Mais de 150 gestores da educação infantil dos 75 municípios sergipanos encerraram, nesta quarta-feira, 18, após 10 meses, a formação no curso Leitura e Escrita na Educação Infantil (LEEI), uma proposta de desenvolvimento profissional do Ministério da Educação e Cultura (MEC), conduzida pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), em parceria com o Instituto Federal de Sergipe (IFS), a Secretaria do Estado da Educação (Seduc) e secretarias municipais de Educação. O encerramento ocorreu durante o III Seminário Presencial LEEI-SE, com o tema 'Leitura e escrita na educação infantil: compromisso ético, político e estético com a formação humana de docentes e crianças'.
Integrando o grupo de formadores envolvidos na iniciativa, a pedagoga e vice-reitora da UFS, Silvana Bretas, destacou o papel essencial da escola na iniciação das crianças ao universo das palavras. "A educação infantil não tem necessariamente a função de alfabetizar as crianças, mas as coloca em contato com a leitura e com a escrita. A falta da alfabetização adequada ainda é um dos problemas mais sérios do Brasil. Então, já iniciar esse processo de contato, de interação, de criar o hábito da leitura e da escrita nas crianças, é um processo enriquecedor. A educação infantil é um direito das crianças. E, nesse lugar, ela tem que estar pautada menos por uma ideia de currículo e mais pelo desenvolvimento da própria criança”, disse.
Bretas também destacou a importância fundamental da universidade pública na formação de pedagogos comprometidos com a qualidade da iniciação escolar. “Na Universidade Federal de Sergipe, tenho absoluta certeza, falo com convicção, que nós temos os melhores professores especialistas em educação infantil”.
O assessor da Coordenação Estadual da LEEI, Adelmo Menezes, explicou que o curso foi estruturado com atividades presenciais e remotas, integrando teoria e prática de forma articulada.
“Considerando que a teoria é o elemento que ilumina os professores na tomada de decisão de suas práticas pedagógicas, esse curso também parte da autonomia docente, que vem para contribuir no exercício de reflexão das professoras sobre suas próprias práticas. Formamos 151 professores dos diversos municípios que retornam para as suas cidades e fazem a replicação da formação que é dada nesses encontros presenciais”, falou.
O professor e cordelista Chiquinho do Além Mar, autor de oito livros paradidáticos, com destaque para obras voltadas ao combate ao racismo e ao capacitismo, abriu o evento com a recitação de seus textos sobre educação e sergipanidade, ressaltando ainda a importância do lúdico no processo de aprendizagem. “É uma honra muito grande socializar meu trabalho com todos esses professores e mostrar um pouco do que é o cordel, trazendo a oportunidade de sair do tradicional e trazer elementos artísticos para tornar a aula mais acessível e interessante”, ressaltou.
Para a diretora da Educação Infantil Municipal de Ribeirópolis, Josefa Ilza, participar do curso e atuar como multiplicadora do conhecimento é uma oportunidade de impactar positivamente a educação de cerca de 500 crianças da cidade.
“Mesmo com poucos recursos, nossos profissionais conseguem criar materiais atrativos e que somam na aprendizagem da criança, e é bem gratificante, a gente vê o desempenho. Então, esse curso realmente veio só pra fortalecer a gente a se inspirar mais do que a gente já se inspirava”.
Jéssica França - Ascom UFS