Ter, 31 de outubro de 2017, 15:58

Eficiência Energética na UFS
Angelo Roberto Antoniolli

Nos últimos anos, a Universidade Federal de Sergipe enveredou pelo caminho do crescimento com sustentabilidade. Foi uma decisão devidamente planejada desde que assumimos a reitoria. Externamente, intensificou as relações interinstitucionais, possibilitando maior ingresso de recursos e maior divulgação de suas potencialidades. Em alguns aspectos, a UFS parecia encolhida, embora tivesse tanto o que mostrar fora de seus muros. Melhorias nas estruturas físicas foram ou estão sendo realizadas nas suas treze unidades graças, sobretudo, à captação de recursos para o processo de expansão e melhoramento.

Nesse sentido, além de ações em outras áreas que nos levam à sustentabilidade, diversas ações dentro do Programa de Eficiência Energética da UFS já foram implementadas e outras importantes propostas para o crescimento e desenvolvimento estão sendo discutidas e aplicadas, como é o caso do projeto de construção da subestação elétrica SE UFS 69kV e da implementação dos sistemas fotovoltaicos do Departamento de Engenharia Elétrica – DEL, da Biblioteca Central – BICEN e do prédio da Didática V no Campus São Cristóvão. É apenas o início de uma etapa.

O maior dispêndio da Universidade Federal de Sergipe com a aquisição de serviços é o de fornecimento de energia elétrica. No ano de 2016 foram gastos cerca de R$ 9,75 milhões com esse insumo (considerando os impostos federais, responsáveis por R$ 517 mil). Isto representou uma elevação de 29% em relação a 2014, quando a UFS gastou aproximadamente R$ 7 milhões em energia elétrica.

Para diminuir esse impacto, a UFS está executando projetos estruturantes de grande envergadura, como a construção da subestação de alta tensão 69kV, acima citada, a um custo de R$ 5.318.736,91, e os projetos de geração elétrica limpa de origem fotovoltaica instalados nos prédios do DEL, BICEN e DIDATICA V a um custo aproximado de R$170.000,00 cada. Todos esses projetos permitirão reduzir em aproximadamente 35% os custos atuais com energia elétrica do campus de São Cristóvão. E não haveremos de parar por aí.

A UFS atualmente também está desenvolvendo projetos importantes que serão implementados em 2018-2019 como a Usina Térmica a Gás Natural em parceria com a SERGÁS e o Parque Fotovoltaico de 1MW que será instalado no Campus do Sertão.

Com a evolução da sociedade e o avanço das tecnologias, a demanda mundial por energia cresce de maneira exponencial, formando um grande descompasso entre a geração e o consumo. Com a proximidade da diminuição e possível esgotamento da fonte hidráulica, o encarecimento das fontes fósseis e o risco da utilização de fontes nucleares, defendidas por alguns e contestadas por outros, as energias renováveis sem queima estão se tornando cada vez mais competitivas tanto em custo quanto em ganho de escala por não gerarem resíduos, não dependerem de combustíveis produzidos pelo homem e não afetarem de forma dramática a atmosfera terrestre. Em suma, é a busca pela sobrevivência humana e do próprio planeta Terra. Uma Universidade que se preza deve estar atenta a tudo isso.

Das energias renováveis, a que melhor se adapta para aplicação em meios urbanos é a solar fotovoltaica por não requerer manutenção constante, não afetar a vida cotidiana das pessoas e ainda, não necessitar de um local específico para sua instalação, podendo ser inserida em coberturas de edificações, sobre telhados de estacionamentos, áreas não produtivas próximas ao local de consumo etc.

O Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede (SFCR) instalado no prédio de Engenharia Elétrica – DEL da UFS tem uma potência nominal de 42,24kWp e usa uma estrutura sub-base com suportes fixos metálicos de alumínio galvanizados inox. O sistema esta constituído de 128 placas fotovoltaicas de 330Wp cada e 2 inversores de 27kW. Esse sistema haverá de gerar uma energia mensal aproximada de 5.700 kWh/mês suficiente para fornecer energia elétrica a 30 residências familiares, como afirma o professor Milthon Serna Silva, que está à frente de uma equipe trabalhando nessa área.

A responsabilidade que nos pesa, a todos nós que temos uma parcela por mínima que seja da gestão universitária, é muito grande. E dela não abriremos mão. É nosso dever, em conjunto, lutar cada vez mais pelo crescimento com sustentabilidade. Na UFS encontra-se um quadro de professores/pesquisadores da melhor qualidade. Mestrandos e doutorandos com os seus respectivos orientadores devem estar imbuídos de oferecer à sociedade sergipana produtos eficazes e eficientes advindos de seus projetos de pesquisa, inclusive em diversas áreas que nos levem ao crescimento com sustentabilidade.

As Instituições de Ensino Superior não devem se furtar a servir de modo o mais consentâneo possível à comunidade acadêmica e à sociedade em geral. Do contrário, estarão fadadas a se tornar Instituições do tipo caramujo, que se fecham em torno de si mesmas. Não é isso o que queremos para a UFS. Queremos estar na dianteira, abrindo portas e iluminando caminhos.

*Reitor da UFS.


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