A Universidade Federal de Sergipe (UFS) é composta por profissionais com trajetórias plurais e inspiradoras, inclusive de professores que se destacam na prática de esportes, participando de competições regionais, nacionais e até internacionais. Os docentes acumulam funções que exigem dedicação intelectual e física, ao conciliar ensino, pesquisa, extensão e gestão com treinos intensos, como é o caso do triatlo, um esporte que envolve três modalidades: natação, ciclismo e corrida.
As diferentes competições para atletas iniciantes variam de 400 metros de natação, 20 quilômetros de bicicleta e 2,5 quilômetros de corrida a 1.900m de natação, pedal por 90km e corrida de 21 km, como explicou o coordenador de Promoção do Esporte Universitário (Copre/UFS), Raphael Souza. "Em Aracaju, as competições do super sprint, sprint, standard e long já apresentavam um bom grupamento de atletas participantes. Porém, com a chegada do Iroman 70.3 na capital houve um crescimento significativo no número de entusiastas".
Para o coordenador, embora possa ser competida em variados volumes, o triatlo é praticado por amadores e atletas que desprendem de um bom lastro esportivo. "Acompanhar uma planilha de treino para uma única modalidade esportiva requer dedicação, mas quando se tem uma planilha com multi esportes a disciplina e a organização pessoal são fundamentais para conseguir completar a prova", ressaltou.
Tatiana Aneas, pesquisadora e professora do Departamento de Comunicação Social (DCOS/UFS) divide a rotina entre as demandas acadêmicas, da maternidade e as do esporte.
“Comecei na corrida há onze anos, mais precisamente quando vim para Aracaju. Na época, tinha que conciliar as demandas da UFS com a finalização da tese de doutorado e os cuidados com meu filho, ainda pequeno. A corrida era uma espécie de válvula de escape. Fui evoluindo, fiz algumas maratonas e até hoje é minha modalidade favorita. Em 2018, comecei a nadar e pedalar, mas só em 2024 comecei realmente no triatlo, juntando os três esportes”.

O dia de Tatiana começa antes das 5h da manhã, horário em que ela já está na rua, correndo ou pedalando. “À noite faço natação e treino de força, também em dias alternados. Nos finais de semana, que é quando tenho mais tempo livre, faço os longos de ciclismo e treinos de bike seguido de corrida. É também nos finais de semana que costumo nadar no rio”. Nas competições de triatlo, a natação é sempre em águas abertas, como em mar, rio ou lagoa.
Com a rotina organizada, a professora consegue dar conta das demandas acadêmicas. Para ela, os treinos são indispensáveis para manter a saúde física e mental. “O trabalho acadêmico é muito mental, e sinto que nadar, pedalar e correr é uma maneira de me complementar, de me desenvolver de uma outra forma. Equilibra meu sono, minha alimentação, me torna uma pessoa mais atenta e consciente de mim mesma, dos meus limites e potenciais. No esporte, pratico disciplina e resiliência. Mesmo quando viajo a trabalho, para congressos ou projetos de extensão, levo um tênis, procuro uma piscina, uma academia, e tento me manter em movimento”.
A professora foi ao pódio em todas as cinco competições que participou este ano e foi classificada para o campeonato mundial em Nice, na França, no ano que vem. “Resultados que vêm da dedicação, sim, mas sobretudo porque gosto muito de viver o esporte, todos os dias”, reforçou a professora.
A organização da rotina precisa ser uma constante para quem tem várias tarefas ao longo do dia e não abre mão do esporte. Para a professora e pesquisadora do Departamento de Matemática (DMA/UFS), Giovana Gouveia, o dia inicia às 4h para conciliar treinos, trabalho, vida familiar e rotina doméstica. Este ano, ela participou de cinco competições de triatlo e duas de corrida.

“A rotina de treinos é bastante exigente, pois envolve o treinamento de duas modalidades em quase todos os dias da semana, mas o esporte desenvolve uma grande capacidade de organização e tem contribuído significativamente para manter minha saúde física e mental. Ele também promove uma maior disciplina em relação à alimentação, ao sono e à gestão do tempo”, disse.
Giovana tem contato com a natação desde a infância, mas também sempre teve afinidade com a corrida e o ciclismo. A convite de uma amiga, iniciou no triatlo e se identificou. “Além de todos os benefícios, considero especialmente importante o convívio com pessoas de diferentes ciclos sociais, o que possibilita a construção de amizades sólidas e significativas”.
