Saber Ciência / Eloy Santos Vieira
08/06/2010
Nas suas origens, o cinema ainda era um campo plástico e vasto, que ainda não possuía características próprias. Era experimental em sua essência. Não muito tempo depois, o cinema começou a lançar suas bases e a assumir suas singularidades, mas, na verdade nem tudo era tão original, pois a literatura massiva oriunda da burguesia do século XIX serviu de modelo para que o cinema pudesse manter seu público: a massa. Ao falar da relação entre cinema e literatura, Mirian Tavares, Doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas, afirma que o cinema está domesticado, ou seja, que está preso às velhas estruturas das máquinas narrativas, contando sempre as mesmas histórias de formas diferentes.
Tendo em vista todas essas características, podemos observar que, desde o advento da televisão e, sobretudo do vídeo, é possível notar que, inclusive por necessidade de sobrevivência, o cinema começou a apresentar mutações que visavam o hibridismo (diálogo com outras plataformas, um traço tipicamente experimental). Desde as décadas de 60 e 70, o cinema começou a se libertar da literatura da qual se originou e passou a ser experimental de novo, influenciando até gêneros literários. Hoje em dia, já é perceptível que o cinema estabelece um contato constante com outras plataformas, sobretudo as digitais.
São essas plataformas digitais, as tecnologias de ponta, que permitem ao cinema uma maior manipulação da imagem, de forma que, muitas vezes o digital se confunde com o ‘real’, ou seja, o grau de abstração pode ser muito grande, permitindo que a criatividade do cineasta, auxiliada pela tecnologia, consiga elaborar quase tudo. Estamos vivendo mais um momento de passagem entre ‘eras cinematográficas’, uma revolução, onde a o hibridismo está de volta e já atingiu muitos blockbusters (que em inglês significa ‘bomba arrasa-quarteirão’, mas na verdade o termo designa grandes sucesso de bilheteria), e com certeza, atingirá muito mais nos próximos anos.
Estudante de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, 2º período. O presente artigo foi escrito como exigência parcial para a disciplina “Tópicos Especiais em Cinema”, ministrada em 2009.2 pela Profa. Dra. Lilian França.