Com o objetivo de movimentar a cultura e a arte nos campi da Universidade Federal de Sergipe, estudantes que possuem talentos ou habilidades para a música, dança, teatro, artes plásticas, contação de histórias prosa e poesia, dentre outros, podem apresentá-los para as comunidades interna e externa nas dependências da universidade. A iniciativa é do projeto de extensão do Departamento de Música “Alunos Artistas” que, desde 2019, reúne apresentações culturais contribuindo para a divulgação do trabalho artístico-cultural dos discentes.

Criado para ser um projeto de modelo presencial, cerca de 25 estudantes realizaram apresentações autorais dentro e fora da UFS no ano de lançamento, a exemplo do Natal Iluminado na Praça Fausto Cardo e de apresentações com a Orquestra da UFS no Teatro Tobias Barreto, mas a pandemia de COVID-19 conduziu a dinâmica para um formato remoto.

“A ideia do projeto era de, para além das atividades acadêmicas, reconhecer e valorizar o trabalho dos alunos artistas que estão na universidade, fazendo com que houvesse uma maior aproximação da cultura e da arte nos campi. Com a pandemia, tivemos que reestruturá-lo, mas mantivemos o foco e os alunos continuaram a fazer as apresentações e homenagens virtuais, como o Aniversário da UFS, Festejos Juninos e Especiais de Natal”, explica Guidionaldo Lirio Júnior, servidor técnico-administrativo e coordenador adjunto do projeto.

Atuando no cenário musical há oito anos, Audrey Cauan ainda era estudante de Geografia quando ingressou no projeto de extensão e, hoje, formado, atua como voluntário no acolhimento de novos alunos artistas. Ele relata que o projeto, além de lhe possibilitou uma aproximação com a universidade, fez com que encarasse a música com mais determinação e profissionalismo.

“Como estudante de um curso noturno, em que a maioria vai às aula após outras atividades, eu não vivenciava os espaços da UFS e aquilo me incomodava bastante. Quando surgiu a oportunidade de participar do projeto, de fazer músicas autorias e apresentações dentro e fora dos campi, houve uma motivação para colocar em prática o meu trabalho como músico. Assim, nos seis primeiros meses do projeto, participei de apresentações presenciais junto à OSUFS e, no isolamento da pandemia, pude levar música à casa das pessoas, compartilhando um pouco de alegria e de presença num momento tão difícil para todos nós. Aquilo mudou a minha forma de ver a importância da arte e da cultura na vida das pessoas”, conta Audrey.

Estudante do curso de Teatro na UFS, késia Rodrigues também ingressou no projeto desde o início e conta que, graças a ele, conseguiu participar de um edital para o lançamento do seu próprio EP.

“Apesar da graduação em Teatro, estudo música desde a infância e achei a ideia do projeto muito importante para quem atua ou pensa em atuar com a arte. Participo desde o início e, desde então tem sido uma oportunidade de vivenciar os espaços universitários além das salas de aula. A participação nos grupos para a realização de eventos e apresentações presenciais e online, bem como o fato de compartilhar essa experiência com outras pessoas é muito gratificante. Além disso, graças ao projeto, que incentiva a produção autoral em diversas áreas, pude concorrer a um edital para o lançamento do meu EP”, explica Késia.

O coordenador adjunto do projeto Alunos Artistas ressalta a importância do projeto e explica que almeja uma segunda edição em breve.

“Foi notório o desenvolvimento dos estudantes perante o trabalho que já desenvolviam ou passaram a desenvolver através da música, do teatro e de tantas outras manifestações artísticas. Trazer a arte e a cultura para o ambiente universitário é, de fato, motivador e necessário, pois proporciona à comunidade o ambiente de acolhimento cultural. Neste momento, ainda estamos realizando algumas atividades remotas com os alunos artistas da primeira edição, mas almejamos uma segunda edição tão frutífera quanto a primeira e, quando possível, estaremos recebendo outros estudantes”, explica Guidionaldo Júnior

Colaboração externa

O projeto Alunos Artistas foi criado em 2019 pelo técnico administrativo Felipe Harder, violinista da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMS) que esteve cedido para a UFS para a direção do Departamento de Música. Com o seu retorno à lotação de origem, ele passou a coordenar o projeto de forma externa.

“Este projeto é construído por participações ativas, pelo coletivo, pois não se faz arte sozinho. Sendo assim, mesmo estando num outro estado, continuo mantendo contato com o grupo e ajudando no que é necessário para que essa motivação não se perca. Essa primeira fase foi muito promissora e esperamos que, num próximo momento, possamos retomar as atividades com outros grandes talentos”, explica Felipe.

Jéssica Vieira

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