
A Universidade Federal de Sergipe (UFS), em parceria com a Prefeitura de São Cristóvão, está desenvolvendo o projeto 'Nadando com as Marisqueiras da Cidade Mãe', que oferece aulas de natação a mulheres que vivem da coleta de mariscos na região. A iniciativa visa promover segurança aquática, autoconfiança e qualidade de vida para trabalhadoras que passam boa parte do dia em ambientes aquáticos, mas que, em sua maioria, nunca haviam aprendido a nadar.

O projeto atende dez marisqueiras de diferentes localidades do município, que participam de aulas duas vezes por semana na piscina da UFS. Além do acompanhamento técnico, elas recebem kits de natação e transporte para os encontros. As atividades são conduzidas pelo professor Afrânio Andrade Bastos, do Departamento de Educação Física (DEF/UFS), com o apoio de estudantes da universidade.
Durante visita ao projeto nesta segunda-feira, 10, o reitor da UFS, professor André Maurício, destacou o caráter formativo e comunitário da ação.
“Essa parceria com a prefeitura de São Cristóvão mostra o papel da universidade como instituição aberta à sociedade. Ao mesmo tempo em que as marisqueiras aprendem a nadar e ganham mais segurança, nossos estudantes vivenciam na prática o que aprenderam, participando de uma ação comunitária fundamental”, afirmou.

A diretora de Aquicultura do município, Elaine de Jesus, explicou que o projeto surgiu a partir de visitas técnicas às comunidades e da escuta das próprias marisqueiras.
“Percebemos o risco que essas mulheres correm diariamente, já que muitas trabalham no mangue e não sabem nadar. A partir dessa realidade, buscamos a UFS e, juntos, construímos essa iniciativa. Hoje temos dez marisqueiras participando das aulas e os resultados são significativos: elas relatam melhora física, emocional e até social. Muitas já não sentem mais dores nas costas e dizem estar mais dispostas e confiantes”, contou.


A marisqueira Maria de Lourdes dos Santos, participante do projeto, relatou as transformações que vem sentindo desde o início das aulas.
“Está me ajudando muito, principalmente no meu psicológico. Eu chego em casa mais leve, durmo melhor e fico ansiosa pra vir pra próxima aula. Antes, eu não sabia nadar, só entrava na água com medo. Agora já sei alguns movimentos e me sinto mais segura no trabalho”, disse.


De acordo com o professor Afrânio Bastos, o principal objetivo é proporcionar domínio e segurança no meio líquido, considerando o ambiente de trabalho das marisqueiras.
“Nosso foco inicial era garantir que elas soubessem nadar com segurança, já que trabalham em locais com correntezas e riscos de afogamento. Mas o projeto foi além: hoje vemos ganhos sociais, físicos e emocionais. Elas estão mais seguras, socializam, e muitas relatam melhoras na saúde e na autoestima”, destacou o coordenador.

Com o sucesso do projeto piloto, UFS e Prefeitura de São Cristóvão já planejam a ampliação das turmas para atender mais marisqueiras do município.
Ascom UFS
