
“O que a vida faz com a nossa cabeça” foi o tema da palestra proferida pela psiquiatra do Hospital Universitário (HU) Shirley Almeida ontem, 9, durante a edição de maio do Programa #ServidorCidadão, promovido mensalmente desde 2015 pela Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep).
A discussão girou em torno do suicídio e da depressão, assuntos de saúde pública que intrigam as autoridades por sua abrangência. “Para cada pessoa com depressão existem mais seis pessoas afetadas, que são aquelas que convivem com ela. Além disso, essa doença também incapacita para o trabalho”, explica a psiquiatra. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão atinge 350 milhões de pessoas no mundo.
Ainda segundo a OMS, o suicídio alcança 800 mil pessoas por ano no mundo. Ele decorre, principalmente, do agravamento da depressão. Apesar de o tema consistir em tabu, a palestrante aconselha uma conversa aberta com a pessoa deprimida. “É preciso ficar atento aos sinais de quando a pessoa está em depressão e indagá-la se ela já pensou na possibilidade de suicídio”. Em casos graves é preciso sugerir a internação, complementa a psiquiatra.
Para Shirley, as ações de saúde pública também devem ser direcionadas à prevenção. “Nós, psiquiatras, recebemos os pacientes com casos mais graves, mas precisamos que as pessoas que estão no dia a dia sejam informadas para reconhecer os problemas nos familiares ou em si mesmas”.
Escolha do tema

A escolha do tema é feita com base nas solicitações dos próprios servidores. Segundo a pró-reitora de Gestão de Pessoas, Ednalva Caetano, este foi o assunto mais requisitado, o que resultou na grande interação durante a palestra. “O encontro foi bastante proveitoso porque houve uma participação muito grande dos servidores. Deu para perceber que as pessoas estavam realmente interessadas”.
Eliete dos Santos Almeida tem 61 anos e acompanha sempre que pode os encontros do programa. Ela e os demais membros do curso supletivo do ensino fundamental, também iniciativa da Progep para servidores da universidade que estão prestes a se aposentar, foram liberados da aula de ontem para assistir à palestra e entregar um relatório como parte das atividades da turma que vai ter formatura em agosto.
“Foi muito importante para nós o conhecimento sobre a depressão. A doutora passou como ela é causada e como a gente pode se defender. Às vezes a gente acha que é tristeza, mas não é”, diz.
O servidor Carlos Alves Rocha tem 35 anos e também é frequentador assíduo do programa. “O encontro de hoje, como sempre, foi pertinente porque tratou de um assunto que ajuda os técnicos a lidarem consigo mesmos e com os outros nas relações interpessoais”.
Na programação constava também abranger o pânico, ansiedade e síndrome de Burnout, mas a palestrante preferiu focar em dois assuntos. “Achei que tirar as dúvidas e facilitar a compreensão do que é a depressão e o suicídio seriam mais produtivos do que falar superficialmente sobre mais temas”.
Ascom
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