Sex, 16 de dezembro de 2022, 17:18

Pesquisa registra ano de conquistas, apesar de cenário instável
Conquista de premiações e criação da Política de Inovação são alguns dos destaques deste ano

Resiliência, a capacidade de adaptar-se às mudanças: palavra escolhida pelo pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa (Posgrap), Lucindo Quintans, para sintetizar “o que foi” o ano de 2022 para a área de pesquisa da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Uma escolha motivada pelo fato de que, apesar deste ano ter sido o que a ciência e tecnologia recebeu a menor quantidade de recursos públicos dos últimos 22 anos, houve conquistas a serem comemoradas. Êxito que ele atribui à capacidade empreendedora dos pesquisadores da instituição.

O principal marco deste ano, na análise do pró-reitor, é o fato de a UFS ter conquistado a primeira posição no Nordeste e terceira do Brasil no ranking da Times Higher Education e estar entre as 25 universidades brasileiras com melhor desempenho em ranking de desenvolvimento sustentável. Ainda no aspecto de reconhecimento, seis cientistas da UFS conquistaram espaço na lista dos mais influentes do mundo, segundo a Universidade de Stanford (EUA).


UFS foi destaque em diversos rankings ao longo do ano. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
UFS foi destaque em diversos rankings ao longo do ano. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

Outro avanço obtido pela pesquisa em 2022 foi a UFS ter passado a contar com dois programas de pós-graduação com conceito 6 (considerados de excelência), o de Biotecnologia e o Ciências da Saúde; oito com conceito 5, 32 com conceito 4 e 14 com conceito 3 na avaliação quadrienal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), registrando um avanço de 42% de melhora nas notas dos programas de pós-graduação.

Na análise do pró-reitor, ocupar posições bastantes privilegiadas em rankings relevantes como estes, entre outras grandes universidades, demonstra a consolidação do trabalho dos cientistas da Universidade Federal de Sergipe, assim como a solidez do planejamento estratégico da instituição, elaborado em consonância com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI).


Conceito dos programas de pós-graduação da UFS. (Arte: Chrisley Luiz/Design UFS)
Conceito dos programas de pós-graduação da UFS. (Arte: Chrisley Luiz/Design UFS)

Política de Inovação

A criação da Política de Inovação, aprovada pelo Conselho Universitário da UFS, também foi uma conquista deste ano O documento incluiu a criação da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia (Agitte/UFS) em substituição à Coordenação de Inovação e Transferência de Tecnologia (Cinttec). A Política estimula a cooperação entre a universidade e os setores econômico, social e cultural, além de induzir e valorizar a atividade criativa na produção científica, tecnológica e artística do corpo docente, discente e técnico-administrativo da universidade.

“A partir da aprovação desta política, realizamos várias chamadas para indução de startups e para incentivar o empreendedorismo internamente. Como resultado, tivemos o primeiro depósito de patente da UFS na Europa, com a Fundación Instituto de Investigación Sanitária de Santiago de Compostela ( FIDIS).


Lucindo Quintans é pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da UFS. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
Lucindo Quintans é pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da UFS. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

Desafios para 2023

Em virtude da pandemia de covid-19 e as limitações de mobilidade que ela acarretou, um dos piores indicadores da área de pesquisa da UFS em 2022 foi o da internacionalização, assim como ocorreu com demais instituições de ensino superior do Brasil e mundo. Reverter este quadro é um dos principais objetivos da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa para o ano de 2023.

“Várias ações estão sendo desenhadas para alcançarmos esta meta, seja no eixo sul, na América do Sul, na África e junto aos centros de excelência que envolvem justamente os países da Europa e os Estados Unidos”, detalhou Lucindo.

Na análise do pró-reitor, a perspectiva é que a partir de 2023 haja um cenário mais favorável para a área da Pesquisa. Ele aponta que uma das sinalizações do novo Governo, por exemplo, é a concessão de um reajuste de cerca de 40% no valor das bolsas de mestrado, doutorado e também em outras bolsas pertinentes pra Ciências e Tecnologia como a de pós-doutorado.


UFS já planeja ações para avançar na pesquisa em 2023. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)
UFS já planeja ações para avançar na pesquisa em 2023. (foto: Adilson Andrade/Ascom UFS)

Atualmente um aluno de mestrado recebe R$1.500 mensais para se manter, sem poder ter qualquer outro vínculo empregatício. Um aluno de doutorado é remunerado com R$ 2.200. Conforme um estudo realizado pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), se houvesse reajuste inflacionário desde 2013, as bolsas de mestrado e doutorado da Capes e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) deveriam ter um reajuste de 67,97%.

Finalizando o seu olhar sobre o panorama da pesquisa em 2022, o pró-reitor destaca a grande necessidade de que as previsões positivas para o próximo ano sejam devidamente efetivadas. “Mantivemos bons indicadores institucionais e até ampliamos alguns graças à grande dedicação e esforço dos nossos pesquisadores, mas se não houver uma reversão do cenário político e um forte investimento em Ciência e Tecnologia, corremos o risco de não haver consolidação de tudo que foi construído”, enfatizou o Pró-reitor.

Andréa Santiago – Ascom UFS

comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Seg, 26 de dezembro de 2022, 19:00
Notícias UFS