vice-reitor Rosalvo Ferreira.

O evento, ainda restrito na quantidade de público por conta da pandemia, contou com alguns convidados e representantes de órgãos da sociedade sergipana. O corregedor do Conselho Regional de Medicina, José Elerton Aboim, representou o órgão. "É uma jornada já bem longa e acho que o curso de Medicina da UFS construiu um caráter sergipano de medicina, né? Sempre há presença de professores e obviamente existe uma parceria no sentido de eventos que são realizados em conjunto, principalmente na questão da formação ética dos alunos, então são oferecidos atividades que também abrangem a presença de valores da medicina".
Programação online

Além do evento presencial na sexta-feira, a comissão de comemoração dos 60 anos organizou um segundo dia com atividades totalmente remotas. A manhã do sábado, 11, contou com três paineis temáticos abertos ao público.
O Diretório Acadêmico de Medicina também participou do planejamento da programação especial. De acordo com a vice-coordenadora Júlia Salgado, a principal ação foi dar apoio na organização das atividades. "Recebemos o convite e atuamos muito ajudando a construir o documentário exibido e a organizar o evento. Estou muito realizada, muito feliz, e foi muito legal o evento".
A transmitssão foi por meio do canal do YouTube da TV UFS. Professores, alunos e convidados debateram os temas e houve parceria com outros departamentos da UFS, como Fisiologia, Morfologia e Psicologia.

A estudante do 8º período do curso, Gabriela Salazar, acompanhou toda a comemoração. "São seis décadas de construção em uma universidade com destaque em nível nacional e também internacional e acompanhar essa comemoração é um símbolo enorme. Representa o lugar que eu amadureci em vários aspectos, não só acadêmicos, mas o aspecto pessoal também. Então comemorar junto com pessoas que eu admiro muito, professores que me ensinaram demais, é uma grande honra".
Letícia Nery - Ascom UFS
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