Poucas pessoas conhecem os riscos da esquistossomose, a doença do caramujo. Inicialmente assintomática, a enfermidade pode evoluir para complicações graves e até levar o paciente a óbito. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a doença é endêmica no estado e, por isso, é preciso seguir algumas orientações para evitar a contaminação com o parasita, Schistosoma mansoni.

Preocupado com essa situação, o Centro Acadêmico de Medicina Dr. Augusto César Leite da Universidade Federal de Sergipe mobilizou os estudantes para participar de ações de prevenção à esquistossomose em São Cristóvão. A iniciativa irá ocorrer nesta quinta-feira, 31, das 13h às 17h, na praça do conjunto Rosa Elze, onde será montado um stand para esclarecer dúvidas da população.

As ações fazem parte do projeto “Ação Social e Educação em Saúde”, que conta ainda com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde e MedShop. Participam desta edição 25 estudantes de Medicina, sob a orientação da professora Luciene Barbosa, uma das maiores pesquisadoras da esquistossomose no estado.

Para um dos idealizadores do projeto, Manoel Barroso Mendes Júnior, coordenador geral do Centro Acadêmico de Medicina, o objetivo da iniciativa é aproximar os estudantes do curso à comunidade, levando até ela os conhecimentos que adquiriram na universidade.

“É importante que todos nós, estudantes de Medicina, reconheçamos o papel e a função social da universidade. Estudamos para poder intervir na sociedade, principalmente naquelas comunidades que vivem no entorno da universidade. Esse é o nosso compromisso social com a população sergipana”, destaca Mendes Júnior.

O projeto

O projeto “Ação Social e Educação em Saúde” tem duas fases. A primeira é centrada na capacitação dos estudantes que participarão da iniciativa; a segunda, são as ações de conscientização da população. Em seu segundo ano de execução, o projeto já realizou ações voltadas para a prevenção do câncer de mama, no 'Outubro rosa', promoção da saúde do homem, no 'Novembro azul', e prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e HIV, no 'Dezembro vermelho'.

Esquistossomose

A esquistossomose mansoni é uma doença parasitária, causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni, cujas formas adultas habitam os vasos mesentéricos de humanos e as formas intermediárias se desenvolvem em caramujos aquáticos. Trata-se de uma doença, inicialmente assintomática, que pode evoluir para formas clínicas extremamente graves e levar o paciente a óbito. A magnitude de sua prevalência, associada à severidade das formas clínicas e a sua evolução, conferem a esquistossomose uma grande relevância como problema de saúde pública.

No Brasil, estima-se que cerca de 1,5 milhão de pessoas vivem em áreas sob o risco de contrair a doença. Os estados das regiões Nordeste e Sudeste são os mais afetados, sendo que a ocorrência está diretamente ligada à presença dos moluscos transmissores. De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre 2003 e 2013, em Sergipe, 184 pessoas morreram por causa da enfermidade.

Centro Acadêmico de Medicina da UFS