
A violência contra as mulheres segue como uma das mais graves violações de direitos humanos no Brasil, manifestando-se de formas diversas e, muitas vezes, silenciosas. Diante desse cenário, a Universidade Federal de Sergipe (UFS) reafirma seu papel social por meio do projeto de extensão “Falas Femininas: diálogos sobre violência de gênero e formas de enfrentamento”, que aposta na informação, no diálogo e na escuta como ferramentas fundamentais de conscientização e prevenção.
O projeto nasceu da articulação entre as assistentes sociais Jaice Mayara, coordenadora da iniciativa, e Liliana Aragão, coordenadora adjunta, a partir da percepção comum sobre a necessidade de ampliar o debate público sobre as múltiplas expressões da violência contra as mulheres. “Decidimos unir nossas experiências profissionais e construir um projeto de extensão voltado ao diálogo, à educação e ao enfrentamento da violência de gênero”, explica Jaice.
Inserido no tripé que estrutura a universidade pública — ensino, pesquisa e extensão —, o 'Falas Femininas' tem como objetivo traduzir o conhecimento acadêmico em linguagem acessível, aproximando a universidade da sociedade. Nesse processo, a parceria com a Rádio UFS desempenha um papel central ao ampliar o alcance da iniciativa para além dos muros institucionais. “A extensão universitária tem o compromisso de dialogar com a população. A rádio nos permite alcançar diferentes públicos e difundir informações que ajudam mulheres a reconhecer seus direitos e, muitas vezes, a romper ciclos de violência”, destaca a coordenadora.
Até o momento, o projeto já realizou uma primeira temporada composta por sete episódios, que abordam temas como o conceito de violência contra as mulheres, violência física, psicológica, sexual, moral, patrimonial e também violências que não estão tipificadas na Lei Maria da Penha. Os conteúdos são veiculados semanalmente na Rádio UFS e também estão disponíveis no Spotify e no Instagram @falasfemininasufs, ampliando ainda mais o acesso às informações.
A equipe já se prepara para a segunda temporada do projeto, que terá como foco o debate sobre o feminicídio, reforçando o compromisso com temas urgentes e socialmente relevantes. “Acreditamos que falar sobre violência de gênero é uma forma de prevenção. Quanto mais o tema circula, mais ele provoca reflexão e contribui para transformar realidades”, afirma Jaice.
Ao articular universidade, comunicação pública e compromisso social, o 'Falas Femininas' consolida-se como uma iniciativa que fortalece a rede de proteção às mulheres e reafirma a UFS como espaço de produção de conhecimento comprometido com a vida, os direitos humanos e a justiça social.
