Seg, 25 de maio de 2020, 18:00

UFS e estado firmam parceria em projeto de acompanhamento da contaminação e impactos da pandemia em Sergipe
Em videoconferência, foram apresentados os objetivos e resultados esperados da ação

A Universidade Federal de Sergipe firmou uma parceria com o governo do estado para o desenvolvimento de um projeto que visa acompanhar o grau de contaminação e os impactos do novo coronarívurs em Sergipe.

Subdividido em três vertentes, o projeto terá duração de um ano e consiste em monitorar o nível de infecção por Covid-19, identificando-se a prevalência em quinze municípios, estimar os impactos socioeconômicos da pandemia no estado e o acompanhar de impactos sociais sobre populações vulneráveis.


15 municípios que serão monitorados quanto à evolução da prevalência de infecção por Covid-19
15 municípios que serão monitorados quanto à evolução da prevalência de infecção por Covid-19

“A universidade sozinha não teria como viabilizar a realização das diversas ações que estão sendo propostas. Esse projeto é mais uma demonstração da contínua interação da UFS com a comunidade”, assinalou o vice-reitor Valter Santana.

Os recursos para execução do projeto partiram de uma emenda da bancada parlamentar sergipana, mais especificamente do senador Alessandro Vieira, que direcionou o montante de R$4.160.000,00 para o projeto a ser desenvolvido pela universidade. “Ao longo dos anos criamos laços institucionais com a bancada federal que destina regularmente recursos do orçamento da União, por meio das emendas, para o desenvolvimento de ações específicas na UFS”, explicou ainda o vice-reitor.


Adriano Antunes, diretor do CCBS e coordenador do subprojeto de monitoração de infectados (Fotos: Adilson Andrade/AscomUFS)
Adriano Antunes, diretor do CCBS e coordenador do subprojeto de monitoração de infectados (Fotos: Adilson Andrade/AscomUFS)

Subprojeto 1: monitoração de infectados

Além de estimar o percentual da população infectada, o primeiro subprojeto, Evolução da prevalência de infecção por SARS-CoV-2 em Sergipe, também tem como intuito analisar a evolução quinzenal da prevalência desses infectados em Sergipe em um período de 45 dias, através de 12.000 testes divididos por cada um dos municípios, dentre estes: Aracaju, Nossa Senhora do Socorro, São Cristóvão, Estância, Propriá, Itabaiana, Lagarto e Nossa Senhora da Glória.

"Ampliar a testagem é um fator determinante para definir as políticas públicas sociais e de saúde. Além disso, ainda faz-se necessária a validação dos diferentes métodos de testagem nos diferentes países o que pode levar a uma estimativa equivocada da real prevalência de infectados, sendo esse um estudo que irá contribuir enormemente também nesse sentido", pontua o professor Adriano Antunes, diretor do CCBS e coordenador do projeto de monitoração de infectados.


"Será realizada uma amostragem heterogênea e, consequentemente, representativa, para que seja possível saber qual a real situação do estado", explica Lucindo Quintans, pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
"Será realizada uma amostragem heterogênea e, consequentemente, representativa, para que seja possível saber qual a real situação do estado", explica Lucindo Quintans, pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa

Segundo o pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa, Lucindo Quintans, como não há como avaliar todos os municípios de Sergipe, será realizada uma amostragem heterogênea e, consequentemente, representativa, para que seja possível saber qual a real situação do estado.

“Os inquéritos epidemiológicos servem para dar base aos gestores públicos sobre qual o perfil da contaminação dos pacientes de Sergipe. Vamos saber exatamente quais as localidades onde temos mais ou menos contaminação e isso pode determinar medidas restritivas ou de abertura do comércio, de lockdown, ou outros direcionamentos”, explica.


Logo do projeto EpiSergipe produzida pela professora Germana Gonçalves, da EditoraUFS
Logo do projeto EpiSergipe produzida pela professora Germana Gonçalves, da EditoraUFS

Subprojeto 2: impactos socioeconômicos

O segundo subprojeto, Evolução da contaminação e estimação de impactos socioeconômicos da pandemia de Covid-19 em Sergipe, além de propor a construção de cenários frente a evolução dos casos, também busca avaliar os impactos econômicos decorrentes da pandemia a partir de modelo de simulação e acompanhar a evolução de três modalidades de crimes no âmbito do estado: homicídios, roubos e furtos e violência doméstica.


Luiz Carlos de Santana Ribeiro, professor do Departamento de Economia (Foto: Arquivo pessoal)
Luiz Carlos de Santana Ribeiro, professor do Departamento de Economia (Foto: Arquivo pessoal)

De acordo com o professor do Departamento de Economia (DEE), Luiz Carlos de Santana Ribeiro, esse subprojeto impacta de duas grandes formas na vida da população sergipana. "A primeira é fazer a projeção de números de casos de infectados, mortos e curados no estado, informações necessárias para orientar políticas de saúde. Por exemplo: à medida que se faz a projeção crescente do número de casos, isso pode ser confrontado com a disponibilidade do número de leitos, para saber se há ou não a necessidade de ampliação”.

“A segunda seria estimar os impactos econômicos da paralisação, ou seja, decorrentes das medidas de isolamento social por conta da disseminação do vírus; identificaríamos os setores econômicos de Sergipe mais impactados e, junto com a equipe de saúde do projeto, pensaríamos em possíveis medidas de retomada com segurança”, conclui.


Os impactos da pandemia são ainda mais desafiadores para aqueles que já viviam em situação de exclusão, pobreza e desigualdade”, afirma a coordenadora dos Observatórios Sociais, Karyna Sposato
Os impactos da pandemia são ainda mais desafiadores para aqueles que já viviam em situação de exclusão, pobreza e desigualdade”, afirma a coordenadora dos Observatórios Sociais, Karyna Sposato

Subprojeto 3: populações vulneráveis

Impactos sociais sobre populações vulneráveis de Sergipe é o terceiro e último subprojeto, que tem como intuito o acompanhamento da evolução dos casos de Covid-19 na população carcerária (masculina e feminina), na população de adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas, na população de rua e na população de idosos vivendo em Instituições de Longa Permanência (ILP).

Para Karyna Sposato, professora do Departamento de Direito (DDI) e coordenadora dos Observatórios Sociais, além de acompanhar e descrever os principais problemas e desafios relacionados a essas populações vulneráveis, espera-se indicar soluções e políticas públicas adequadas. “É importante destacar que a pandemia produz impactos em todos os aspectos da vida social, mas, sem dúvida, tais impactos são ainda mais desafiadores para aqueles que já viviam em situação de exclusão, pobreza e desigualdade”, afirma.

Essa ação da UFS é inspirada em um projeto originalmente desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) intitulado “Evolução da prevalência de infecção por COVID-19 no Rio Grande do Sul: estudo de base populacional – EPICOVID-19”.

Para informações relacionadas, acesse: coronavirus.ufs.br

Ascom

comunica@ufs.com


Atualizado em: Qua, 27 de maio de 2020, 18:22

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