Na última terça-feira, 10, o trabalho de alunas do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Sergipe (UFS) foi destaque na etapa regional do Prêmio Sebrae de Jornalismo. Apesar de ser a 11ª edição, este foi o primeiro ano que a premiação englobou a categoria “jornalismo universitário”.
A série de reportagens “Castanha, torra e tradição” foi produzida pelas estudantes Ana Carolina Izidoro, Maria Vitória Pereira e Milânia Ribeiro dos Santos, e veiculada no Zona Contexto, produto laboratorial do Departamento de Comunicação Social da UFS. O projeto aborda as questões trabalhistas e culturais que envolvem a produção da castanha no povoado Carrilho, localizado no município de Itabaiana.
“Receber o prêmio foi uma experiência gratificante para toda a equipe. O sentimento é de orgulho e realização, pois nos empenhamos para contar a história da castanha do Carrilho, destacando tanto as tradições que envolvem a proução como a comunidade. Ver nosso esforço reconhecido é uma validação de que estamos no caminho certo, dando voz a quem, muitas vezes, não tem a oportunidade de ser ouvido. O prêmio também reflete o apoio e a orientação dos nossos professores, que nos guiaram em cada etapa do processo. Essa conquista nos motiva a continuar contando histórias”, afirma a estudante Milânia Ribeiro.
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Já no início deste mês, mais um trabalho da UFS foi reconhecido. O aluno Wendal Carmo, também do curso de Jornalismo, venceu a categoria "reportagem em jornalismo impresso" na etapa nacional da Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom), durante o Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom) realizado em Balneário Camboriú/SC.
A reportagem “Cor da pele e condição social, muitas vezes, definem qual será a próxima vítima fatal” foi publicada no Jornal Contexto, outro produto laboratorial do DCOS, e utiliza o caso Genivaldo Santos, homem negro, morto sob tortura no porta-malas de uma viatura da PRF no interior de Sergipe, para discutir como questões de raça e classe são determinantes em abordagens policiais no estado e fora dele.
“Participar do Expocom já é, por si, uma experiência enriquecedora e levar o nome da UFS e da nossa região torna isso tudo ainda mais prazeroso. Receber esse prêmio significa que todo o esforço e dedicação depositados ao longo da apuração da reportagem valeu a pena. Também mostra que as universidades públicas estão produzindo trabalhos com qualidade jornalística e que olham para além dos muros das instituições. Escrever sobre o caso Genivaldo, que estampou as manchetes nacionais e internacionais, foi uma experiência enriquecedora nos níveis pessoal e profissional mesmo. Não há como você não sentir a dor da família, a revolta pela crueldade do episódio e a indignação sobre os dados alarmantes de violência policial em Sergipe e no Brasil de forma geral. A premiação é apenas mais um impulso para que a produção laboratorial continue a todo vapor”, ressalta o estudante Wendal.
Os dois trabalhos foram orientados pelos professores Michele Tavares e Demétrio Soster, contando com orientação da professora Liliane Feitoza para o projeto “Castanha, torra e tradição”.
“O sentimento é de satisfação. Há um trabalho árduo nos bastidores da produção laboratorial no curso de Jornalismo que envolve os estudantes, corpo docente, técnicos, terceirizados, aparato técnico, entre outros recursos imprescindíveis para a experiência pedagógica da disciplina. Entendo que, não só a premiação como resultado, mas a própria aprovação nas etapas anteriores de seleção dessas premiações se constituem como indicadores de que estamos produzindo conteúdos jornalísticos de qualidade, com rigor de apuração, compromisso ético e de relevância social. Além disso, as experiências de apuração imersivas contribuem para a formação humanística dos estudantes e, que logo mais, atuarão no mercado de trabalho e junto à sociedade. As premiações são importantes não só para os estudantes, como portfólio profissional, mas também para a credibilidade do curso e da produção laboratorial desenvolvida, que é fruto de um grande esforço coletivo”, explica a docente Michele.
Letícia Nery - Ascom UFS