Um curta-metragem produzido pela estudante do curso de Música da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Shéron Morales, sob orientação do professor João Liberato, foi premiado no Indigenous America Social, Political, Cultural Impact Award, no 15th Annual Latino & Native American Film Festival, em Connecticut, Estados Unidos. Intitulado ‘Pindorama: a terra indígena de Rugendas e Villa-Lobos’, a produção reflete sobre os povos originários brasileiros e divulga a música erudita nacional.

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O fotofilme foi criado a partir do acervo iconográfico do pintor Rugendas e da música 'Uirapuru' de Villa-Lobos. O curta foi selecionado dentre os mais de 2,6 mil filmes de várias partes do mundo e premiado dentre as 420 produções audiovisuais participantes do 15th Annual Latino & Native American Film Festival. Além disso, foi aceito em outros seis festivais e mostras.

“Pindorama ser laureado recarregou minha energia e me fez refletir que o caminho trilhado estava certo e que aproveitar a oportunidade de criar produtos acadêmicos que levem a reflexão social, política, econômica e ambiental é essencial. O prêmio não era o nosso objetivo. Sim, nos traz felicidade, mas maior ainda é o sentimento de dever cumprido, de que estamos dando uma contribuição, mesmo que pequena, para a construção de um cinema acadêmico que leva à reflexão social, política, cultural, econômica e ambiental sobretudo em relação aos nossos povos originários”, disse a estudante Sheron Morales.

Som e Imagem

A ideia de produzir um curta foi apresentada em sala de aula pelo professor João Liberato, durante a disciplina História da Música no Brasil, para que os estudantes entendessem melhor o contexto das músicas clássicas brasileiras.

“Passei a perceber que as imagens eram uma forma muito interessante deles poderem entrar ainda mais nesse mundo do Brasil, do século 19, 18, 17. É claro que sempre temos nas aulas a ferramenta principal: o verbo, da palavra. Mas eu sentia falta da imagem também e percebia como ela trazia um impacto para os alunos. Depois de um tempo, chegamos à conclusão de que se a gente juntasse música e imagem, poderíamos ter um resultado ainda melhor”, explicou o orientador.

O filme foi todo produzido por Sheron Morales em um aparelho celular. O professor destacou o empenho da estudante, que também buscou se especializar para a produção.

“A missão de produzir fotofilmes não é simples. Sheron precisou fazer uma diversidade de cursos de formação, de edição. Depois, teve que fazer uma decupagem, um acervo gigantesco que incluía milhares de fotografias, centenas de músicas, escolher cada uma dessas imagens e cada uma das músicas. Depois de escolher e construir uma estrutura narrativa, criar uma ordem, um fio condutor que pudesse ter um início, um meio e um fim, que pudesse, assim, trazer uma mensagem, contar algo que tivesse importância, significado. Eu acho que Sheron tem tido um sucesso grande nisso e para mim, como orientador, tem sido um prazer muito grande fazer parte desse projeto”, ressaltou o professor.