
A Universidade Federal de Sergipe (UFS) acaba de dar um passo importante no fortalecimento das artes e da cultura com a criação da sua Companhia Jovem de Dança, vinculada à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex). A iniciativa, que completou um mês de atividades e contempla três estilos de dança — ballet clássico, dança contemporânea e dança moderna —, oferece uma vivência inédita na instituição: uma companhia pública formada por jovens universitários, com foco em formação técnica, criação artística e impacto social.
Idealizada e dirigida pelo professor Marcelo Moacyr, do Departamento de Dança (DDA/UFS), a Companhia nasce com um duplo propósito: difundir a arte da dança e representar institucionalmente a UFS por meio da linguagem corporal. “É uma companhia pública de uma universidade, o que dá a ela um alcance muito grande. A arte, quando feita com responsabilidade e intenção, tem um poder transformador enorme”, resume Marcelo.



A Companhia funciona como uma verdadeira escola de profissionalização artística. Mais do que ensaios e coreografias, os 15 estudantes (10 bolsistas e 5 voluntários) vivenciam o dia a dia de uma companhia profissional, com rotina disciplinada, horários definidos e preparação física e mental. “Eles estão aprendendo que a aula não é só o momento em si, mas tudo que a envolve: o preparo, a postura, os intervalos cronometrados, a retomada com foco. Isso tudo vai criando a atmosfera profissional de uma companhia de dança”, explica a professora Klely Perelo, convidada a ministrar as aulas de ballet clássico.



A formação oferecida complementa a graduação em Dança da UFS, que é voltada à licenciatura. Para muitos estudantes, essa vivência prática tem sido uma virada de chave na forma de se relacionar com a dança. É o caso de Eloy Bastos, aluno do quinto período e integrante da Companhia. “A Companhia permite uma continuidade diária de prática. É muito diferente quando o corpo entra na rotina de movimento e não apenas no raciocínio escrito. Isso tem mudado bastante, inclusive fisicamente”, destaca o estudante.



A proposta também amplia o repertório dos jovens artistas. Francielly Barreto, que está no oitavo período da graduação, vê na experiência uma oportunidade de sair da zona de conforto. “Venho das danças afro-brasileiras e populares. Agora estou tendo contato com outras linguagens, como o ballet e a dança contemporânea. Tem sido muito gratificante”, conta.



A Companhia Jovem de Dança já iniciou seus primeiros ensaios com vistas à montagem de espetáculos e apresentações públicas. A ideia é que a produção artística alcance palcos, escolas e espaços comunitários, levando a arte como forma de expressão e conexão social.
Para o reitor da UFS, professor André Maurício, a Companhia representa um sonho realizado e reforça o papel da universidade como promotora da cultura. “A arte não é apenas beleza, ela é saúde, é sensibilidade, é participação social. A Companhia vai levar essa potência aos palcos de Sergipe e mostrar como a dança também pode ser um instrumento de liberdade e cooperação”, afirma o reitor.

Com ensaios diários, das 14h às 18h, disciplina rigorosa e sede de criação, a Companhia Jovem de Dança da UFS nasce como um símbolo da força transformadora da arte no ambiente acadêmico e um novo capítulo para a dança em Sergipe.
Brunna Martins - Ascom UFS