Para além da sala de aula, o aprendizado in loco é uma experiência que potencializa a formação nas mais diversas áreas. Nesse sentido, alunos matriculados na disciplina de Biologia de Conservação participaram, entre os dias 19 e 26 de março, de visitações técnicas com destino ao Parque do Falcões, no município sergipano de Itabaiana, com o objetivo de visualizar diretamente tópicos como manejo e gerenciamento de populações, conservação e ecossistemas das aves de rapina.
De acordo com a professora Márcia Rocca, professora de Biologia da Conservação (disciplina obrigatória para os cursos de Biologia e Ecologia da UFS) e idealizadora da visita técnica, o Parque dos Falcões é uma área importante em termos de biologia e estudos de aves de rapina. “Eles recebem aves que são apreendidas, aves de maus tratos, além de serem centro de referência para reprodução dessas aves. É um lugar especial e peculiar no estado de Sergipe, que merece muito destaque”.
Márcia conta que durante essa visita os alunos puderam assistir um documentário sobre o Parque dos Falcões, que introduz a história do espaço e o que é realizado lá. A seguir, a turma seguiu para uma visita guiada, passando pelo viveiro das diferentes aves de rapino e na etapa final dessa visita, tiveram a oportunidade de tirar foto com alguns exemplares de animais. “Indivíduos dóceis que foram treinados para estarem com contato humano. É um momento de grande sensibilização. As pessoas ficam realmente muito emocionadas por poderem estar nessa proximidade com esses animais”, relata.
Formação dos discentes
Assim, a professora acredita que essas saídas de campo acabam por fazer parte de um ciclo importante para os discentes. “Existe uma baixa mobilidade da população de Sergipe em geral. A impressão que se tem, olhando para os alunos da universidade, é que poucos deles conhecem atrativos dentro e fora do estado, então viajar e conhecer novidades é algo que ainda precisa ser amplamente divulgado, para que se criem oportunidade para isso, então, nessa perspectiva, quando os alunos conhecem uma área nova o conhecimento abre portas para outros trabalhos, como por exemplo desenvolver iniciação científica ou desenvolver um TCC, realizar outras atividades nessas áreas que foram conhecidas ou com essas pessoas que foram apresentadas. Então se abre um leque de novas possibilidades conhecendo locais e pessoas diferentes”.
Nesse sentido, Laís Cristianne Dantas, aluna do sexto período da graduação em Ecologia, relata que a experiência foi enriquecedora. “Consegui observar na prática o que é aprendido no campo teórico dentro da universidade. Além disso, a visita ao Parque dos Falcões contribuiu bastante para a minha formação, pois proporcionou uma visão mais ampla do conhecimento adquirido, além de ouvir e aprender com os saberes das pessoas que trabalham no local e possuem uma vivência diária com os animais e seus comportamentos”.
Já a Jackeline Lima, também do sexto período de Ecologia, acredita que todos deveriam passar por essa experiência, ter esse contato com o que é trabalhado em sala de aula. “O benefício que ela traz está relacionado a ser uma ferramenta que está ali para facilitar o aprendizado, assim os estudantes que participam conseguem através dessa abordagem ter um novo olhar, já que muitas das vezes tem dificuldade na teoria quando em sala de aula. Particularmente é revigorante e até o momento não conheço alguém que não tenha gostado das saídas de campo. Então meu conselho é aproveitar sempre a oportunidade de sair para o campo, pois tenho certeza que irá levar essa lembrança e o conhecimento adquirido por toda sua vida”.
As visitações tiveram o apoio da Pró – Reitoria de Graduação (Prograd), Divisão de transportes (Ditran), além do Departamento de Ecologia (Deco). Cerca de 90% dos alunos matriculados na disciplina participaram da visita técnica.
Verônica Soares – bolsista
Adrine Cabral – Ascom UFS