Há cerca de 20 anos, Jaime Monteiro, do município sergipano de Arauá, transforma matéria bruta, como a casca do coco, em obras de arte. Nesta quarta-feira,10, o artesão recebeu o certificado de Grau de Mérito Universitário Especial em Saberes e Fazeres em Artes e Cultura Popular da Universidade Federal de Sergipe, durante evento que homenageou também os demais mestres da mesma categoria.
“Fico muito emocionado porque o artesão, às vezes, não é muito valorizado. Eu, como sou um principiante e eterno aprendiz do artesanato, estou bem satisfeito com o certificado e a homenagem”, afirma o artista.
O evento “Arte e Sons para a vida: com carinho aos mestres em Saberes e Fazeres e em Artes e Cultura Popular da UFS” foi organizado pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura, por meio da Coordenação de Tecnologias Sociais e Ambientais (CTSA/Proex). A atividade teve como objetivo homenagear os mestres e proporcionar acolhimento e reforçar o sentimento de pertencimento à universidade.
O vice-reitor da UFS, Rosalvo Ferreira, afirma que a ação é fundamental para promover esse tipo de interação. “Esse é um momento de estabelecer uma espécie de abraço para aqueles que já são nossos parceiros, pessoas queridas, e, ao mesmo tempo, criar laços para que eles possam desenvolver atividades durante o ano na universidade”.
A pró-reitora de Extensão e Cultura, Sueli Pereira, explica como foi a iniciativa de organizar o evento. “Convidamos todos os mestres certificados pela universidade de vários municípios do estado. Essa é uma iniciativa que pretendemos continuar, pois foi um evento de integração, momento de trazer os mestres para a universidade, já que eles farão atividades ao longo do ano junto à universidade, em todos os campi. Foi um momento de alegria”.
O evento contou com a apresentação da Orquestra Sinfônica e Coro da UFS, preenchendo o hall da Reitoria de música. “A universidade faz a sua própria orquestra e coro com alunos bolsistas e voluntários e, assim, dinamiza a prática de tocar instrumentos e a oportunidade de fazer espetáculos artísticos. A gente pesquisa um repertório que seja cada vez mais integrado com o público que escuta e não é apenas música clássica, longe disso. É um repertório amplo que tem uma interrelação social muito mais profunda. E essa é a função da orquestra, é fazer música de boa qualidade e de todas as esferas”, explica o regerente da OSUFS, Ion Bressan.
O estudante de Química da UFS, Fernando Amado, ficou sabendo do evento por meio de um amigo e ficou encantado com a apresentação. “Eu meio que estou iniciando o gosto pela música. E é muito bom escutar o coro, a solista, acho muito interessante. O evento foi bem legal”.
Após a apresentação da orquestra, houve também demonstração de mestres bacamarteiros, uma manifestação popular bastante comum em Sergipe.
"Essa ação abre uma série de encontros com os nossos mestres de Saberes e Fazeres em Arte e Cultura Popular. O encontro é para chamar, acolher e aconchegar. Tudo isso com música, que faz bem para a alma”, diz a coordenadora de Tecnologias Sociais e Ambientais, Tereza Raquel Sena.
Os mestres de saberes e fazeres foram certificados por meio de uma comissão, através de editais que avaliavam os mestres de acordo com o seu conhecimento ancestral, popular, e com a sua história de vida. Desta forma a universidade, local aberto ao conhecimento, se une com a cultura popular.