Saber Ciência / Luciana Andrade
08/06/2010
Quando falamos em cinema nos deparamos com imagens e sons que invadem nossa mente. É algo que requer tempo, espaço adequado, linha de pensamento e dinheiro. Quando falamos em televisão é algo mais efêmero, passageiro. São duas linguagens diferentes, mas que com as novas tecnologias se entrelaçam e se convergem na maneira de se produzir. Constantemente vimos a linguagem cinematográfica invadindo a linguagem televisiva e vice versa. Obviamente que são vários os elementos que contribuem para essas transformações. Este artigo vem salientar essas nuances dessa aproximação.
Tudo começou com o surgimento da fotografia que tem a possibilidade de manipular imagens. Herança essa advinda do cinema que utiliza de efeitos visuais, que são realizados artificialmente visando criar impressões ilusórias ao espectador. Na era da digitalização, o efeito especial vem com uma força de tornar o imaginário real aos olhos de quem o vê. Nos filmes hollywoodianos, onde a superprodução permite muitas vezes um público considerável já que os blockbuster visam bilheteria.
A palavra Blockbuster (arrasa quarteirão) foi usada para designar um filme de sucesso em 1975, por causa do tubarão. O longa dirigido por Steven Spielberg , foi o primeiro em toda a história a superar US$ 100 milhões nas bilheterias. Como filas enormes se formaram para entrar nas salas de cinema, virando quarteirões, o termo veio designado daí.
Mas daí vem uma grande discussão. Alguns filmes estilo blockbuster, muitas vezes como ponte para uma estratégia de mercado, deixam de lado o conteúdo, o significado e passa a ser uma mensagem meramente de entretenimento. A história fica relegada a segundo plano, e a sétima arte perde seu verdadeiro sentido. O cinema sim tem seu papel educativo. Deve estar lado a lado, com narrativas que levem o público ao entendimento, à reflexão. Vimos historias em vários filmes que estão ali sem forma, sem uma proposta cultural. Os interesses comerciais existem, mas produções que podem aliar o conteúdo à forma com certeza haverá uma maior chance de ser um filme de grande bilheteria.
Estudante de Audiovisual da UFS. O presente artigo foi escrito como exigência parcial para a disciplina “Tópicos Especiais em Cinema”, ministrada em 2009.2 pela Profa. Dra. Lilian França.