Ter, 23 de agosto de 2022, 12:11

“Mais Viver”: projeto da UFS leva exercícios físicos para mulheres idosas
Iniciativa do Departamento de Educação Física foi criada em 2015 e já atendeu mais de 800 pessoas
Projeto é realizado no ginásio de esportes da UFS e visa melhorar a saúde de mulheres idosas (Fotos: Gabriel Silva / bolsista PROEX)
Projeto é realizado no ginásio de esportes da UFS e visa melhorar a saúde de mulheres idosas (Fotos: Gabriel Silva / bolsista PROEX)

Com o objetivo de promover treinamento físico funcional a mulheres idosas através de práticas de alongamento, força, equilíbrio, coordenação e cognição, possibilitando-lhes melhor qualidade de vida e das suas atividades cotidianas, o departamento de Educação Física da Universidade Federal de Sergipe desenvolveu, em 2015, o projeto de extensão Mais Viver Saúde.

O projeto, que já atendeu mais de 800 pessoas ao longo dos últimos sete anos, é realizado de março a dezembro no ginásio do campus São Cristóvão, tendo como principal público-alvo as mulheres idosas residentes nos bairros Rosa Elze e Eduardo Gomes, que ficam nos arredores da UFS.

De acordo com o coordenador do Mais Viver Saúde, professor Marzo Edir da Silva-Grigoletto, o interesse e a escolha pela segmentação do público se deu através da sua experiência docente na Espanha, quando ministrou aula para mais de 2 mil pessoas idosas e viu na prática os benefícios das atividades físicas nessa faixa etária.

“O envelhecimento é um processo gradual, individual e irreversível. E o único modo de conseguir minimizar seus efeitos é utilizar o remédio multissistêmico que funciona em todo corpo: os exercícios físicos praticados de forma constante, através dos quais são trabalhados o humor, a massa muscular, a imunidade, o controle de glicemia etc. Assim, o projeto Mais Viver busca ajudar as mulheres idosas a seguir com um envelhecimento saudável e melhorar sua funcionalidade em várias áreas da vida”, explica o professor.


"O Mais Viver busca ajudar as mulheres idosas a seguir com um envelhecimento saudável e melhorar sua funcionalidade em várias áreas da vida”, explica o coordenador Marzo Edir da Silva-Grigoletto.
"O Mais Viver busca ajudar as mulheres idosas a seguir com um envelhecimento saudável e melhorar sua funcionalidade em várias áreas da vida”, explica o coordenador Marzo Edir da Silva-Grigoletto.

Ele salienta ainda que, antes de as atividades serem executadas pelas participantes do projeto, é preciso passar pelos processos de avaliação física completa para identificar, por exemplo, índice de massa muscular, percentual de gordura, capacidade física em relação à força, resistência, equilíbrio e batimentos cardíacos.

“Todo esse processo é feito no departamento de Educação Física duas semanas antes de dar início às atividades. Dessa forma, os resultados auxiliam e direcionam na formação dos grupos de mulheres idosas para os quais serão prescritas atividades específicas supervisionadas pelos bolsistas do projeto. Assim, é possível fazer um controle individual e alcançar os objetivos esperados. Além disso, trata-se de um projeto interdisciplinar, uma vez que contamos com o apoio e a participação dos departamentos de Farmácia e de Morfologia“, comenta o professor Marzo Grigoletto.

Participante do projeto desde 2019, Lívia Maria Menezes, 64, conta que as primeiras semanas no Mais Viver foram desafiadoras, mas que, com o passar das aulas e da compreensão dos exercícios, sentiu-se cada vez mais motivada a continuar, principalmente pelos resultados alcançados.

“No início, senti um pouco de dificuldade, mas o projeto é realizado em grupo, com uma equipe sempre disposta a orientar e ajudar, o que acaba fazendo com que todas compartilhem suas experiências e se mantenham ativas no objetivo de uma vida mais saudável. A prática dos exercícios físicos me ajudou a dormir melhor, aumentou minha disposição e fez sumir as dores lombares. As dores que eu tinha, ficaram aqui no Ginásio”, conta dona Lívia.


Lívia e Gláucia, participantes ativas do projeto
Lívia e Gláucia, participantes ativas do projeto

Para Gláucia Maria Lima, 72, o projeto tem sido prioridade desde 2018, quando fez sua primeira aula por recomendação médica pós-cirurgia. Ela conta que, atualmente, é impensável ficar sem as atividades, uma vez que elas mudaram a sua vida para melhor em diversos aspectos.

“Soube do projeto ainda em 2018, depois de ter feito uma cirurgia e ter recebido a recomendação dos exercícios pela equipe médica. De lá para cá, sinto uma mudança muito grande, muito positiva, em tudo. Na minha disposição, no meu condicionamento e na vontade de fazer as coisas. O Mais Viver é vida, é saúde, é alegria e união”, afirma dona Gláucia.


“Acreditamos que projetos como esse são essenciais para firmar o elo entre a universidade e a população.", salienta o coordenador do projeto, professor Marzo Edir da Silva Grigoletto (Foto: Arquivo pessoal)
“Acreditamos que projetos como esse são essenciais para firmar o elo entre a universidade e a população.", salienta o coordenador do projeto, professor Marzo Edir da Silva Grigoletto (Foto: Arquivo pessoal)

O professor Marzo Edir salienta que, ao todo, 15 discentes da graduação, mestrado e doutorado do curso de Educação Física atuam no projeto e são fundamentais para a sua execução ao longo dos anos.

“Acreditamos que projetos como esse são essenciais para firmar o elo entre a universidade e a população. Esperamos que, por meio do Mais Viver, seja alcançado um número elevado de mulheres idosas, promovendo uma maior interação social entre as participantes e estimulando a prática de exercício físico por essa população”, finaliza.

Gabriel Silva (bolsista)
Jéssica Vieira (jornalista)

comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Qua, 24 de agosto de 2022, 10:27
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