Com o crescente aumento da demanda por combustíveis, a utilização do petróleo como principal fonte de energia tem gerado preocupação na sociedade. O petróleo é uma fonte energética não renovável, e a sua produção passa por um gradativo processo de exaustão. Nas ultimas décadas foi verificado também que houve um aumento significativo da poluição ambiental e este aumento estaria associado não só ao aumento populacional e dos parques industriais, mais também pelo uso não controlado de determinados produtos químicos.
Em face a esses fatores, pesquisas têm sido desenvolvidas buscando novas fontes de energia que possam substituir gradativamente o petróleo e seus derivados por fontes renováveis e menos poluentes. Os biocombustiveis, tais como: etanol, biodiesel, biogasolina, biogás, etc., estão sendo cada vez mais aperfeiçoados para que possam substituir parcial ou totalmente o petróleo e seus derivados. Sendo renováveis, e, portanto, gerando possibilidades de produção por tempo indeterminado. Os biocombustíveis, além de trazer uma série de vantagens ambientais, econômicas e sociais, são combustíveis mais limpos do ponto de vista ambiental, menos poluentes e com vantagens comprovadas sobre o diesel convencional. Os óleos vegetais são triésteres da glicerina, ou seja, são produtos naturais da condensação da glicerina com ácidos graxos, cujas cadeias laterais dos ácidos graxos têm números de carbono variando tipicamente entre 10-18 átomos.
Dentre os biocombustiveis citados, merece destaque o biodiesel, o qual é obtido principalmente através de processos como: esterificação, transesterificação e pirólise. A transesterificação consiste na reação entre triglicerídeos e um álcool, normalmente de cadeia curta, como o metanol ou etanol, onde há a formação de uma mistura de ésteres metílicos ou etílicos dos ácidos graxos correspondentes, liberando glicerina como subproduto. Isto pode ocorrer na presença de um catalisador ácido ou básico. A esterificação é uma reação química reversível na qual um ácido carboxílico reage com um álcool produzindo éster e água na presença de um catalisador ácido. A pirólise é o processo no qual ocorre a decomposição térmica ou térmica-catalítica de materiais contendo carbono, em pouca quantidade de oxigênio. Assim, madeira, óleos vegetais, gorduras, resíduos agrícolas, ou outro tipo de material orgânico se decompõe, dando origem a três fases: uma sólida, o carvão vegetal; outra gasosa, e, finalmente, outra líquida, comumente designada bio-óleo.
O uso de compostos de nióbio como catalisadores industriais, tem sido fonte de muitas pesquisas, em decorrência destes materiais apresentaram potencial atividade catalítica em diversas reações químicas de compostos orgânicos que ocorrem via catálise ácida. As reservas mundiais de minérios de nióbio são bastante expressivas quando relacionadas aos atuais níveis de demanda. O Brasil detém cerca de 93% dessas reservas, sendo um dos maiores produtores mundiais do minério e do principal produto industrializado, a liga ferro nióbio.
No Núcleo de Pós-Graduação em Engenharia Química da UFS (PEQ-UFS), pesquisas têm sido realizadas acerca da aplicação de compostos de nióbio na produção de biodiesel via reações de esterificação. Pode-se verificar, através dos resultados obtidos que os catalisadores testados apresentaram bom desempenho catalítico com alta seletividade à formação de ésteres de cadeia longa.

Silvia R.S. Martins, Alexsandra R. Nascimento, Juciely A.S. Mota e Marcelo J.B. Souza são do
Núcleo de Pós-Graduação em Engenharia Química, DEQ, UFS (marcelojbs@ufs.br)

Saber Ciência é uma coluna semanal de divulgação científica publicada no CINFORM. É uma atividade da Agência UFS de Divulgação Científica, sob coordenação do Prof. Dr. Josenildo Luiz Guerra, e com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe - Fapitec.

Currículo
Silvia R.S. Martins, Alexsandra R. Nascimento, Juciely A.S. Mota e Marcelo J.B. Souza são do
Núcleo de Pós-Graduação em Engenharia Química, DEQ, UFS (marcelojbs@ufs.br)