Qua, 07 de abril de 2021, 11:30

Egresso da UFS conquista primeiro lugar em prêmio de inovação de Portugal
Pesquisador receberá 600 mil euros para desenvolvimento de projeto ligado à identidade digital
João Marcos desenvolverá o projeto Identidade Digital Inclusiva Não Autoritativa. (fotos: Rui Ochoa/Presidência da República de Portugal)
João Marcos desenvolverá o projeto Identidade Digital Inclusiva Não Autoritativa. (fotos: Rui Ochoa/Presidência da República de Portugal)

O sergipano João Marcos Cardoso da Silva, egresso do curso de Ciências da Computação da Universidade Federal de Sergipe (UFS), foi o grande vencedor do Prêmio de Inovação IN3+, uma iniciativa da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM), em Portugal, cuja premiação tem valor total de um milhão de euros para três soluções inovadoras nas áreas da inteligência artificial, nanotecnologia e comunicação digital.

João Marcos conseguiu a premiação de 600 mil euros para desenvolvimento do projeto Identidade Digital Inclusiva Não Autoritativa (Idina), uma plataforma digital que fornece ferramentas para que instituições locais, como escolas e hospitais, registrem o nascimento e a vivência dos cidadãos em zonas menos desenvolvidas.

Pela plataforma, essas populações poderão pedir facilmente a sua identificação oficial a entidades estatais, assegurando o direito ao registro de identidade. Atualmente, João Marcos é pesquisador, professor convidado da Universidade do Minho e visiting fellow da Universidade das Nações Unidas.

“O meu projeto começou a ser pensado há aproximadamente dois anos e meio, enquanto trabalhava em uma outra ação nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). De lá para cá, tenho trabalhado em outros projetos na área de sistemas de identidade, nomeadamente, em implementações do que virá a ser o standard internacional das carteiras de motorista digitais”, afirma.

“Sobre o projeto Idina, ele tenta dar resposta a uma realidade que atinge cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo, que é não ter um documento válido de identificação. A consequência disso é que essas pessoas estão limitadas no acesso a serviços essenciais, como cuidados de saúde e educação, além dos processos políticos e da atividade econômica”, detalha o pesquisador.

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O Prêmio de Inovação IN3+ é uma iniciativa da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM), em Portugal
O Prêmio de Inovação IN3+ é uma iniciativa da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM), em Portugal

De acordo com ele, as razões para este cenário são várias, mas quase sempre se refletem na incapacidade do Estado de alcançar todos os seus cidadãos. “Existem estruturas sociais tradicionais que complementam, ou mesmo substituem, o estado na prestação de serviços públicos, a exemplo de lideranças religiosas. O que nós queremos é criar um sistema de informação capaz de mapear essas relações de confiança para proporcionar aos cidadãos a capacidade de se identificarem formalmente. Para isso, iremos usar entidades, a exemplo de ONGs, como fonte de informação sobre essas pessoas”, explica João Marcos.

Para a edição deste ano, foram submetidas 87 candidaturas ao Prêmio de Inovação IN3+, e, desde a submissão, houve uma sessão de apresentação de detalhes do projeto aos membros do júri, que selecionaram três propostas como as ganhadoras.

Na semana passada foi feito o evento final, no qual foi divulgada a ordem dos ganhadores com a presença do Presidente da República e do Primeiro Ministro portugueses. “O meu projeto ficou em primeiro lugar, recebendo um financiamento de 600 mil euros para a concretização da ideia”, comemorou João Marcos.

Os outros dois finalistas foram o projecto AICeBlock, coordenado pelo investigador André Carreiro, da Fraunhofer Portugal, que pretende criar uma plataforma para fomentar a confiança em aplicações de base em inteligência artificial, e o Highlight, do laboratório de nanofotónica de Manuel J. Mendes, da Universidade Nova de Lisboa, que propõe desenvolver uma tinta para manipular a luz, dando a possibilidade única de variação óptica visível ou invisível ao olho humano. A tinta poderá ser aplicada em todo o tipo de documentos e selos de segurança.

Andreza Azevedo

comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Qua, 07 de abril de 2021, 11:55