
O “Para falar bem” é um projeto desenvolvido pelo Departamento de Fonoaudiologia da Universidade Federal de Sergipe e tem como finalidade oferecer atendimento fonoaudiológico para toda a população sergipana, dentre crianças, adolescentes, adultos e idosos que sofrem com transtornos de fala e da fluência, a fim de produzir melhoria em sua competência comunicativa.
O projeto foi desenvolvido entre os anos de 2014 e 2017 e foi retomado após a volta das atividades presenciais da UFS, em 2021, após a crescente demanda que estava surgindo através dos próprios estudantes da universidade que estavam procurando o Departamento de Fonoaudiologia para saber se estava tendo atendimento para tratar problemas de transtornos da fala e da fluência.
Segundo a coordenadora do projeto, professora Susana de Carvalho, no “Para falar Bem”, são desenvolvidos diagnósticos, tratamento fonoaudiológico para os transtornos da fala e da fluência e atividades que despertem nos pacientes a coragem para enfrentar o preconceito e o bullying que essas pessoas enfrentam, visando reafirmar o compromisso em ações de inclusão social.
Para a professora Susana, o projeto representa o desafio de relacionar os conhecimentos da academia à realidade social, garantindo o protagonismo de toda a comunidade envolvida nesse processo e possibilitando o atendimento especializado e gratuito em Sergipe.

“Eu me sinto muito realizada com o desenvolvimento do projeto, pois temos a oportunidade de melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem com os transtornos de fala. Para as pessoas que gaguejam é frequente que eles abandonem os estudos, ocupem sub-empregos por conta do preconceito causado pela sociedade, e proporcionar um atendimento fonoaudiólogo para essa pessoa está ajudando a superar essas e outras barreiras”, explica Susana.
O atendimento é feito em formato de duplas ou grupos para que a fala de um ajude na percepção do outro e, assim, fiquem dialogando entre si sobre as suas vivências. Fazer isso fortalece a competência comunicativa quanto a inclusão. As pessoas que tiverem o interesse de participar do projeto podem ligar para o departamento de Fonoaudiologia ou marcar um horário na Escola Clínica de Fonoaudiologia, que fica localizado próximo à Prefeitura da UFS. O horário de atendimento é às sextas-feiras das 15h às 17h, e o tempo de tratamento dura 3 meses.
Participante do projeto de extensão, a estudante Larissa Ferreira Reis cursa o 5º período de Fisioterapia e está no projeto desde a sua retomada. Para ela, o motivo para participar do projeto veio por conta da oportunidade de colocar em prática tudo aquilo que aprendeu em sala de aula e da experiência que vai ganhando a cada pessoa que vai atendendo. A estudante também fala da importância de um projeto com esse viés na UFS.
“O ‘Para Falar Bem’ é importante, pois os discentes colaboradores estarão ajudando as pessoas necessitadas a combater e desmistificar os mitos que geram preconceito sobre a gagueira e transtorno de fala. É uma via de mão dupla, pois o profissional se sente realizado e o paciente vai ter tratamento gratuitamente para poder combater o seu problema na fala”, afirma Larissa.

Larissa conta ainda que uma das etapas para o tratamento fonoaudiológico é a realizado uma conversa com familiares e amigos que convivem com as pessoas que possuem transtorno de fala para que elas possam desmistificar muitas falas errôneas que a sociedade acaba reproduzindo sem saber. E, muitas vezes, esse comportamento acaba gerando preconceito e influenciando na qualidade de vida do indivíduo.
O também colaborador do projeto, Guilherme de Menezes Nóbrega, do 5º período de fonoaudiologia, está no Laboratório de Fala desde o 3º período e, para ele, todos os pacientes que ele conhece na clínica traz uma consciência maior do que seja a gagueira e quais são essas dificuldades que as pessoas apresentam.

“A consciência de estar realizando um trabalho voltado para a inclusão é uma realização muito grande, pois tem entendido que o trabalho como fonoaudiólogo é sempre voltado para pessoas que se encontram em situações que necessitam desse tipo de tratamento para que elas possam ser olhadas com outros olhos perante a sociedade”, comenta Guilherme.
Gabriel Silva - bolsista
Jéssica Vieira - Ascom UFS
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