Ter, 22 de novembro de 2011, 14:57

Avaliação do MEC destaca Medicina, Nutrição e Zootecnia
Avaliação do MEC destaca Medicina, Nutrição e Zootecnia

Cursos obtiveram CPC conceito 4 e Enade conceito 5, que é a nota máxima


Na última quinta-feira, 17, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas EducacionaisAnísio Teixeira(Inep/MEC) divulgou os resultados das avaliações dos cursos e das instituições de ensino superior. Essas notas são baseadas nas condições de ensino das instituições, principalmente corpo docente, instalações físicas e projeto pedagógico, como também nas notas obtidas pelos alunos nas provas do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) (neste caso, as notas referem-se ao exame de 2010).


O Índice Geral de Cursos (IGC) da UFS obteve conceito 3 numa escala que vai de 1 a 5. Os conceitos 1 e 2 são considerados insatisfatórios e de 3 a 5 satisfatórios. O IGC de uma instituição é obtido pela média ponderada entre o Conceito Preliminar de Curso (CPC), que avalia as condições de cada curso a cada três anos, e as notas do Enade. Entenda como funciona a avaliação dos indicadores de cursos e instituições.


Os cursos da UFS que participaram da avaliação foram Medicina Veterinária (sem conceito por não ter terminado o ciclo de avaliação); Odontologia, Enfermagem e Fonoaudiologia (os três com CPC e Enade conceitos 4); Farmácia e Educação Física (CPC e Enade conceitos 3); e Fisioterapia (CPC conceito 4 e Enade conceito 3). Os cursos de Agronomia e Serviço Social, ambos com CPC e Enade com conceitos 2, foram considerados insatisfatórios. Os destaques ficaram com Medicina, Nutrição e Zootecnia: CPC conceito 4 e Enade conceito 5, que é a nota máxima.


Cursos em destaque


Segundo o chefe do Departamento de Medicina (DME) Marco Antônio Prado Nunes, o bom desempenho do curso se deve a dedicação dos professores e aos investimentos que a universidade têm feito. Mas quanto ao Enade, ele atribui o mérito ao empenho dos alunos. Ele conta que em edições anteriores do Enade os alunos participaram de movimentos de boicote, mas os professores fizeram palestras em sala de aula que serviram para conscientizá-los da importância da prova, o que se refletiu nessa nota máxima.


“Conseguimos criar um círculo virtuoso: melhoramos para atingir a nota e vamos melhorar para manter a nota. É importante para nossa auto-estima”, diz o professor Marco Antônio. Ele informa ainda que no próximo ano o curso de medicina implantará outro currículo pedagógico e promoverá fóruns com outros cursos da área de saúde. “Iremos refletir sobre formas de atuar, de orientar o modo como o aluno se relaciona com os pacientes. Isso pode refletir no futuro do [resultado do] Enade”, diz ele.


O curso de Nutrição foi criado em 2007 e formou a primeira turma em janeiro de 2011, e já obteve esse resultado expressivo. A chefe do Núcleo de Nutrição (Nunut) Elma Regina Silva de Andrade Wartha afirma que esse resultado se deve ao grande esforço do corpo docente, que ainda é pequeno, mas bem titulado. “Nós fizemos conscientização com os alunos de que existem outras formas de reivindicação”, diz a professora Elma sobre os boicotes. Outro mérito apontado pela professora é estrutura político-pedagógica do curso. “Nossa formação é generalista para atuar em todas as áreas do conhecimento em alimentação e nutrição”, diz.


Criado recentemente, o curso de Zootecnia também obteve a nota máxima no Enade em seus primeiros anos de vida. A primeira turma entrou em 2006 e formou-se em 2010, apenas dois meses após a aprovação do curso de mestrado em Zootecnia da UFS. Segundo a chefe do departamento Ângela Cristina Dias Ferreira, o curso foi beneficiado pelo empenho dos alunos e pelo bom corpo docente que formou: são 11 professores doutores e um mestre. A professora afirma que esses profissionais são “novos” sempre estimulando os discentes a participarem de monitorias, projetos de extensão e pesquisa, o que complementa a formação acadêmica e qualifica ainda mais os alunos.


