A Universidade Federal de Sergipe (UFS) ganhou um reforço na implementação de políticas públicas de manejo e controle populacional de bichos que habitam os campi da instituição: a Divisão de Animais Comunitários, que foi apresentada nesta terça-feira, 27, pela Coordenação de Gestão Ambiental e Segurança do Trabalho (Coaset/UFS), à comunidade acadêmica, a protetores de animais e ao Ministério Público Federal (MPF). Na oportunidade, um plano de ação emergencial criado pelo novo núcleo foi exposto.
Entre as atribuições da Divisão de Animais Comunitários, estão: desenvolver e implementar programas de acolhimento temporário e promoção de adoção responsável, assegurando cuidados adequados para os animais presentes no campus; monitorar a saúde e a segurança dos animais no campus, implementando medidas de cuidado e controle populacional conforme necessário; promover campanhas educativas para a comunidade universitária sobre a responsabilidade com os animais e o impacto de sua presença no ambiente acadêmico; e coordenar com os serviços de segurança e manutenção do campus para integrar as práticas de cuidado com os animais nas operações diárias da universidade.
De acordo com a responsável pelo novo núcleo, professora Laura Jane Gomes, também haverá foco em firmar termos de compromisso com o Hospital Veterinário Universitário da UFS, implementar projetos que englobem a própria comunidade acadêmica e buscar parcerias de protetores independentes e organizações não governamentais.
“Queremos promover campanhas educativas para a comunidade, coordenar o serviço de segurança e manutenção do campus que atendam ao cuidado com os animais como, por exemplo, a questão do trânsito, combate ao abandono. Além disso, determinar a atribuição da universidade diante de cada problema”, explicou Laura Jane Gomes.
O procurador do Ministério Público Federal (MPF/SE), Igor Miranda, reforçou a necessidade de ouvir a comunidade acadêmica, a sociedade civil e os protetores de animais para elencar problemas e determinar soluções. “Queremos ouvir as propostas, mas especialmente buscar soluções dialogadas e democráticas. E democracia envolve essencialmente ouvir aqueles que atuam na proteção desses animais, com o tratamento, promoção de castração e adoção”.
Segundo o reitor da UFS, André Maurício, o cuidado com os animais comunitários é uma das prioridades da instituição. Além disso, também foi destacada a intervenção de cuidadores voluntários. “A parceria com os protetores é muito importante, pois muitas vezes precisamos de intervenções urgentes”.
Para a médica veterinária e vice-presidente da ONG Amigos dos Animais de Sergipe (AMA), Mirian Guedes, a mobilização da sociedade e da academia faz a diferença. “Porque a sociedade tem a oportunidade de dialogar com diversas esferas do governo e o grupo de protetores e militantes da causa animal têm um espaço. Além disso, nos mostra que é necessário olhar no entorno desse campus, perceber a implementação de políticas públicas e dialogar com os municípios”.
Trânsito Seguro
No início da manhã desta terça-feira, motoristas e ciclistas foram abordados e informados sobre a necessidade de respeitar a velocidade máxima dentro dos campi, que é de 30 quilômetros por hora, especialmente no campus São Cristóvão, que abriga mais de 700 cães e gatos. De acordo com o Coaset, em 2024, mais de 30 animais foram atropelados. Este ano, o número chegou a quase 10. A ação foi executada pelo Coaset e também contou com a presença da Superintendência Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) de São Cristóvão.
“É um processo de educação no trânsito para sensibilizar e conscientizar da importância de respeitar a sinalização dentro do campus, porque a gente tem os animais que são vulneráveis, principalmente os gatos. Por isso, é necessário respeitar a sinalização, reduzir a velocidade para que consigamos evitar, ao máximo, o atropelamento dos animais”, disse o coordenador do Coaset, Jefferson Arlen.


Jéssica França - Ascom UFS