
Com o objetivo de estimular o desenvolvimento de novas startups locais, por meio das produções tecnológicas ou científicas da Universidade Federal de Sergipe, foi lançada a segunda edição do Programa de Indução à Criação de Startups (PICS). Pesquisadores, professores e alunos podem se inscrever com propostas em qualquer área do conhecimento até o próximo 13 de agosto.
Este ano, discentes da pós-graduação também poderão participar e concorrer a 20 bolsas no valor de R$ 2.200. Alunos da graduação concorrem a outras 50, no valor de R$ 400 e com duração de seis meses. Confira a chamada aqui.
Aglutinando os diversos atores do ecossistema empreendedor, a segunda edição do PICS conta com a participação não só do Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec) e da Acelerase, aceleradora de negócios, presentes na primeira edição, mas também do Tiradentes Innovation Center e do Sebrae – este responsável por oferecer mentorias e capacitações para as futuras startups.

O professor Antônio Martins, à frente da Coordenação de Inovação e Tranferência de Tecnologia (Cinttec), explica que, para participar, só é necessário ter a ideia. “Com o auxílio dos melhores profissionais que a gente pode ter no estado de Sergipe, queremos ajudar nossos alunos e professores a colocarem em prática aquilo que ainda é abstrato, as suas ideias inovadoras”.
PICS Day
O lançamento da segunda edição do PICS ocorreu no chamado PICS Day, no último dia 29 de julho, no auditório do Sebrae, e contou com a participação de diversos alunos e professores, e foi também um momento para troca de ideias e interação com vistas à formação preliminar de equipes de trabalho.

Um dos objetivos da ação foi fazer com que os alunos se encontrem. “Às vezes há um aluno de Design que gostaria de trocar ideias com alguém da Administração, da Saúde, da Computação. Então, utilizamos uma metodologia validada pelo Sebrae para que, através de desafios, possamos ouvir as pessoas e fazer a ponte entre esses diversos atores”, explica Martins.
Metodologia e mercado
Lara Brito Andrade, analista do Sebrae responsável pelos projetos de startups, explica que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas tem uma metodologia própria de pré-aceleração de negócios, que será aplicada aos novos participantes do PICS. “Nossa metodologia já foi validada no mercado. É algo que a gente utiliza há quatro anos e ela une teoria e prática, trabalhando com entregas e validando cada etapa”, explica.
Ela detalha que essa metodologia possibilita que os próprios empreendedores testem o mercado. “Eles vão testando clientes e validando o modelo de negócio durante o processo. Então, quando chega ao final, já têm uma ideia de mercado, de com quem devem trabalhar, do seu público alvo. Simulamos o que uma startup de fato estaria fazendo sozinha, só que a gente consegue condensar isso em poucos meses”.

Marcos Vasconcelos, responsável pela Acelerase, tem a tarefa de fazer a ponte das futuras startups com o mercado. Ele avalia que o PICS “tem uma importância fundamental para o desenvolvimento do ecossistema empreendedor sergipano e a nossa empresa tem o papel, dentre outras coisas, de propôr aos professores e alunos que transformem suas ideias em um negócio real, realmente colocar os pés para fora e ir ao mercado”.
Case de sucesso
A primeira edição do PICS contou com dezenove projetos inscritos, todos em volta do eixo temático Saúde e Qualidade de Vida, sendo 16 selecionados, com oito propostas avançando para a fase final, e tendo, atualmente, quatro propostas incubadas no SergipeTec.
A primeira dessas propostas, vencedora da primeira edição, foi a startup Holística, criada por duas professoras e quatro alunos da Enfermagem e voltada ao cuidado do idoso. A proposta foi apresentada no PICS Day pelas alunas Katherine Santos e Marília Lima, como estímulo aos futuros participantes do programa.
“O Brasil tem milhões de famílias cuidando de idosos, só que esse cuidado muitas vezes não é feito da maneira correta pelos cuidadores informais, e muitas famílias não têm condições financeiras de pagar um cuidador formal ou contratar um enfermeiro ou técnico em enfermagem, então nós trabalhamos basicamente com educação e saúde, visando capacitar pessoas para esse cuidado informal ao idoso, oferecendo conteúdo geral ou suprindo necessidades gerais ou individualizadas”, explicam.

Estímulo à inovação
Além do PICS, o Cinttec tem desenvolvido outras iniciativas para alavancar a inovação e transferência de tecnologia na UFS. Dentre elas está o Minha Patente, que oferece bolsas para que alunos possam aprender a escrever suas patentes com o auxílio do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Além disso, há o Inova Pós (IPO), voltado para alunos de pós-graduação que desenvolvem teses e dissertações na UFS com ideias inovadoras. O Inova TCC, em parceria com o Sebrae, é voltado para trabalhos de conclusão de curso que sejam inovadores. Voltando-se para projetos inovadores que não possuem apelo tecnológico, foi desenvolvido também o edital de Inovação Social.
Criado em 2005, a Cinttec é a principal instância de execução da política institucional para a proteção e transferência de tecnologia da Propriedade Intelectual na UFS. Para saber mais, clique aqui https://cinttec.ufs.br/pagina/2167.
Ascom