Foi aberto nesta terça-feira, 25, na Universidade Federal de Sergipe, o Seminário Nacional UFS e ações afirmativas: Caminhos e Perspectivas. O evento, que prossegue até o dia 28, na Sala dos Conselhos da UFS, é uma iniciativa da Assessoria de Ações Afirmativas da universidade.

Para o reitor da UFS, Valter Santana, a proposta do seminário é expor e problematizar, com a comunidade acadêmica, as políticas de ações afirmativas aplicadas nas últimas décadas, em uma perspectiva de analisar o presente com projeções para o futuro. “Estamos hoje iniciando um seminário extremamente importante para a UFS, dentro também de um contexto de luta nacional pela importância das ações afirmativas. As universidades públicas, tal como a UFS, têm uma grande responsabilidade em mudar a vida das pessoas, trazer desenvolvimento econômico, desenvolvimento social, e é por meio dessas ações afirmativas que reconhecemos a população que precisa de apoio para ingressar nas instituições, permanecer e se formar, fazendo um elo de desenvolvimento e transformação para a educação”, pontuou o reitor.

“Teremos neste evento pesquisadores que estudam essa temática de relevância nacional para, junto com a nossa comunidade, rediscutir a nossa política de ações afirmativas, pioneira no país. A assessoria de ações afirmativas vem no sentido de acolher essas demandas e traduzir os anseios da nossa sociedade em políticas precisas e concisas que vão fomentar ainda mais o desenvolvimento do nosso estado por meio da transformação da vida das pessoas”, complementou Valter Santana.

Abertura

A conferência de abertura do evento foi realizada pela ex-ministra-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, que é professora na área de Pedagogia da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). “O tema tratado aqui é de muita importância, porque nós vivemos há dez anos a implementação dos programas de ações afirmativas, as políticas de cotas e, até hoje, sofremos um conservadorismo muito grande em uma sociedade que não admite as políticas inclusivas como direito. Justamente por isso cabe à universidade estar sempre renovando o debate e renovando a importância, uma vez que esta ação já é realidade no Brasil todo e tem que ser reforçada como um direito dos alunos, como um direito dos negros, das negras, dos indígenas, das pessoas LGBTQIAPN+, enfim de todos os segmentos que sofrem discriminações históricas”, resumiu a pesquisadora.

O evento prossegue nesta quarta, 26, com a professora Givânia Silva, que abordará Ações Afirmativas e Inclusivas: População Quilombola, Indígenas e Mulheres, além do professor Edmilson Santos, que trará uma avaliação da Lei 12.990/2014 versando sobre Ações Afirmativas no caso dos concursos públicos. No dia 27 os debates serão em torno das bancas de heteroidentificação, com a condução do professor Paulo Neves, da UFABC, além da participação da deputada federal Dandara Tonatzim/MG, que apresentará reflexões a partir do tema: Por que devemos renovar a Lei de Cotas? A parlamentar propõe que a lei seja prorrogada, com avaliações, na graduação e pós-graduação, até o ano de 2050.

Discussões

A iniciativa, de acordo com o coordenador do Seminário e assessor de ações afirmativas da UFS, professor José Mário Resende, encerra no dia 28 de abril, com uma roda de conversa coordenada pela professora Sheyla Farias, da UFAL, cujo objetivo é colher propostas sobre os rumos das ações afirmativas nas Universidades.

“Estamos discutindo as políticas de ações afirmativas na UFS a partir de uma situação histórica, discutindo a criação de um organismo que congregue essas discussões, possa juntar as políticas estabelecidas nas pró-reitorias, no sentido de fazer uma avaliação das atuais e projetar as futuras. O objetivo é ter informações externas, mas também ouvir a comunidade interna e lançar uma propositura de trabalho dentro das universidades, com a participação de professores, técnicos, estudantes e do público externo, particularmente estudantes de escolas públicas”, reforçou o coordenador do evento.

Andreza Azevedo - Ascom UFS
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