Qua, 15 de fevereiro de 2023, 14:27

UFS e Lacen realizam pesquisa sobre varíola dos macacos
Professor Paulo Martins, do Departamento de Educação em Saúde, coordenou o estudo pela UFS

O Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe (Lacen) divulgou uma pesquisa científica realizada em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS) sobre o contágio da varíola dos macacos (Monkeypox). Focado no caso sergipano, o estudo é dirigido à análise da doença entre crianças e adolescentes. Gerido pela Fundação de Saúde Parreiras Horta (FSPH), o Lacen é vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (SES).

O material foi publicado na última semana de janeiro na revista internacional Journal of Pedriatics and Child Health (Revista de Pediatria e Saúde de Crianças e Adolescentes). Sua elaboração ficou a cargo do pesquisador Paulo Martins, professor do Departamento de Educação em Saúde da UFS, juntamente com pesquisadores do Lacen da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

Conforme avaliação dos dados, a prevalência de Monkeypox em crianças e adolescentes com idade até 18 anos no estado foi quatro vezes maior do que a estimativa geral no Brasil. Os dados sugerem uma mudança no perfil epidemiológico da Monkeypox em algumas áreas geográficas. Outra observação destaca a necessidade de melhorar a vigilância da doença entre a população, por meio de medidas educativas e preventivas para quem cuida de crianças.

“Esses achados podem indicar uma mudança de perfil epidemiológico da doença em algumas regiões, uma vez que nós também temos visto uma maior ocorrência de monkeypox entre mulheres em Sergipe em comparação a outros lugares”, reitera o pesquisador Paulo Martins.


Paulo Martins é professor do Departamento de Educação em Saúde da UFS. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Paulo Martins é professor do Departamento de Educação em Saúde da UFS. (Foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

De acordo com a gerente de Biologia Molecular do Lacen, Gabriela Bezerra, o trabalho tomou por base a vigilância laboratorial feita a partir das amostras de lesões dos pacientes. “Realizamos esses testes da pesquisa junto com a nossa rotina diária, que é executada por profissionais treinados do Lacen”, destaca a gerente.

Entre os casos notificados, quinze apresentaram resultado positivo em menores de 18 anos. Todas as crianças apresentavam lesões cutâneas e/ou nas mucosas, nos membros superiores e/ou inferiores, no tronco, na face, na mucosa oral e na região inguinal. Contudo, não foram registradas internações nem óbitos.

Segundo o superintendente do Lacen, Cliomar Alves, foram analisados todos os casos de suspeita de Monkeypox enviados ao laboratório. Foram observados sintomas, idade, gênero, localização da lesão, ou até mesmo se houve histórico de viagem. “As pesquisas são fundamentais para termos um panorama da propagação da Monkeypox e também para contribuir com as ações do Estado e municípios no controle da doença”, conclui.

Sintomas da Monkeypox

Os sintomas mais comuns são febres, dores de cabeça e aumento de linfonodos, além de lesões de pele. A erupção na pele passa por diferentes estágios, e pode se parecer com varicela (catapora) ou sífilis.

No entanto, foram notadas diferenças entre os sintomas a depender da faixa etária e na forma como eles aparecem. “Em crianças, a maioria das lesões ocorre no peito, costas, braços, pernas e até mesmo na face. Esses resultados são importantes, uma vez que trazem um alerta da ocorrência da doença entre crianças e adolescentes e é preciso que pais e professores fiquem atentos, especialmente por se tratar de um período de retorno às atividades escolares", aponta Paulo Martins.

Ascom UFS - Com informações da SES


Atualizado em: Qua, 15 de fevereiro de 2023, 14:54
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