Ter, 27 de setembro de 2011, 12:15

O medo da anestesia em procedimentos odontológicos
O medo da anestesia em procedimentos odontológicos

Saber Ciência / Cleverson Luciano Trento e Amália Ribeiro


09/06/2010


Antes de ir ao dentista, alguns fantasmas rondam a cabeça dos pacientes. Mas um, em especial, pode tirar o sono daqueles que necessitam de intervenção odontológica. Trata-se da anestesia, método de controle da dor que antecede não só uma restauração, como quaisquer outros procedimentos odontológicos que possam causar incômodos.


Boa parte dos pacientes que precisam de tratamento odontológico tem medo de ser anestesiado. Essa idéia de medo do dentista é muito presente no imaginário popular e remonta dos tempos em que não havia formação adequada por parte dos profissionais e, no que se refere às soluções anestésicas, estas eram bastante rudimentares. Afinal, por que a anestesia causa tanto receio? Para os dentistas há algumas razões que levam as pessoas a sentirem desconforto diante desta situação. Em primeiro lugar, isso acontece pelo fato do medicamento ser injetável e poucas pessoas superam o temor infantil da famigerada injeção. Depois, trata-se de uma substância química que pode causar reação alérgica e esse fato, por ser conhecido, assusta quem não tem conhecimento especializado.
A palavra “anestesia” deriva do grego e significa “ausência de sensações”; trata-se de um estado induzido por medicamentos, que torna possível a execução de procedimentos terapêuticos e de diagnósticos sem dor, representando um recurso seguro, necessário e eficiente. A técnica anestésica consta em infiltrar um medicamento por meio da injeção, promovendo momentaneamente a falta de sensibilidade de uma região da boca, criando condições para intervenções invasivas, seja em tecido mole ou ósseo da cavidade bucal.
Dos anestésicos modernos, estes, objetivamente fizeram desaparecer das cadeiras dos dentistas um fator que era inseparável delas: a dor. Envolta numa bruma de falsos conceitos e antigos dogmas, o desconhecimento do que se passa quando o paciente é anestesiado é o grande responsável por este medo, estes pacientes apresentam ansiedade de antecipação, antecipando que algo muito ruim possa acontecer.O medo acentuado da dor aumenta a sensação subjetiva da mesma, apresentando muitas vezes sinais fisiológicos de ansiedade, como aumento da freqüência cardíaca, respiração ofegante, sudorese, tremores, tensão muscular, entre outros, podendo esse quadro evoluir para uma crise de pânico.
Novas medicações como sedativos mais eficazes e pomadas anestésicas mais potentes, equipamentos modernos como os de inalação por óxido nitroso (equipamento que causa diminuição da ansiedade e dor por via respiratória), associado a muitos anos de estudos e pesquisas reduziram imensamente os acidentes ou complicações de uma anestesia, porém a principal forma de se reduzir o medo é a relação de confiança entre paciente e dentista, e não apenas uma relação formal, lembrando é claro que o risco de complicações nunca é zero. Há fatores de risco associados não só à anestesia, mas ao próprio procedimento, às condições locais do consultório odontológico e à condição clínica do paciente. Pacientes com doenças não tratadas ou descontroladas podem apresentar um maior risco na anestesia.
Algumas dicas para melhor controle do medo:
• Respire profunda e calmamente antes de sentar-se na cadeira do dentista e enquanto estiver em tratamento. Ao se concentrar na respiração, você deixa de prestar tanta atenção ao dentista e ainda oxigena melhor o cérebro.
• Utilize técnicas de relaxamento, como meditação e exercícios de ioga.
• Acompanhe o tratamento de parentes e amigos para se habituar gradativamente ao ambiente e à situação.
• O desconhecido gera insegurança. Por isso peça ao dentista para explicar o tratamento antes de iniciá-lo, procure tirar todas suas dúvidas e não fique pensando sobre o tratamento antes de ir ao dentista.
• Não transfira o próprio medo aos seus filhos. Evite associar o dentista a algo doloroso ou punitivo e mostre que a ida ao consultório faz parte da rotina.


Currículo
Cleverson Luciano Trento-Doutor em cirurgia e traumatologia buco maxilo facial. Professor da UFS.
Amália Ribeiro-Doutora em laser pela UFBA e professor de endodontia da UFS"


Atualizado em: Ter, 27 de setembro de 2011, 12:15
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