Ter, 19 de agosto de 2025, 11:49

UFS promove Seminário de Ações Afirmativas “Tereza de Benguela” para fortalecer diversidade e inclusão
Evento reúne comunidade universitária para discutir políticas afirmativas e construir uma universidade mais democrática, antirracista e plural
(Foto: Janaína Cavalcante/Ascom UFS)
(Foto: Janaína Cavalcante/Ascom UFS)

A Coordenação de Ações Afirmativas da Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Estudantis da Universidade Federal de Sergipe (CAAF/PROAE/UFS) está discutindo proposições para tornar a instituição mais democrática e diversa. Através do 1° Seminário de Ações Afirmativas “Tereza de Benguela”, que aconteceu nesta terça-feira, 19, e segue nesta quarta, 20, os mais variados atores promovem um processo de participação da comunidade universitária para a construção da Política de Ações Afirmativas da UFS a médio e a longo prazo.

A coordenadora de Ações Afirmativas da UFS, Tereza Martins, falou sobre a importância de ampliar as políticas para reforçar a diversidade na instituição e na sociedade.


Coordenadora de Ações Afirmativas da UFS, Tereza Martins (Foto: Janaína Cavalcante/Ascom UFS)
Coordenadora de Ações Afirmativas da UFS, Tereza Martins (Foto: Janaína Cavalcante/Ascom UFS)

“As ações afirmativas, voltadas a grupos historicamente discriminados, representam políticas pelas quais esta universidade inova, reafirmando o compromisso com o respeito às diferenças, aos direitos humanos e à diversidade. A instituição está se aprofundando na perspectiva de consolidação de ações voltadas para esses grupos. Com muita alegria, como coordenadora de ações afirmativas, mas também como mulher quilombola, com uma trajetória de luta, vejo este momento como histórico para a Universidade Federal de Sergipe”, disse.

A Coordenação de Ações Afirmativas foi a primeira ação criada pela nova gestão da UFS, como lembrou a vice-reitora, Silvana Bretas.


Silvana Bretas (Foto: Janaína Cavalcante/Ascom UFS)
Silvana Bretas (Foto: Janaína Cavalcante/Ascom UFS)

“Todos sabemos que há uma política de rebaixamento do financiamento da educação pública, especialmente das universidades federais, então nós temos que fazer essa luta com muitas limitações, mas isso em nenhum momento restringiu as nossas forças políticas”, reforçou.

Durante a abertura do evento, foi exibido um documentário em homenagem a Tereza de Benguela e as mulheres quilombolas e indígenas. Tereza foi uma líder quilombola e indígena que resistiu à escravidão por duas décadas. Em homenagem a ela, o dia 25 de julho é oficialmente, no Brasil, o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

A doutoranda em Educação, membro do Coletivo de Estudantes Indígenas e Quilombolas e representante do Povo Kalankó/Xukuru-Kariri José Apolônio, Carleane Soares da Silva, lembrou que as ações afirmativas são um direito.


Carleane Soares da Silva (Foto: Janaína Cavalcante/Ascom UFS)
Carleane Soares da Silva (Foto: Janaína Cavalcante/Ascom UFS)

“Não devemos esquecer que as ações afirmativas não são um favor, são formas e estratégias de fazer uma reparação histórica, ainda que pequena. Estamos aqui para cobrar e conviver com todos porque também temos direito a esse espaço. Esse momento faz com que a gente possa construir uma universidade mais diversa. Então, a gente segue na luta para que nosso saber e nossa cultura se misturem com o conhecimento aqui da academia”.

Também participaram da mesa de abertura do evento o Pró-Reitor de Ações Afirmativas e Assuntos Estudantis, Roberto Rodrigues de Souza; o procurador do Ministério Público Federal em Sergipe, Igor Miranda, membro do Grupo de Trabalho Patrimônio Cultural da 4ª CCR, responsável pelo tema Preservação do Patrimônio Cultural Afrobrasileiro; a presidenta da Comissão de Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe, Fabrícya Wilke Costa Santos; a membro da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores de Aracaju, Sonia Meire Santos Azevedo de Jesus e o presidente do Diretório Central dos Estudantes, Fábio Henrique de Souza.


 Igor Miranda (Foto: Janaína Cavalcante/Ascom UFS)
Igor Miranda (Foto: Janaína Cavalcante/Ascom UFS)

“Nós queremos viver numa sociedade mais justa, igualitária para, efetivamente, todos. Nesse sentido, eu parabenizo essa Universidade Federal, por desenvolver movimentos como esse”, disse Igor Miranda.

Nesta terça, no Auditório da reitoria da UFS, no campus de São Cristóvão, a programação do seminário ainda incluiu proposições da progressão de Ações Afirmativas para uma UFS democrática, antirracista, antilgbtqiapn+fobica, inclusiva, anticapacitista, antiidadista, antisexista; e diálogos com gestores. Na quarta, o evento continua na Associação dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe (Adufs), com apresentação do Grupo Adupé Descidão e roda de conversa com movimentos sociais, organizações negras, grupos e coletivos.

Ascom UFS


Atualizado em: Ter, 19 de agosto de 2025, 13:37
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