
Entre os dias 1º e 5 de julho, a Universidade Federal de Sergipe (UFS) será representada internacionalmente por professores e estudantes do Campus de Laranjeiras durante a Reunião do Comitê Executivo e Internacional do Conselho Internacional de Arqueozoologia (ICAZ). O encontro, sediado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em Portugal, reunirá especialistas de mais de 50 países e contará com a apresentação de quatro trabalhos científicos assinados por docentes e discentes da UFS, em colaboração com instituições brasileiras e estrangeiras.
A participação é liderada pelos professores Albérico Nogueira de Queiroz e Olivia Alexandre de Carvalho, do Departamento de Arqueologia (DARQ/UFS) e do Programa de Pós-Graduação em Arqueologia da UFS (PROARQ/UFS), com apoio de colegas do Departamento de Museologia (DMS/UFS). Os trabalhos são frutos de pesquisas e ações de extensão desenvolvidas no Laboratório de Bioarqueologia da UFS (LABIARQ/UFS), que se consolida como um polo de produção científica e cooperação internacional.
Para o professor Albérico Queiroz, chefe do DARQ/UFS, o evento representa mais do que a divulgação de resultados: “A participação da UFS nesse evento implica em maior visibilidade e coloca a universidade em um patamar relevante quanto à produção científica e presença em eventos internacionais, pois são resultados de projetos em curso e de outros concluídos, nos quais pesquisadores e estudantes da UFS atuam ou atuaram, produzindo e disseminando o conhecimento dentro e fora do país”.
Entre os trabalhos selecionados, um deles apresenta os resultados de um projeto de extensão realizado com escolas públicas do município de Laranjeiras. A proposta articula a arqueologia com a educação básica, promovendo o envolvimento da comunidade escolar com o patrimônio arqueológico local. "Além da pesquisa, também buscamos atuar na comunidade através da extensão universitária", destacou o docente.
Com três mandatos consecutivos no Comitê Internacional do ICAZ, o professor Albérico é o único brasileiro eleito como membro do grupo — formado por 35 representantes de diversos países. “De certa forma, é como atuar na condição de 'embaixador', seja entre os pares acadêmicos e científicos, seja na sociedade de um modo geral. A arqueozoologia está presente no cotidiano de todos nós, mesmo que nem sempre percebamos”, explica.

A colaboração interdisciplinar entre os cursos de Arqueologia e Museologia tem sido uma marca das ações desenvolvidas pelo LABIARQ. A professora Verônica Nunes, do Departamento de Museologia (DMS/UFS), ressalta a atuação conjunta nas atividades de extensão. “Desde o início dos cursos, buscamos destacar a importância do patrimônio arqueológico em Laranjeiras, por meio de exposições e ações educativas que aproximem a arqueologia do público. A Museologia participa dessa devolutiva à comunidade”.
Para ela, a participação da UFS no evento do ICAZ também é estratégica para ampliar as oportunidades de intercâmbio e fortalecimento da pesquisa. “Além de divulgar o conhecimento arqueológico produzido em Laranjeiras, o evento possibilita parcerias, bolsas e estágios com instituições europeias, o que fortalece a formação de nossos estudantes”, afirma.
Thayse dos Santos, estudante do 8º período do curso de Arqueologia, é uma das coautoras de trabalho apresentado em Lisboa. A pesquisa, da qual foi derivado um projeto de extensão e também seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), mostra como a zooarqueologia pode ser uma ferramenta educativa. “Enquanto estudante de graduação, é gratificante e relevante ver um trabalho originado de um projeto de extensão ganhar essa proporção. É uma arqueologia pública que realmente dialoga com a comunidade e com a escola de forma lúdica. Um verdadeiro sentimento de realização diante do projeto”, afirma.
Brunna Martins - Ascom UFS