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Evento ocorre em alusão aos sete anos da gestão do reitor Josué Modesto dos Passos Subrinho
Construir novas estruturas e materiais através do átomo. Esse é o princípio da nanotecnologia, ramo da ciência que engloba as mais diversas áreas de conhecimento e passa a aprimorar as pesquisas sergipanas através do Centro de Microscopia Eletrônica da Universidade Federal de Sergipe (CME-UFS), que será inaugurado no próximo dia 28 de novembro. O evento ocorre em alusão aos sete anos da gestão do reitor Josué Modesto dos Passos Subrinho (veja mais aqui).
Segundo o professor do departamento de Física e coordenador do CME, Mário Ernesto, a implantação do centro é resultado de um trabalho conjunto iniciado há alguns anos e visa atender todas as pesquisas relacionadas à área de nanotecnologia, bem como às diversas áreas onde a microscopia eletrônica é utilizada.
“Atualmente, as mais avançadas pesquisas, em diversas áreas de conhecimento envolvem a nanotecnologia em algum estágio e, mesmo nas áreas em que a nanotecnologia não está presente, a microscopia eletrônica é ferramenta de enorme interesse em pesquisa. Sem ela, há a limitação de resultados e a consequente perda de capacidade da produção científica moderna. A criação do CME busca justamente trabalhar com as possibilidades de inovação, de modernidade, e estará disponível, num primeiro momento, a toda comunidade da UFS e do estado de Sergipe e, posteriormente, a todos os pesquisadores do país, estejam eles vinculados à UFS ou não”, explica.
Representando um marco dentre os diversos investimentos em infraestrutura laboratorial relacionado ao Núcleo de Excelência em Petróleo, Gás e Biocombustíveis do estado de Sergipe (NUPEG-SE), o CME teve um investimento da Petrobras na ordem de R$ 40 milhões e contará com quatro microscópios de alta tecnologia.
Inicialmente, dois deles serão instalados (um microscópio de varredura de baixo vácuo – JEOL 6510LV – e um microscópio de varredura de emissão de campo – JEOL 7500F), que foram obtidos com recursos oriundos da parceria da UFS com a Petrobras e somam um investimento de US$ 700 mil. Um terceiro microscópio de transmissão de alta resolução (HR-TEM de 200kv), bem como todos os equipamentos de preparação de amostras, foi recentemente aprovado no projeto FINEP – PROINFRA da UFS e será adquirido e instalado ainda em 2012.
A instalação dos dois primeiros microscópios permitirá aos pesquisadores da UFS estudar sistemas com até 1nm (nanômetro). Com a instalação do terceiro equipamento (HR-TEM), poderão ser atingidas resoluções de 0,1nm, que é da ordem da distância entre dois átomos num material qualquer. O quarto microscópio (HR-TEM de 120kv), especial para polímeros, materiais biológicos e matéria mole em geral, ainda depende de aprovação de novos projetos, que, segundo o coordenador do CME, deve acontecer durante o ano que vem.
“Com as instalações finalizadas, teremos condições para alcançar o posto de maior centro de microscopia do nordeste e isso é de extrema importância, uma vez que temos no Brasil apenas dois centros de microscopia que funcionam como laboratórios nacionais: o Centro de Tecnologia Estratégica do Nordeste (CETENE), localizado em Recife e o Centro de Nanociência e Nanotecnologia, em Campinas, o que é muito pouco diante do número de pesquisadores na área”, salienta o professor Mário Ernesto.
O que é a nanotecnologia?
A nanotecnologia é a tecnologia em nanoescala, que é caracterizada pelo nanômetro ou a bilionésima parte de um metro, e tem a capacidade potencial de criar coisas a partir de técnicas e ferramentas que estão sendo desenvolvidas nos dias de hoje para colocar cada átomo e cada molécula no lugar desejado.
A palavra foi popularizada por Eric Drexler nos anos 80 e referia-se à construção de máquinas em escala molecular, de apenas um nanômetro de tamanho: motores, braços de robô, inclusive computadores inteiros, muito menores do que uma célula. Drexler passou os seguintes dez anos a descrever e analisar esses incríveis aparelhos e a dar resposta às acusações de ficção científica. No entanto, a tecnologia convencional estava desenvolvendo a capacidade de criar estruturas simples à escala reduzida. Conforme a nanotecnologia se converteu num conceito aceite, o significado da palavra mudou para abranger os tipos mais simples de tecnologia à escala nanométrica.
Atualmente, várias áreas investem neste tipo de tecnologia, a exemplo da medicina, engenharias, biotecnologia, sistemas de informação e a própria indústria bélica.
Fonte:UFS/SE