Qua, 27 de janeiro de 2016, 09:49

Núcleo de Alergia do HU atende a cerca de 250 crianças por mês
Núcleo de Alergia do HU atende a cerca de 250 crianças por mês

A alergia alimentar é uma reação imunológica que ocorre após a ingestão de determinado alimento, desencadeando sinais e sintomas com gravidades variadas. Em casos extremos, esse tipo de alergia pode causar até a morte.


No Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS) existe há dez anos o Núcleo de Alergia Alimentar, um centro de atendimento multidisciplinar que cuida de crianças residentes no Estado e com menos de dois anos de idade. O ponto forte do serviço é aAlergia à Proteína do Leite de Vaca, conhecida entre os profissionais da área pela sigla APLV.


De acordo com a coordenadora do Núcleo, a alergista infantil Jackeline Franco, uma das finalidades da iniciativa é promover o acesso à terapia nutricional adequada aos portadores de alergia alimentar. “Trabalhamos com uma equipe composta por alergista e imunologista infantil; gastroenterologistas; pediatra e intensivista; nutricionista; enfermeira e técnica de enfermagem. Fazemos o diagnóstico de alergia alimentar, realizamos a perícia para acesso às fórmulas infantis e proporcionamos os cuidados médicos, nutricionais e de enfermagem”, explica a médica, que destaca ainda a contribuição dada pelo serviço aos estudos científicos.


Uma das beneficiadas pelo atendimento é a dona de casa Josefa Luzienide, que comparece mensalmente ao Núcleo. “Já tenho um filho de três anos que teve esse mesmo problema e foi acompanhado no HU. Hoje estou aqui com o meu filho de um ano. Descobri que ele tinha alergia porque ele tinha cólica, o nariz sempre entupido, não dormia direito, foi quando levei ao pediatra e ele encaminhou para o HU. O serviço das médicas, da nutricionista, é muito bom mesmo. Estou muito satisfeita”, relata a mãe, que é do município sergipano de Tomar do Geru, a 127 km da capital sergipana.


Dona Josefa sempre comparece aos atendimentos acompanhada pelo marido Oliclariston Silva. Ele, que é auxiliar administrativo, também valoriza a equipe do Núcleo. “Aqui não tenho do que reclamar, as médicas e enfermeiras são muito atenciosas, a nutricionista também, ela sempre tira as nossas dúvidas”, diz.


Outra mãe frequentadora do Núcleo de Alergia Alimentar é a estudante Graciele Santos. Com uma bebê de três meses, ela faz esse acompanhamento há dois. “Eu cheguei aqui por um encaminhamento do pediatra da minha filha. O pessoal aqui é excelente, é tudo muito organizado. Minha filha é sempre examinada, pesada, avaliada como tem que ser”, declara a estudante.


Acesso


Para ser atendida no Núcleo, a criança deve apresentar um relatório médico com a suspeita da alergia, justificando a solicitação da dieta. “Qualquer médico, seja do setor público ou privado, pode fazer esse encaminhamento. O Núcleo registra atendimentos de pessoas de diversas classes sociais, já que todos têm direito a usar o Sistema Único de Saúde”, complementa a médica Jackeline Franco.


O Núcleo de Alergia Alimentar do HU-UFS atende a uma média de 250 crianças por mês, considerando-se os cerca de 20 atendimentos que ocorrem por turno. Um dos passos da rotina é o Teste de Provocação Oral, que consiste na oferta do alimento suspeito, sob observação da equipe multiprofissional, em ambiente hospitalar e com o objetivo de confirmar ou excluir a doença.


Entre as principais manifestações clínicas observadas podem estar náuseas, vômitos, diarreia, dores abdominais e broncoespasmo, além de sintomas extradigestivos, como tosse crônica e asma. “Os sintomas são inúmeros. Quando o paciente chega até o Núcleo com a suspeita, suspendemos a ingestão de leite por um mês e, quando ele está equilibrado clinicamente, introduzimos o leite novamente, sempre fazendo o acompanhamento, as avaliações necessárias, incluindo, em alguns casos, os testes de alto risco, que necessitam de internação hospitalar”, detalha a médica.


Serviço


É a perícia realizada no HU-UFS que determina o acesso à dieta – fórmula infantil - e encaminha o paciente para o Centro de Atenção à Saúde de Sergipe (Case), onde haverá essa dispensação. No entanto, os pacientes que residem em Aracaju e cuja família recebe menos de três salários mínimos, devem buscar a fórmula por meio da Secretaria Municipal de Saúde.


O serviço do HU funciona às terças, de 7h às 12h e das 13h às 17h; às quartas, de 13h às 17h e na quinta-feira, de 7h às 12h.


Para ser atendido, além de apresentar relatório médico, residir em Sergipe e de o paciente ter menos de dois anos de idade, o HU solicita RG e CPF dos pais, comprovante de renda, comprovante de residência em nome do pai ou da mãe da criança, certidão de nascimento e cartão SUS do paciente.A


Assessoria de Comunicação do HU



Atualizado em: Qua, 27 de janeiro de 2016, 09:55
Notícias UFS