
A ciência sergipana está ganhando voz. O Campus de Lagarto da Universidade Federal de Sergipe (UFS) firmou uma parceria com a Rádio Comunitária Juventude FM para transformar conhecimento acadêmico em informação acessível, chegando até públicos que nem sempre consomem os meios digitais.
Mais do que um projeto de extensão, a iniciativa marca um novo momento da UFS Lagarto, que vem apostando na popularização da ciência e na diversificação dos canais de comunicação. A proposta é simples e poderosa: traduzir o que se pesquisa na universidade para uma linguagem próxima, viva e cotidiana, fortalecendo o vínculo entre o campus e a comunidade regional.
A jornalista Ana Laura, da Assessoria de Comunicação Social (Ascom/UFS) em Lagarto, explica que a ideia nasceu de uma inquietação: “A universidade tem ensino, pesquisa e extensão muito consolidados, mas percebi que a ciência ainda precisava se aproximar mais das pessoas. A rádio surgiu como esse caminho natural, um espaço onde o conhecimento pode ser ouvido, sentido e compreendido por todos".
O programa vai ao ar mensalmente, com entrevistas sobre saúde, meio ambiente, inovação e temas sociais. Os convidados — docentes e pesquisadores do campus — são estimulados a adotar uma linguagem direta, sem jargões técnicos, capaz de dialogar com públicos diversos. “Eu costumo dizer que uma boa comunicação científica é aquela que todo mundo entende. A ciência é pública, então precisa alcançar o público”, reforça Ana Laura.
Para o apresentador Aloísio Andrade, o “Prefeitinho”, a parceria é motivo de orgulho para quem vive em Lagarto: “É uma alegria enorme poder contribuir com algo que parecia um sonho: ver a UFS atuando junto à nossa rádio comunitária. As entrevistas têm levado conhecimento para mais de 50 mil ouvintes, ajudando na saúde e na informação do nosso povo. Em um tempo de tanta fake news, o rádio segue sendo um meio confiável e, com a UFS, estamos preparando e qualificando nossa comunidade".
A Rádio Juventude FM, no ar há 16 anos no município, é uma entidade sem fins lucrativos e já realizou diversos projetos culturais através das leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc. O programa, transmitido pela frequência 104,9 FM, também está disponível em plataformas digitais como RadiosNet, YouTube e redes sociais, ampliando o alcance da parceria.
Segundo Ana Laura, os temas das entrevistas são pensados para refletir a diversidade social e regional: já foram abordadas questões relacionadas a comunidades quilombolas, idosos, animais e saúde das mulheres — e, em breve, um episódio voltado à infância. “A ideia é mostrar que a ciência está sendo feita aqui, em Sergipe, e que o conhecimento produzido em Lagarto tem impacto direto na qualidade de vida das pessoas”, destaca.
A iniciativa reflete a capacidade da UFS de adaptar a linguagem acadêmica aos diferentes públicos. Levar a academia ao rádio é um exercício de tradução: comunicar ciência é, acima de tudo, um ato de inclusão.
Ascom UFS