“É uma batalha grande no dia-a-dia para estruturar o curso. Em relação ao Enade, os alunos foram sempre participativos e sem o menor movimento de boicote”, diz a professora Ângela. E conta ainda que no próximo ano o curso passará por uma mudança na grade curricular que terá algumas e ementas reformuladas e passara a ter 19 novas disciplinas, garantindo melhor formação técnico-científica dos alunos.


Resultados insatisfatórios


Dois cursos da UFS receberam resultados insatisfatórios na avaliação do Inep: Agronomia e Serviço Social, ambos com CPC e Enade com conceitos 2.


Agronomia já passou por uma reforma curricular no ano passado. Segundo o chefe do Departamento de Engenharia Agronômica (DEA) Laerte Marques da Silva, isso mostra que a nota não reflete a realidade do curso, mas mostra sim o boicote por parte dos alunos. “Temos um déficit grande de alunos que não foram fazer a prova”, diz. O departamento fará uma reunião extraordinária nessa quarta-feira, 23, para buscar formas de conscientizar os alunos da importância do Enade. “Temos ainda uma estrutura pequena, mas dentro de tudo que é exigido e com condições de crescer”, diz o professor.


Já a chefe do Departamento de Serviço Social (DSS) Maria Cecília Tavares Leite aponta que o resultado da nota deve-se ao movimento nacional dos cursos de Serviço Social contra o Enade, o que, segunda ela, teria reflexo na UFS. “É uma decisão política dos estudantes, que interfere em nossa média. Eu penso que isso [o resultado da avaliação] não corresponde à realidade do curso”, explica. Segundo ela, os professores promovem debates com os alunos acerca da importância do Enade. “O departamento tem enfrentado esse debate”. A professora Maria Cecília diz ainda que estão sendo feitas discussões sobre o processo pedagógico do curso.


Avaliação da UFS


Para o coordenador da Coordenação de Avaliação Institucional da UFS (Coavi) Marcos Castañeda, os resultados do Inep são muito importantes, pois “mostram a situação dos cursos. Em alguns ocorrem bons resultados, e isso reflete a qualidade do ensino da universidade”. Quanto aos cursos que obtiveram um resultado insatisfatório, ele afirma que “é preciso analisar com calma os micro-dados da avaliação do Inep para ver se houve um desempenho ruim real ou um boicote por parte dos alunos”.


Ele declara que os alunos que boicotam a prova do Enade “não têm noção da importância, pois não são critérios da universidade, mas sim de nível nacional”. Marcos também explica que o Enade é apenas parte da avaliação, uma vez que o Inep também observa a estrutura física, o corpo docente e o conteúdo pedagógico do curso.


Indicadores nacionais


O Ministério da Educação avaliou 2.176 instituições de ensino superior, sendo 229 públicas e 1.947 privadas, entre universidades, centros universitários e faculdades. No quadro de notas, 27 delas alcançaram cinco, sendo 16 públicas e 11 privadas; 131 obtiveram nota quatro (65 públicas e 66 privadas); 985 aparecem com nota três (90 públicas e 895 privadas); 674 tiveram nota dois (41 públicas e 633 privadas); nove tiveram nota um (duas públicas e 335 privadas). Outras 350 instituições participaram do ciclo avaliativo, porém os cursos que não obtiveram o Conceito Preliminar de Curso (CPC) por não atender a um ou mais itens dos oito medidas de cálculo ficaram sem conceito.


Quanto aos cursos,passaram por avaliação no ano passado 4.143 cursos superiores de graduação. O mapa do CPC aparece dessa forma: 58 cursos de graduação alcançaram nota cinco; 728 (quatro); 1.608 (três); 575 (dois); 19 (um); e 1.155 cursos das áreas avaliadas aparecem “sem conceito”. Neste caso, o curso não teve a nota final porque faltou um ou mais dos itens que compõem o Conceito Preliminar de Curso.


Em 2010, o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes avaliou as áreas de saúde e ciências agrárias, distribuídas em 14 cursos e cinco tipos de cursos superiores de tecnologia.



Ascom


comunica@ufs.br



Atualizado em: Sex, 25 de novembro de 2011, 09:55