Em evento aberto ao público, a Universidade Federal de Sergipe, juntamente com o Ministério Público Federal no Estado e a Ordem dos Advogados do Brasil de Sergipe, realiza audiência pública para discutir o assédio sexual no meio acadêmico. O evento aconteceu na noite da segunda-feira, 27, no auditório da Reitoria na Cidade Universitária.
Essa é a última, de três audiências – que começaram no dia 16 de maio e foram realizadas em outras instituições –, que possuem como objetivo promover a discussão referente a ações efetivas para prevenção e enfrentamento do assédio sexual no meio acadêmico.
A procuradora Regional dos Direitos do Cidadão do MPF/SE, Martha Figueiredo, conta que a relevância da ação se dá pela realidade que há na sociedade. “A universidade é um ambiente que não está separado da sociedade e, assim como existe violência de gênero nos espaços públicos e privados, ela também vai existir nas universidades”.
Martha aponta ainda outro objetivo do evento. “Quebrar o tabu e o mito existentes em torno desse assunto. O assédio é uma realidade e é tratado como se não existisse. Por isso, é preciso suscitar o debate dentro do meio acadêmico para que tenhamos consciência do que é [assédio sexual], como se caracteriza e quais são as medidas que devemos tomar”, relata.
Assédio no Brasil
Entre as mulheres brasileiras, 86% já sofreram assédio em público. É o que revela uma pesquisa divulgada em 2016 pela organização ActionAid. Das 503 mulheres entrevistadas, metade relataram que já foram seguidas nas ruas.
Além disso, a pesquisa mostra também que 44% tiveram seus corpos tocados, 37% falaram que homens se exibiram para elas, e 8% foram vítimas de estupro. Quando analisadas as formas de assédio, o assobio possui o maior índice, com 77%; seguido de olhares insistentes (74%), comentários de cunho sexual (57%) e xingamentos (39%).
Ascom
comunica@ufs.br